Leonardo Cabral em 09 de Novembro de 2019
Diário Corumbaense
Fronteira permanece fechada e manifestação ganha apoio de alguns policiais que estão aquartelados
A fronteira das cidades de Arroyo Concepción, Puerto Quijarro e Puerto Suárez com Corumbá, permanece bloqueada neste sábado, 09 de novembro. Apenas a circulação de pedestres e casos de extrema urgência, como a passagem de ambulâncias, são permitidos.
Após o transporte pesado ter declarado apoio aos manifestantes, na noite de ontem, em algumas cidades, o comando da Polícia Boliviana também anunciou apoio à mobilização. Mas, em algumas regiões, manifestantes contrários e favoráveis ao atual governo, entraram em conflito.
Já na região de fronteira, conforme a imprensa local do lado boliviano, moradores das cidades fronteiriças se deslocaram até a unidade policial em Puerto Suárez, para saber o posicionamento do órgão. Em uma entrevista, um policial que recebeu a imprensa, afirmou que o comando da região também estava "junto ao povo".
Policiais amotinados
Em Santa Cruz de La Sierra, na manhã deste sábado (09), policiais de diferentes unidades chegaram de caravana ao Comando Departamental para reforçar o motim da instituição Verde-Oliva que começou na noite de sexta-feira (08). Enquanto isso, a população fora do prédio exigia a saída do comandante Igor Echegaray.
Reprodução El Deber Na manhã de hoje (09), policiais nas ruas de Santa Cruz de La Sierra, mostrando apoio aos protestos
Na noite passada, o ministro da Defesa, Javier Zavaleta, descartou completamente as operações militares nas ruas, enquanto o ministro de governo, Carlos Romero, defendeu um diálogo para resolver o tumulto que se estende por todo o país.
Os policiais amotinados de Cochabamba, região onde o manifesto por parte da Polícia teve início, pedem reajuste salarial e aposentadorias no mesmo posto das Forças Armadas (FFAA) e que sua independência política seja garantida para não ser um instrumento de nenhum governo.
Evo Morales
O presidente Evo Morales falou no final da noite desta sexta-feira, quase madrugada de sábado, pelas redes sociais, sobre a delicada situação que o país está passando e que se agravou depois que a Polícia de Cochabamba, em primeira instância, entre outras regiões (incluindo Santa Cruz, Chuquisaca e Beni) se rebelaram, garantindo assim, o apoio aos manifestantes que exigem a sua renúncia.
"Irmãs e irmãos, nossa democracia está em risco devido ao golpe de estado lançado por grupos violentos que prejudicam a ordem constitucional", disse a primeira parte do pronunciamento feito por Morales que complementa dizendo que denunciou a situação para a comunidade internacional. O país está passando por uma grande revolta social depois que grande parte da sociedade pede a anulação das eleições realizadas em 20 de outubro.
Evo Morales convocou suas bases para enfrentar a situação. "Peço ao nosso povo que cuide pacificamente da democracia e da CPE para preservar a paz e a vida como bens supremos acima de qualquer interesse político", pediu durante as manifestações que ocorriam nas ruas do país.
Em resposta ao pronunciamento do presidente, Luis Fernando Camacho, o líder cívico e hoje o principal oponente de Morales, respondeu: "O golpe de estado ocorreu em 21 de fevereiro de 2016", ao se referir ao Referendo
Com informações do jornal El Deber.
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