Componentes essenciais, Reverthon e Juquinha, ajudam a Acadêmicos a falar sobre a combinação dos signos

Leonardo Cabral em 10 de Fevereiro de 2023

Cheia de brilho, cores e alegria. Quem vê a escola de samba passando pela avenida, não imagina o trabalho que dá para apresentar esse espetáculo. Dentro da agremiação, cada um tem a sua função, mas há muitas pessoas que trabalham por amor. Por isso, esse ano, o Diário Corumbaense abre as “cortinas”, para mostrar o trabalho de pessoas que ficam no anonimato, mas que são fundamentais para que as escolas de samba busquem a nota 10 em todos os quesitos. É o quadro “Eu amo a minha escola”.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Reverthon River está há dez anos na Acadêmicos: "é amor mesmo que tenho pela escola"

Com a mão na massa e atento para o que O Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Pantanal precisar, o aderecista Reverthon River Martines, que também é diretor de carnaval, ajuda a elaborar as fantasias para que a agremiação entre na Avenida e faça sua apresentação aos jurados e ao público.

Já são 10 anos de muitas histórias, demonstrando o verdadeiro amor que sente pela Acadêmicos, escola que se apegou e criou laços, onde o sentimento de amizade é soma ao amor pelo Carnaval. Ele já atuou em outras escolas de samba, mas foi na Acadêmicos do Pantanal que se sentiu acolhido.

“Estar na Acadêmicos do Pantanal durante todos esses anos, representa amizade sincera e verdadeira com a carnavalesca Jackelyny Pazzolyny. Já passei por outras escolas, mas aqui fiquei. É aqui, onde encontro apoio nos momentos de tristeza, um abraço amigo que alivia, e também de alegria, para fazer um bom trabalho e apresentar na avenida", falou Reverthon que trabalha como voluntário durante todo esse tempo. “É amor mesmo que tenho por essa escola. Tenho trabalho fixo, mas sempre estou aqui para contribuir”, completou.

Reverthon chegou como aderecista, logo em seguida foi ganhando espaço e confiança na agremiação. Sempre está no barracão da agremiação, que fica na rua Wenceslau de Barros, no bairro Aeroporto. “Diretor não é para estar apenas na avenida, é para estar também dentro da escola. Lá na Avenida é glamour, é a hora do nosso reconhecimento e de toda equipe que faz escola, mas que antes, precisa de todos nós aqui trabalhando, para fazer um lindo desfile”, ressaltou.

Na hora da apresentação, ele faz questão de checar todos os detalhes. “Temos a responsabilidade de montar a escola, antes do cronômetro começar a valer, ver se cada componente está na sua ala, cada ala está ok, somos responsáveis por todos esses conjuntos, aí, na hora que dispara o cronômetro, vem a sensação de gratidão e dever cumprido. Faço um passeio pela escola montada, não há palavras para descrever esse momento, ainda mais quando o público aplaude, canta o samba, dança, interage, essa é a grande recompensa”, afirmou.

Aprendeu profissão na Acadêmicos

Carregando uma grande responsabilidade, ainda mais por proporcionar a "olho nu" a beleza da escola de samba, Jonathan dos Santos Oliveira, de 21 anos, é o responsável pelas esculturas e pinturas dos carros alegóricos da Acadêmicos.

“Juquinha”, como também é chamado carinhosamente por todos, relembra que já são nove anos trabalhando como escultor, mas aprendeu a desenvolver a arte na Acadêmicos.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

"Juquinha" aprendeu a arte da escultura ao longo dos anos na Acadêmicos

“Sei da responsabilidade que tenho, sem escultura que graça teria o carnaval e o carro alegórico, né? Abracei a Acadêmicos, pois foi minha porta de entrada para o meu lado profissional. Atuo em outras escolas de samba, mas é aqui que meu carinho e consideração são bem maiores. Tenho a liberdade de trabalhar, até palpites eu dou e isso é fundamental”, contou Juquinha.

Estar na Acadêmicos, para ele é como se estivesse em família, onde a maior alegria é poder saber que ajudou, mais uma vez, no desfile da agremiação.

“Saber que está tudo pronto para entrar na avenida é uma emoção grande e gratificante, pois é o nosso esforço, trabalho, sonho realizado que é exposto para toda a população. Os aplausos, o samba sendo cantado e o público vibrando com a passagem da escola de samba não têm preço. Aqui dou o sangue pela escola, literalmente", disse Juquinha, que também faz questão de desfilar.

Os signos

Última a se apresentar no domingo de Carnaval, a Acadêmicos do Pantanal, trará para a passarela do samba um tema que deve cair no gosto do público. A agremiação vem falando dos signos, com o enredo: “Será que seu signo combina com o meu?”.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Carnavalesca Jackelyny Pazzolyny

“Estamos na reta final, mexendo ao mesmo tempo com os carros alegóricos e algumas fantasias. Mas na verdade, a gente só acaba a escola quando ela está na avenida, pois o tempo todo estamos ajustando algumas coisas, sonhando ou idealizando. Sobre o enredo, é uma criação minha, sempre desejei falar dos signos, já que fazem parte do cotidiano de todos nós. Toda pessoa, pelo menos a maioria, confere o horóscopo para saber o que o dia lhe reserva. Os signos influenciam no dia a dia das pessoas”, explicou carnavalesca Jackelyny Pazzolyny.

Ela ainda ressaltou que conforme os anos passam, a Acadêmicos do Pantanal vai se aperfeiçoando. “Podem ter certeza que vamos com fantasias maravilhosas, feitas aqui a mão, gosto de criar. As fantasias estão bonitas, somos a última escola a desfilar no domingo e quem nos prestigiar, vai se encantar, porque a escola está bonita”, afirmou.

A Acadêmicos do Pantanal é uma das dez escolas de samba que irão concorrer na 13ª edição do Esplendor do Samba, realizado pelo Diário Corumbaense.

Ficha Técnica:

Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Pantanal

Fundação: 25/07/2001

Presidente: Nando Costa

Cores: Verde, branco, azul e amarelo

Carnavalesca: Jackelyny Pazzolyny

Enredo: “Será que seu signo combina com o meu?”.

Samba-enredo: "Será que seu signo combina com o meu?"

Compositores: Ailson Picanço e Felipe Ursa Maior.

Intérprete: Flávio do Cavaco

Mestre de Bateria: Aleson Galeano "Da Pantanal"

Número de componentes: 500