Ajudando a “costurar” o enredo, Rosinha vê Estação Primeira apostar na história do circo

Leonardo Cabral em 11 de Fevereiro de 2023

Cheia de brilho, cores e alegria. Quem vê a escola de samba passando pela avenida, não imagina o trabalho que dá para apresentar esse espetáculo. Dentro da agremiação, cada um tem a sua função, mas há muitas pessoas que trabalham por amor. Por isso, esse ano, o Diário Corumbaense abre as “cortinas”, para mostrar o trabalho de pessoas que ficam no anonimato, mas que são fundamentais para que as escolas de samba busquem a nota 10 em todos os quesitos. É o quadro “Eu amo a minha escola”.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Costurando histórias na Estação Primeira, Rosinha diz que amor pela escola é inexplicável

Há dois anos morando em Campo Grande, Rosalina da Cruz, de 62 nos, não deixa a Estação Primeira do Pantanal. Mesmo vivendo fora do município pantaneiro, ela faz questão de retornar no carnaval e ajudar a agremiação na preparação do desfile.

É na máquina de costura que ela vai ajudando a confeccionar as fantasias e a montar a agremiação. Um trabalho de muita responsabilidade, pois nada pode sair errado.

“Rosinha da Estação”, como também é chamada, está na escola desde a fundação, em 2011. Já se vão longos 12 anos de muita dedicação. Para ela, o amor pela escola é inexplicável.

“Já tem dois anos que arrumo as minhas malas e venho de Campo Grande, para Corumbá. Tenho maior admiração, carinho e amor, aqui me sinto acolhida e como se tivesse em família. Cada peça que termino, fico muito satisfeita”, disse Rosinha que antes da Estação, já tinha experiência de costura em outras escolas de samba.

Além do trabalho na costura, Rosinha, que mantém toda a concentração e não para de costurar mesmo falando com a equipe do Diário Corumbaense, resume todo o esforço e muita dedicação.

“Creio que não há uma explicação a não ser amor que sinto pela Estação. É uma sensação incrível poder estar aqui todos os anos, sentada e costurando. Se precisar que faça trabalhos em outros setores, encaro. Na verdade, aqui, faço de tudo um pouco. É muito bom, é maravilhoso”, falou.

Ela contou que o momento mais especial é o do desfile. “Saio na diretoria da ala das baianas. Ver a escola preparada para descer para a avenida, é uma sensação que não tem como explicar, só quem passa sabe do que estou falando e a recompensa é ver o público, vibrando, aplaudindo, ovacionando e cantando junto com a gente. Esse sim, é meu maior pagamento. Não há nada melhor do que sentir o calor dos foliões”, disse Rosinha.

O mundo do Circo

Com o enredo: “Hoje tem alegria... Tem sim, senhor! Batam palmas que o Circo chegou!”, a Estação Primeira vem para disputar o título do Carnaval de Corumbá.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Carnavalesco Marcos Rorras diz que escola já está em seus últimos detalhes

“Quando falamos do circo, muitos relacionam com palhaços, malabaristas, mas a pegada será mais para a parte histórica, onde surgiu o primeiro circo no mundo, o registro de circos na China milhares de anos depois, até chegar os dias atuais”, explicou o carnavalesco Marcos Rorras.

Ele ainda ressaltou que essa arte que dominou o mundo tem que ser explorada. “É uma arte que está se perdendo com o tempo, por isso vamos mostrar a evolução do circo desde seu início até os dias atuais. A escola vem bem colorida e o público pode aguardar uma bela apresentação. Também vamos destacar o Cirque du Soleil, um dos mais famosos do mundo, os circos que antes, atuavam com animais e que hoje é uma prática proibida”, lembrou.

A Estação Primeira do Pantanal é uma das dez escolas de samba que irão concorrer na 13ª edição do Esplendor do Samba, realizado pelo Diário Corumbaense.

Ficha Técnica

Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira

Fundação: 30/04/2011

Presidente: Walbe Pierre Messias

Cores: Amarelo, Branco e Vermelho

Carnavalesco: Marcos Rorras

Enredo: “Hoje tem alegria... Tem sim, senhor! Batam palmas que o Circo chegou!”.

Samba-enredo: “Hoje tem alegria... Tem sim, senhor! Batam palmas que o Circo chegou!”.

Compositores: Anderson Picanço, Renan de Oriximiná

Intérprete: Anderson Bala

Mestre de Bateria: Felipe Carvalho

Número de componentes: 600