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Com aula de campo em noite de folia, Império do Morro conta história da “Terra Brasis”

Leonardo Cabral em 25 de Fevereiro de 2020

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Império do Morro finalizou o desfile das escolas de samba com "aulão" de história sobre o Brasil

Responsável em encerrar o desfile das escolas de samba de Corumbá, já na madrugada desta terça-feira, 25 de fevereiro, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Império do Morro retratou em sua apresentação a história colonial do Brasil, uma verdadeira aula de campo em noite de folia. A agremiação fez uma releitura da chegada dos europeus na “Terra Brasilis”.

A Verde e Rosa Pantaneira contou a exploração dos minerais, como o ouro e pedras preciosas, da agricultura de exportação e também da mão de obra cativa dos nativos que aqui viviam.

Porém, a escola buscou trazer esse processo desencadeando a resistência tanto dos nativos brasileiros como dos escravos africanos, em virtude da ambição colonialista europeia.

Logo na comissão de frente, a Império do Morro, contou a chegada dos europeus que foram recebidos pelos povos nativos, mas que pela ganância mercantil, impulsionada pelo novo modelo econômico, o capitalismo, imputou relações desarmônicas entre o colono e o nativo original, partindo para o sistema de escravismo e sua resistência.

Em uma das alas, a escola de samba reforçou os índios como os verdadeiros donos da terra, que era habitada por esses povos antes mesmo da chegada dos colonizadores. Ao pisarem nas “Terras Brasilis” se encantaram também com as belezas naturais, como a fauna e flora, mostrada no primeiro carro alegórico e em uma das alas, bem como a religiosidade, quando os padres iniciaram sua jornada catequizando os nativos refletindo diretamente nos costumes religiosos no Brasil atual.

Entre tantas idas e vindas das caravelas, a chegada da Família Real ao país foi lembrada pelo símbolo da escola, a tradicional Coroa. O desembarque dos espanhóis, um dos primeiros povos a chegarem no Brasil, ingleses, alemães e dos escravos africanos foram ressaltados, assim, como os seus costumes nas senzalas, contribuindo com a miscigenação entre os povos.

A Verde e Rosa não deixou de introduzir em sua apresentação, os atuais problemas políticos enfrentados, abordando tema como a corrupção, a falta de honestidade em geral, num momento em que o país, conforme a agremiação, é manchado pela “herança” de portugueses no passado. 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Bateria retratou a "Corte da Mamata" e fez uma apresentação empolgante sob o comando do mestre João Victor

Isso foi bem representado na bateria que veio retratando a “Corte da Mamata”, tendo à frente a rainha Lucila Victório em tom de azul. Os 100 ritmistas comandados pelo mestre João Victor fizeram uma apresentação utilizando de vários recursos, entre eles uma “paradinha” que convidava os integrantes e público a cantar junto com a escola.

Apesar de todos os problemas contados de um Brasil nas mãos dos colonizadores, a escola de samba encerrou o desfile, com uma grande festa de carnaval, que se confunde com cultura brasileira, ressaltando Corumbá como uma das folias mais expressivas do Brasil.  

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