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Luis Arce diz que oposição à lei é pretexto da “Direita” para evitar julgamento pelos confrontos de 2019

Leonardo Cabral em 11 de Novembro de 2021

Reprodução/ El Deber

Chefe de Estado defendeu a validade da Lei 1386

O presidente da Bolívia, Luis Arce, defendeu ontem (10) a validade da Lei 1.386, que trata da Estratégia de combate à legitimação de lucros ilícitos, e acusou a “direita” de “inventar pretextos” e que os protestos iniciados na segunda-feira (08) visam impedir a continuação dos processos judiciais pelas mortes de civis na crise de 2019, ano em que Evo Morales renunciou.

“Tem que ser louco para pensar que nosso governo vai afetar os mais pobres”, disse o presidente em reunião com a Federação dos Trabalhadores Camponeses Tupac Katari de La Paz, da qual também participou o vice-presidente David Choquehuanca.

“Se revogarmos essa lei, eles vão buscar outra lei. É assim que vão se comportar. Depois, até a Constituição e tudo vão questionar. A revogação da lei não é um assunto que realmente os preocupe. O que os preocupa é que os julgamentos avancem, apesar de nossa Justiça ser muito lenta, eles sabem. Alguém mandou nossos militares atirarem em nossos irmãos pelas costas”, insistiu ao relembrar os confrontos. 

Protestos

Pelo menos seis regiões enfrentam protestos sociais contra a Lei 1.386 e outras regulamentações em uma escalada de violência marcada por denúncias contra grupos de choque do MAS que saíram para desbloquear as estradas que foram fechadas.

Em Potosí, um jovem de 23 anos morreu na terça-feira (09) durante os protestos sociais que ocorreram na Villa Imperial. Os camponeses lutaram contra estudantes cívicos e universitários pelo controle da Praça 10 de Novembro.

O chefe de Estado, que pediu aos camponeses que se organizassem para "não permitir que ocorra o mesmo que aconteceu em 2019", disse que o jovem não foi socorrido pelos bloqueios realizados pela Comissão Cívica Potosinista (Comcipo). Assegurou que os dirigentes dessa organização, “têm que assumir o que aconteceu ao irmão de Potosí que caiu nas mãos da Comcip”, enfatizou.

“O irmão estava lá vivo. Eles pediram uma ambulância, mas o socorro não conseguiu passar. Eles, a Comcipo, estavam bloqueando”, comentou o presidente.

Fronteira com Corumbá

A fronteira das cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suárez com Corumbá está fechada desde segunda-feira e não houve registro de violência até agora.

Não há tráfego de veículos entre as duas nações, apenas é permitida a passagem de pedestres e de ambulâncias em casos de urgência e emergência. 

Com informações do jornal  El Deber.

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