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Brasbol só volta a funcionar com regulamentação legal da atividade e uso da área

Marcelo Fernandes em 20 de Maio de 2013

A situação legal que levou a Prefeitura de Corumbá a interditar a Feira Brasbol na semana passada foi conhecida no final da manhã desta segunda-feira, 20 de maio, pelo prefeito de Puerto Suárez, Roberto Vaca Yorge. Vaca reuniu-se com o prefeito Paulo Duarte e depois conversou com o titular da 5ª Promotoria de Justiça, Luciano Anechini Lara Leite, sobre o processo.

O prefeito boliviano ficou sabendo que não há como a feirinha voltar a funcionar com as condições irregulares que apresentava e motivaram a interdição pelo Município. Para a retomada das atividades no local é necessária edição de uma lei regulamentando o serviço, bem como a utilização do espaço público. "O promotor explicou o trabalho que tem que se fazer e do projeto de lei que precisa ser feito. Disse o promotor que se mantém. Não há passo atrás para os feirantes", afirmou o prefeito de Puerto Suárez a este Diário, logo após o encontro com o responsável pela 5ª Promotoria.

Vaca disse ter sido procurado pelos feirantes que atuam na Brasbol pedindo que interferisse na questão. "Há pressão na Bolívia, que se feche a fronteira e outras medidas. Vamos falar para os feirantes. Estou fazendo a minha parte e até onde posso ajudar vou colaborar, mas, cumprindo as normas do Brasil. Vou transmitir aos feirantes para ver o que podemos fazer, mas temos que cumprir as normas do País", declarou o prefeito boliviano.

Kleverton Velasques/PMC

Prefeito de Puerto Suárez (1º à esquerda) conheceu processo de interdição da feirinha em encontro com prefeito corumbaense e Ministério Público

Também na saída da reunião com o Ministério Público Estadual, Paulo Duarte, esclareceu que a interdição visa regularizar juridicamente o funcionamento da feirinha. Ele ressaltou que a legalização permitirá que o local volte a funcionar obedecendo critérios expressos em lei para a existência da própria feirinha e do que será vendido ali.

"A feira está interditada, não foi fechada. Há uma diferença entre interdição e fechamento. Nos comprometemos de, em 30 dias, apresentar proposta de como será o funcionamento. Vamos encaminhar um projeto de lei, é uma área pública e tem que ser regularizada", disse. "Deixamos claro que o objetivo é regularizar, regulamentar a Feira Brasbol, para que aqueles que lá estejam trabalhando, e os consumidores, tenham segurança física e jurídica", argumentou.

Ao determinar a interdição da Brasbol, no dia 16 de maio, a Prefeitura alegou que a medida visa a readequação das instalações visando a defesa do princípio da legalidade e proporcionando segurança, conforto e qualidade de atendimento para os trabalhadores e pessoas que frequentam a feira em busca dos produtos ali vendidos. A determinação atende, segundo o Município, disposições do Código de Posturas e foi recomendada pelo Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Ministério Público, por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Corumbá.

"É a primeira vez que se enfrenta efetivamente a questão", diz promotor

"Fizemos o esclarecimento do que está sendo feito e informamos que não há outra forma de solução do problema que não a edição de uma lei e a regulamentação legal do que é a Feira Brasbol, do que é a área utilizada, que é do Município. Sem isso não tem como resolver o problema", resumiu o promotor de Justiça Luciano Anechini Lara Leite ao Diário após encontro com os prefeitos Roberto Vaca Yorge e Paulo Duarte. Anechini explicou que a interdição aconteceu porque a área - de posse do Município - não podia ser utilizada por conta de ausência de legislação.

"Não tinha lei criando a Brasbol; não tinha lei regulamentando a Brasbol; não tinha lei destinando aquele imóvel para o fim que estava sendo utilizado. Isso é prévio. Antes de se iniciar a atividade tem que ter essa lei, dando a destinação, após a regulamentação por lei, é que vai haver a verificação do cumprimento das exigências de bombeiros, vigilância sanitária a depender da destinação que foi dada. Tudo isso tem que ser prévio, não tem como ser prévio se estiver sendo desempenhada uma atividade em cima. A atividade que estava sendo desempenhada naquele imóvel era irregular. Nada que foi feito tem regularidade para lei. Há mais de 15 anos que a Brasbol está ali, mas não tinha lei autorizando a utilização desse imóvel. O Ministério Público vai buscar a responsabilização dos administradores anteriores que permitiram a utilização daquele imóvel sem lei, o que inclusive é crime. É crime de responsabilidade do prefeito a disposição de um bem público sem autorização da lei", disse o titular da 5ª Promotoria, que é voltada para a proteção do Consumidor, do Patrimônio Público, Curadoria dos Registros Públicos e das Fundações e crimes correlatos.

Ouça entrevista do promotor Luciano Anechini:

 

O promotor esclareceu que a Brasbol não pode voltar a funcionar nos moldes anteriores e quase duas décadas depois da criação da feirinha o problema em torno de sua regularização é tratado como se deve. "Esse processo de regularização da área, regulamentação da questão e legalização da atividade é um processo que não para e não volta atrás. Não tem como voltar a situação anterior de utilização irregular daquele imóvel. É a primeira vez que se enfrenta efetivamente a questão. O que houve, até então , registro expressamente, foi a conivência do Poder Público e do Executivo Municipal com relação a ilegal utilização daquele imóvel", afirmou.

