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Manifestantes bolivianos querem 2º turno e permanecem com bloqueio na fronteira com o Brasil

Leonardo Cabral em 25 de Outubro de 2019

Diário Corumbaense

Manifestantes bolivianos estão na ponte que separa os dois países

Mesmo com vitória no primeiro turno de Evo Morales, conforme aponta o Tribunal Superior Eleitoral, as lideranças políticas da Província de German Busch, afirmaram que a fronteira entre Corumbá e as cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, permanecerá fechada até que se decida pela realização de segundo turno por causa de suspeita de fraude na eleição presidencial. 

“Vamos permanecer com o bloqueio até que possamos de fato ter o segundo turno. O comércio aqui que nos apoia segue abrindo as portas até o meio-dia e na parte da tarde voltam a fechar. Apenas é permitida a passagem de pedestres”, explicou o presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Marcelito Moreira ao Diário Corumbaense.

Um caminhão atravessado na ponte que delimita o território entre os dois países, junto com pedaços de galhos, impede o tráfego de veículos. Manifestantes também estão no local e na noite de ontem se reuniram e cantaram o Hino Nacional Boliviano, como forma de protesto, pedindo respeito à democracia e ao voto.

Jornal El Deber

População em Santa Cruz de La Sierra aproveitou abertura dos supermercados hoje para comprar mantimentos

Rumores dão conta de que militares bolivianos estão aquartelados esperando uma posição do governo, diante da greve geral na Bolívia, que entrou em seu terceiro dia. Eles podem ser autorizados a sair pelas ruas e acabar com os bloqueios existentes em grande parte do território do país andino.

Em Santa Cruz de La Sierra, por conta da greve geral, os supermercados abriram as portas na parte da manhã e alguns estabelecimentos, além da falta de produtos, registravam grandes filas de consumidores. 

Entenda

As eleições presidenciais bolivianas ocorreram no último domingo (20), e a apuração foi acompanhada por polêmica. Em cenário polarizado entre Evo Morales e Carlos Mesa, não faltaram acusações de ambos os lados. Morales acusou Carlos Mesa de delinquente. Carlos Mesa afirma que Morales fraudou o pleito.

O atual presidente contabiliza 47,07% dos votos e Carlos Mesa, seu principal opositor, 36,51%. A diferença entre os candidatos é de 10,56%. Pela legislação eleitoral boliviana, para vencer no primeiro turno, é preciso conquistar mais de 40% dos votos com pelo menos 10% de diferença do segundo colocado.

A Missão de Observação da Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou problemas como a falta de segurança no armazenamento das urnas e a suspensão da apuração e defendeu a realização de segundo turno no país, devido à pouca diferença de votos entre os candidatos.  

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