Campo Grande News em 02 de Agosto de 2022
Ben-hur foi preso em Dourados e é cunhado de Lucimara Rosa Neves, de 43 anos, governanta da casa de Andreia e que, junto com a filha Jéssica Neves Antunes, de 24 anos, confessou ter tramado o assalto que acabou provocando a morte de Andreia. As duas mulheres foram presas no mesmo dia do crime, mas Pedro estava foragido.
Ao delegado Francis Flávio Freire, Ben-hur disse que inicialmente ele e as empregadas de Andreia tentaram constranger a vítima na tentativa de forçá-la a fazer um PIX. "Uma hora falou em R$ 20 mil, outras vezes R$ 50 mil e R$ 80 mil. Fala cada hora uma coisa", disse Francis. Mas o plano deu errado e ele matou Andreia asfixiada.
Pedro diz que acreditou que ela estivesse apenas desmaiada, até se dar conta que ela não apresentava mais sinais vitais. Contudo, a principal linha de investigação da Polícia Civil é de que o crime tenha sido premeditado.
"Susto"
Para a polícia, Lucimara aponta que a irmã de Andreia teria mandado "dar um susto" na vítima. Por enquanto, a Polícia Civil não encontrou nada que demonstre a participação da irmã no crime. Por outro lado, o delegado Francis afirma que não descarta o envolvimento de outras pessoas no latrocínio.
Ben-hur foi preso por força de mandado de prisão preventiva e deve passar por audiência de custódia.
O plano
A ideia de simular o roubo surgiu há 15 dias, alega Lucimara, quando a irmã de Andreia lhe propôs pagamento de R$ 50 mil para que convencesse a patroa a assinar um documento, “usando os meios que quisesse”. As irmãs tinham uma briga relacionada a cabeças de gado.
Segundo a governanta, a irmã da patroa, contudo, não sabia detalhes do plano. A intenção, alega Lucimara, era lucrar algum dinheiro com o assalto e depois, fazer Andreia acreditar que a irmã havia enviado o criminoso como uma ameaça de morte.
Cronologia
Lucimara conta que chegou à casa da patroa, em condomínio luxuoso por volta das 06h40. Narrou à polícia que encontrou Andreia ainda acordada, fazendo uso de bebidas alcoólicas. Jéssica afirma que chegou às 07h. As duas trabalharam normalmente.
Ela disse que limpou a casa, recolheu garrafas de bebida, lavou a calçada, passou roupas e depois disso, chamou sua filha Jessica para ir às compras, em atacadista na Rua Marquês de Lavradio. A nota fiscal do supermercado mostra que as duas terminaram de passar os produtos no caixa, às 10h16. Pelos itens, as empregadas desembolsaram R$ 786,69 pagos no cartão de uma delas depois que a patroa havia feito Pix de R$ 1 mil.
Conforme o plano, foi no estacionamento que Pedro se juntou às duas. Do mercado, o trio passou em loja de utilidades, na Avenida Ministro José Arinos, para comprar a arma de brinquedo que seria usada na encenação. Depois, passaram em um posto de combustíveis para comprar cigarros e seguiram para o condomínio.
Na casa de Andreia, segundo as duas depoentes, primeiro entraram Pedro e Jéssica, fingindo estar refém. Ainda de acordo com os depoimentos, a vítima resistiu à investida do assaltante para amordaçá-la. Ela se debatia e ele apertava um pano contra o rosto dela, até que Andreia desfaleceu.
Só depois, o corpo de Andreia foi levado para o andar de cima da casa. Lucimara relatou que jogou água na tentativa de acordar a patroa, mas foi em vão. Ela levou o assassino até a casa dele, no Tiradentes, voltou para a residência da patroa e junto com a filha, pediu ajuda a um vizinho.
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