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Maria Elvira transformou paixão em um grande amor pela Império do Morro

Leonardo Cabral em 17 de Fevereiro de 2023

Cheia de brilho, cores e alegria. Quem vê a escola de samba passando pela avenida, não imagina o trabalho que dá para apresentar esse espetáculo. Dentro da agremiação, cada um tem a sua função, mas há muitas pessoas que trabalham por amor. Por isso, esse ano, o Diário Corumbaense abre as “cortinas”, para mostrar o trabalho de pessoas que ficam no anonimato, mas que são fundamentais para que as escolas de samba busquem a nota 10 em todos os quesitos. É o quadro “Eu amo a minha escola”.    

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Maria Elvira Perez, de 69 anos, revendo fotos de quando começou a desfilar na Império do Morro

Boliviana, que conheceu o Carnaval de Corumbá e se apaixonou. Essa paixão, se transformou em amor, sentimento mais puro e verdadeiro que o ser humano pode ter e que permanece vivo há 20 anos. É assim a relação de Maria Elvira Perez, de 69 anos, com o Grêmio Recreativo Escola de Samba Império do Morro, uma das escolas de samba mais antigas da folia de momo corumbaense.

“Quando cheguei em Corumbá, conheci o carnaval brasileiro. Logo me apaixonei pela Império do Morro, que era na Joaquim Murtinho. Eu e minha família íamos olhar a escola, tomei gosto, aí depois da minha filha ter crescido, conversei muito com os responsáveis pela agremiação para que ela entrasse como passista, até que consegui e ela desfilou na época, com 14 anos, fazendo parte do projeto Império do Amanhã. No ano seguinte, resolvi também entrar na passarela do samba e cair na folia na ala das baianas e até hoje, sigo ao lado da minha filha que continua passista”, contou.

Maria ressaltou que a filha foi quem puxou o “carro”, depois, ela, e em seguida o neto. “Depois de nós duas, foi o meu neto que saiu desfilando, ele aprendeu a tocar instrumentos na bateria, mas hoje, não desfila mais”, se lamenta frisando que ela seguiu. "Eu não sei dizer, mas tenho a certeza que a Império do Morro é meu grande amor, tenho esse sentimento por essa escola”, afirmou.

“Quando precisam de mim, aqui estou presente, faço de tudo, coloco até a mão na massa, literalmente. Até na cozinha já entrei para ajudar a minha escola que amo muito, não é preciso que me paguem nada”, completou.

Momento difícil

Maria Elvira contou que nesses 20 anos dedicados à verde e rosa corumbaense, teve seu momento de tristeza. Uma, com a partida de Dona Venância, fundadora da escola e, no ano passado, quando ela não pôde desfilar com a agremiação.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Maria não conteve as lágrimas ao lembrar que não pôde desfilar em 2022

“Uma alegria que sinto, quando lembro de dona Venância e de ela pedindo para todos dançarem. Como ela amava tudo isso. Depois de sua partida a escola seguiu, como desejo dela. No ano passado não desfilei, por causa de um problema de saúde, foi uma tristeza imensa, chorei muito, todos me deram força. Mas esse ano, lá estarei sambando e rodando o triplo, para descontar o ano passado que não estive na avenida”, falou entre lágrimas e depois logo soltou um largo sorriso.

“Aqui estarei sempre quando a minha Império precisar. Até quando eu puder e tiver forças”, finalizou Maria Elvira.

História da minha história  

Com o enredo “História da minha História”, a escola de samba Império do Morro, traz para a avenida General Rondon um resgate dos carnavais da agremiação nos 65 anos de fundação.

“Este enredo é uma homenagem da Império para  a própria Império nos 65 anos. Queremos fazer um grande desfile, após uma apresentação difícil em 2022. Por isso, esse ano estamos fazendo um carnaval de superação, a gente vai trazer de volta as pessoas que são apaixonadas pela verde e rosa, uma mistura de gente da melhor idade, junto com essa criançada e juventude, fazendo uma grande festa em homenagem a nossa Império do Morro”, explicou o carnavalesco Manoelzinho que está de volta à agremiação.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Manoelzinho (à direita), carnavalesco da Império: escola vem para brigar pelo título

Ele adiantou que a agremiação se prepara para fazer um carnaval inesquecível. “Carnaval lindo, com várias passagens, dos tempos antigos aos dias atuais, vamos retratar nas alas as ‘Minas do Rei Salomão’, ‘Amazonas estado gigante’, carnavais da Império. Vamos trazer pessoas que amam a Império, gente que conseguimos resgatar, que estava afastada. Estamos vindo para disputar esse título sim, estou confiante na agremiação”, garantiu Manoelzinho.

A Império do Morro é uma das dez escolas de samba que irão concorrer na 13ª edição do Esplendor do Samba, realizado pelo Diário Corumbaense

Grêmio Recreativo Escola de Samba Império do Morro

Fundação: 1958

Presidente: Robson “Xuxa”

Cores: Verde e rosa

Carnavalesco: Manoelzinho

Enredo: História da Minha História”. 

Samba-enredo: “História da Minha História”

Compositores do samba-enredo: Pedrão, Nino Smith e Adelmo Luiz

Intérprete: Nino Smith

Número de componentes: 900

Número de alas: 14

Número de carros alegóricos: 5

Componentes da bateria: 100

Porta-bandeira: Walessa

Mestre-sala: Edelton

Rainha da bateria: Carol Duarte

Mestre de bateria: João Victor

Informações: (67)- 981974022 / 999872477


Letra do samba-enredo : 

Tem que respeitar a minha história

Plantando sementes, colhendo vitórias

Só quem é Império é capaz de dizer

Que o verde e rosa é razão de viver


Humilde é a minha origem

Mas meu orgulho não posso negar

Nasci na Cervejaria

E virei a paixão popular

O amor de uma sambista

Por um nobre carpinteiro

Fez o sonho acontecer

Eu nasci coroada

Pela cidade aclamada

E hoje você para pra me ver


Na Amazônia, vi um estado gigante

E visitei as minas do rei Salomão

Cantei Perfume e Izulina Xavier

Exaltando o Flamengo, essa grande nação


O pulsar da bateria

Embala as batidas do meu coração 

Se um dia adormeci,

Hoje renasci, difícil conter a emoção 

Trinta e três estrelas cintilantes

Bordando mais uma no meu pavilhão

Pelas crianças, o arco-íris do amanhã

Serei novamente campeã 

Império... É seu destino... O seu afã