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Telma e Elaine não medem esforços para ver A Pesada brilhar na Avenida com São Cosme e Damião

Leonardo Cabral em 16 de Fevereiro de 2023

Cheia de brilho, cores e alegria. Quem vê a escola de samba passando pela avenida, não imagina o trabalho que dá para apresentar esse espetáculo. Dentro da agremiação, cada um tem a sua função, mas há muitas pessoas que trabalham por amor. Por isso, esse ano, o Diário Corumbaense abre as “cortinas”, para mostrar o trabalho de pessoas que ficam no anonimato, mas que são fundamentais para que as escolas de samba busquem a nota 10 em todos os quesitos. É o quadro “Eu amo a minha escola”.  

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Telma começou como aderecista e hoje é uma das principais integrantes da escola de samba

“Telma”, esse é o nome mais chamado dentro da quadra do Grêmio Recreativo Escola de Samba A Pesada, que fica na Ladeira Cunha e Cruz. De um lado para o outro, dentro e fora da agremiação, de moto, carro, a pé, lá vai ela atender a todos. Essa é a rotina diária da Telma Conceição Leite da Silva.

Essa dedicação já tem 10 anos. Telma desce todos os dias do bairro Jardim dos Estados para o barracão. Trabalhando de aderecista no começo, com o passar do tempo, ela foi conquistando a confiança e, o melhor, demonstrando um ótimo trabalho.

“Entrei em 2013 como aderecista, depois fui adquirindo experiência, e hoje, ajudo na confecção das fantasias, fico à disposição do carnavalesco, também faço questão de ensinar outras pessoas que também estão chegando ou têm qualquer dificuldade. Procuro aperfeiçoar o meu próprio trabalho para que tudo saia perfeito, é corrido, mas tenho o maior prazer de estar aqui”, disse com um sorriso contagiante.

Além do sorriso, os olhos de Telma brilham quando pronuncia o nome da A Pesada. “Só sei que é um amor inexplicável que sinto por essa escola. Tenho três sobrinhos na comissão de frente, minha filha sai como guardiã da Rainha de bateria, minha tia também desfila, enfim, a família toda acabou se envolvendo, e não tem como não se envolver, aqui é uma harmonia maravilhosa”, contou.

Para ela, todo o trabalho e esforço têm uma só recompensa, ver a escola de samba impecável na avenida. “Ver o público, a emoção de todos eles, é o reconhecimento de um trabalho, desde a primeira semana, a primeira fantasia que a gente faz, adereço que a gente prega, tudo que é feito ao longo desses meses, é gratificante. Aqui tenho 'carta branca' e agradeço por tudo. Gratidão, amor e trabalho, eu gosto de estar aqui e vou ficar até quando puder. É cansativo, mas é gostoso, é correria o dia todo, até domingo estamos aqui a todo vapor. Realmente, amo a minha escola”, afirmou Telma emocionada.

O mesmo sentimento pulsa o coração de Elaine Cristina Dias, que viu o amor pela escola só aumentar ao longo dos anos. Ela é casada com um dos filhos do fundador da agremiação, Ney Colombo.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Elaine sempre está firme para garantir que a escola leve espetáculo para a avenida

“Um amor incondicional, abracei mais que a minha família, quando tem carnaval a gente fica mais aqui na quadra do que na casa da gente, tenho amor pela Pesada. A escola está no meu coração, meus filhos criados aqui dentro, gostam de tocar. Meu pai, minha mãe, trouxe eles para a Pesada. Sempre quero o bem, procuro dar tudo, vigio tudo, desde as alas, carros, para que tudo saia perfeito”, disse Elaine.

O sentimento cresce no dia do desfile, momentos antes de a escola entrar na avenida. “Antes do cronômetro rodar, a gente prepara a escola, os foliões ali na concentração, tudo é um conjunto, do começo até o final. É uma emoção grande, ver a escola pronta, ver a minha família ali dentro. Depois do desfile, estou lá recolhendo as fantasias que ficam para trás, colocamos no caminhão e trazemos para a quadra. Depois arrumar e deixar organizado. A Pesada é amor, fidelidade e emoção”, relatou.

Cosme e Damião cadê Doum?

A Pesada retratará no enredo uma das tradições mais antigas e que fazem a alegria da criançada em Corumbá. O enredo é “São Cosme e São Damião, que a doçura e a inocência da criança invadam nossos corações”.

Sobre ele, Roberto Bárrios Padilha, carnavalesco e conhecido como “Bettinho”, explicou que a escola de samba vem com muitas surpresas para a avenida.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Carnavalesco Bettinho está de volta após cinco anos afastado

“A Pesada vem para fazer um show. Vamos surpreender o público, trazendo os devotos de São Cosme e Damião, abordando os festeiros que fazem a festa, que fazem distribuição e doces e vamos fazer isso na avenida também, honrando essa tradição que já vem de décadas”, disse.

Além disso, o carnavalesco, que está de volta à Folia de Momo, após cinco anos afastado, falou que a escola vai contar a história dos irmãos gêmeos. “São Cosme e Damião são cultuados na religião católica, umbandista e candomblé, que são religiões fortíssimas em Corumbá, uma das cidades do Brasil que diferentemente festeja os santos”, destacou.

A Pesada é uma das dez escolas de samba que irão concorrer na 13ª edição do Esplendor do Samba, realizado pelo Diário Corumbaense

Grêmio Recreativo Escola de Samba A Pesada

Fundação: 06/01/1970

Presidente: Ney Colombo

Cores: Azul, amarelo, branco e rosa

Carnavalesco: Bettinho Padilha

Enredo: “São Cosme e São Damião, que a doçura e a inocência da criança invadam nossos corações”.

Samba-enredo: “São Cosme e São Damião, que a doçura e a inocência da criança invadam nossos corações”

Compositores: César Uig, Marquinhos do Banjo e Gugu das Candongas

Intérpretes: Ito Melodia, Zeca da Pesada, Lilico, Robo e Aline

Mestre de Bateria: Diego Rojas

Número de componentes: 800

Número de alas: 17

Número de carros alegóricos: 4 + um tripé

Componentes da bateria: 100

Porta-bandeira: Franciele Ramalho

Mestre-sala: Robson

Rainha da bateria: Izaura Colombo

Informações: (67)- 99699-1034

Letra do samba-enredo

Cosme e Damião cadê Doum,

Tá na Aruanda na falange de Ogum           Bis

Cosme e Damião cadê Doum,

Abençoando o coração de cada um


Guardiões da Intolerância

Nuvens negras vão se espalhar

A ordem do Imperador

Renegue seu Cristo ou vai sentir dor

Mártires foram condenados

Gente do povo, nobre doutor

tira de mim o que quiser

Matou meus sonhos mas não perdi a fé

Chega no Brasil o colonizador

Misturando raças, sincretizou                Bis

Veio o Santo e a prece

O canto ecoou, ao som do tambor

Onipé Ibéji!  Oni Ibeijada!

Com muito axé, salve todos os Orixás

Eparrey Oyá, traz ventania

Kaô meu pai com seus filhos na folia

Tem erê na magia da fé

Na umbanda ou no candomblé

Odoyá, traz as águas pro terreiro

Cadê Doum esse filho que não veio


Tem caruru e doce para a criançada

Se lambuzar nessa festa da A Pesada        Bis


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