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Agosto termina como o mês com menor registro de focos de incêndios no Pantanal

Leonardo Cabral em 31 de Agosto de 2022

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Foram registrados 78 focos de incêndios até 30 de agosto

Agosto está terminando como o mês com o menor registro de focos de incêndios no Pantanal. Diferentemente dos últimos dois anos, quando grandes áreas foram devastadas pelo fogo, principalmente em 2020, neste mês, foram apenas 78 focos identificados no bioma pantaneiro até 30 de agosto.

Os dados são do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em agosto de 2021, foram 1.505 focos; no mesmo mês, em 2020, mais de 5.900 focos, ou seja, nesses dois anos, houve o maior registro de incêndios florestais nos últimos 20 anos.

Há duas explicações para a diminuição dos focos de incêndios: a chuva, que caiu acima da média para o mês e o trabalho de prevenção e monitoramento de equipes do Corpo de Bombeiros Militar, brigadistas do Prevfogo e brigadistas voluntários, que além do combate, orientam moradores e donos de propriedades.

Na Serra do Amolar, considerada uma das áreas mais preservadas do bioma pantaneiro, há uma base avançada do Corpo de Bombeiros Militar, com o intuito de permitir rápida intervenção em caso de ocorrência de focos de calor. 

O uso da tecnologia também ajuda na prevenção. A Serra do Amolar, área que foi afetada pelo fogo em anos anteriores, recebeu o projeto “Abrace o Pantanal” e desde junho, a região passou a ser “vigiada”, por câmeras, de alta resolução, que detectam foco de incêndio a uma distância que pode chegar a 40 km.

Cada câmera tem a capacidade de detectar focos de incêndio em questão de segundos, com identificação do local exato do foco, acelerando os protocolos de identificação e combate. Há, ainda, a detecção back-up de pontos de calor por satélites, que podem complementar a proteção de áreas que sofram menor pressão humana, assim como índice de risco de incêndios.

Incêndios nos últimos dois anos

Os incêndios de 2020 no Pantanal foram os piores da história do bioma, resultando em mais de 26% de seu território consumidos pelo fogo, atingindo principalmente o Pantanal norte (Poconé, Barão de Melgaço e Cáceres), e a Serra do Amolar, no Pantanal Sul. Já em 2021, apesar de proporções menores, 12,6% do bioma foram consumidos pelo fogo, desta vez, concentrados principalmente no Pantanal Sul, na região de Corumbá, Miranda e Aquidauana.

Em 2021, o Pantanal teve 1.945.150 hectares consumidos pelas chamas, índice 49,7% menor comparado a totalidade de área queimada em 2020, que teve 3.909.075 hectares (26% do bioma) queimados. Os dados de 2021 são valores aproximados, informados pelo LASA/UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.