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Após nove dias de “Paro”, lei é revogada e bolivianos reabrem fronteira

Leonardo Cabral em 17 de Novembro de 2021

Diário Corumbaense

Fronteira da Bolívia com Corumbá nesta manhã após reabertura

A fronteira entre a Bolívia com Corumbá reabriu na noite de terça-feira (16) após nove dias fechada. Os manifestantes suspenderam o “Paro" por volta das 22h, em todo o país, depois da revogação da lei 1386 que permitia ao governo investigar o patrimônio de qualquer cidadão sem ordem judicial, o que levou a comissão multissetorial a convocar a greve nacional.

Essa foi a maior paralisação realizada no país, após os “21 dia de Paro”, como ficaram conhecidos os protestos em novembro de 2019, que resultou na queda do presidente Evo Morales na época. 

Foto Enviada ao Diário Corumbaense

Na estrada Bioceânica movimento era intenso de caminhões do transporte pesado

"Isso representa a luta do povo boliviano, foram quase dez dias de fronteira fechada, avaliamos de forma positiva, mas é bom ressaltar que vencemos uma batalha e não a guerra”, declarou Antonio Chávez Mercado, presidente do Comitê Cívico de Arroyo Concepción em relação a outras reivindicações. “Estamos exigindo que o pacote de leis, dentro da 1386, seja totalmente revogado pelo governo”, completou ao Diário Corumbaense.

Em relação a essas exigências, ele pontuou que "prazo de sete dias foi dado, para que o pacote de leis seja totalmente revogado. Também exigimos dois terços do Senado em votação para aprovações de leis. Caso contrário, nos reuniremos mais uma vez, para definir se iremos retornar ou não com o ‘Paro’”, explicou o presidente Comitê Cívico.

Além da lei 1386, a greve multissetorial questiona também o desenvolvimento econômico e social, o combate à corrupção, o registro comercial, o das estatísticas oficiais, emergência sanitária e promoções na Polícia.

Fronteira

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Polícia realizando o controle do tráfego de veículos na área de fronteira e estrada Bioceânica na noite de ontem

Logo após a abertura da fronteira, o movimento de veículos, principalmente de caminhões, já era bem intenso, pois alguns estavam parados desde o início do fechamento, no dia 08 de novembro. A Polícia Boliviana fez o controle do tráfego para evitar qualquer tipo de eventualidade, como acidente de trânsito por conta da movimentação dos veículos. 

Alguns manifestantes se reuniram próximo ao ponto de bloqueio, no Controle Fronteiriço, para celebrar a revogação da lei depois de votação da Câmara dos Deputados, Senado e sanção pelo presidente Luis Arce. 

“Sabemos que uma greve por tempo indeterminado não se sustenta sem unidade e sem a participação de todos, esperamos continuar articulando com o setor sindical e o setor de transportes para continuar com a participação nas ações que se fizerem necessárias”, explicou Romulo Calvo, que é o presidente do Comitê Cívico Pró- Santa Cruz. O dirigente cívico destacou que permanecerão em estado de alerta contra o pacote de leis que “ameaça à democracia e a liberdade.

Reprodução/ vídeo El Deber

Romulo Calvo, presidente do Comitê Cívico Pró- Santa Cruz durante coletiva e anúncio da suspensão do "Paro"

"Estamos de volta ao trabalho normalmente, porque as medidas de protesto já foram suspensas. Todas as feiras vão abrir e o transporte vai atender, porque todos precisamos trabalhar”, disse Édgar Álvarez, sindicalista de Santa Cruz de la Sierra.

Em Corumbá, a reabertura também traz alívio para o comércio varejista, que viu as vendas despencarem, pois, hoje, os consumidores bolivianos são responsáveis por mais da metade do movimento de vários setores.

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