Luciano Lara Leite destacou ainda que o Executivo Municipal deve apresentar um projeto de lei para regulamentar o funcionamento da feirinha e uso do espaço público. "A competência de propositura desse projeto é do Executivo, que vai apresentar o projeto. Aprovado, tem que passar por regulamentação essa lei para as atividades serem desempenhadas. A previsão é de 60 a 90 dias para edição de lei, regulamentação da lei e efetivação. Se demora mais ou menos, depende das partes envolvidas", completou.

Comentários:

Gerson dos Santos: Agora senti firmeza nas declarações, tanto do prefeito, quanto do promotor, tinha que acontecer isso pra poder legalizar, vocës verão que quando voltar, vai ser bem melhor, todos cumprindo com seus deveres, e nos cosumidores satisfeitos com todas instalações....... Agora, sei que isso não é mas com o prefeito, mas sim com a secretaria de fazenda do estado, falta agora verem ao arredores da feira que continua a mesma coisa, se não pode na feirinha, tbm deve valer pros arredores.... Fiscalização neles...................

Wagner Luis Weber: Incrível! Vamos ter de ressuscitar Plácido de Castro e o Barão do Rio Branco! kkkkk

Jose Carlos Mendonça: Vou apostar todas as minhas fichas que a "Feirinha" não volta mais a funcionar. Sabem por que? Das duzentas barracas que funcionavam no local, NENHUMA estava regular. Ou seja, vendiam roupas, eletrônicos, consertos de celulares, perfumes, etc, etc, etc. Essas não voltam mais. E se a feira abrigar apenas os que vendem artesanatos, vai reduzir para 10% do quantitativo anterior. Em resumo, o espaço público ficará ocioso pela pequena ocupação. Em resumo do resumo...essa área será ocupada para outra finalidade.

Valdomiro Antonio de Oliveira Lima: A ação do poder público ocorre para regularizar a atividade da feira, o que acho correto. A atitude correta porém, não elimina outra questão: o que ocorre com as pessoas que vivem da atividade? Quem vai pagar as contas de água, luz, a alimentação, enfim, durante esses 60 ou 90 dias que devem durar o processo de regularização, como ficam os trabalhadores, e é isso que eles são, sem a sua renda mensal. Pode ser fácil para um prefeito ficar sem salário por três meses. Pode ser fácil para um promotor. Para um grande comerciante da Frei Mariano ou da Delamare. Mas e para um comerciante da "Brasbol". Que resposta damos à necessidade deles? E tem mais: uma vez que o processo seja regularizado, quais serão os critérios para trabalhar na área. Quais ajustes e/ou mudanças deverão ocorrer? Quanto tempo levará tudo isso? Fica evidente que os ajustes deveriam ocorrer paralelos ao desenvolvimento normal da atividade. Não precisa tirar a renda das pessoas desse jeito. Além disso, se formos fechar para ajustes todas as coisas que não funcionam direito, o prejuízo social seria enorme. Que tal começar pela Canarinho(transporte). Que me dizem do SUS? E da segurança pública? E o Judiciário? Está tudo perfeito? Acho que não! Vamos lá Senhores do poder. Fecha tudo e manda consertar, pois afinal temos de dar o exemplo.

DEYSE FERNANDES AYALA: NA MINHA OPNIÃO A FEIRA NÃO DEVE VOLTAR MAIS.OS BOLIVIANOS NÃO VÃO PAGAR OS IMPOSTOS,ASSIM COMO O FAZEM OS COMERCIANTES BRASILIEROS,QUE NÃO É BARATO!ACHO QUE É ERRADO DEIXAR QUE SE PASSE TANTAS MERCADORIAS,TUDO ISSO SEM NENHUMA FISCALIZAÇÃO!!! AÍ SE VENDE AQUI,E SEM PAGAR UM CENTAVO DE IMPOSTOS!! E O MUNICIPIO ESTÁ LITERALMENTE TOMADO POR BOLIVIANOS...NAS ESCOLAS,NO HOSPITAL,ALUGAM CASAS,ENFIM...RESUMINDO:ACHO QUE O PREFEITO ESTÁ CERTO,MAS ACHO QUE A DECISÃO DEVE SER DE ACABAR COM ESSA FEIRA.

kelly quiroz alvarez: personalmente me parece justo que la feria vuelva a funcionar con reglamento y normas de acuerdo a brasil ya q es en ese lugar que se da el trabajo para los bolivianos y no se deberia de jusgar a todos por igual o dela misma manera q a otros no generalicen ni etiqueten a las personas porq no todos somos iguales vivimos con una diversidad grande en el mundo y si hay muchos bolivianos en corumba como tambien brasileros en santa cruz estudiando en las universidades, trabajando en hospitales y arquilando casa para vivir etc. si todo se realiza con regulidad no creo q dañe y afecte a nadie y doy gracias por brindar una oportunidad mas a nosotros los bolivianos en nuestros hermanos paises vivamos de una forma tranquila sin rencor sin remordimiento y discrinacion todos somos iguales sin importar cargos o profesion.

Lais Deosdede: HÁ CLAMOR DA SOCIEDADE CONTRA A INTERDIÇAO DA FEIRA A MAIORIA ESTA A FAVOR DA FEIRA

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