Leonardo Cabral em 10 de Novembro de 2019
Diário Corumbaense
Mesmo com chuva, fronteira segue fechada até que haja determinação do Comitê Cívico de Santa Cruz
A convocação foi feita após a Organização dos Estados Americanos (OEA), confirmar que houve irregularidades na eleição do dia 20 de outubro e recomendou nova votação.
O resultado foi contestado pela oposição e, no dia 23 de outubro, começou a greve geral que atingiu toda a Bolívia, inclusive a fronteira das cidades de Arroyo Concepción, Puerto Quijarro e Puerto Suárez com Corumbá, que está fechada há 19 dias. No dia 30, a OEA iniciou auditoria no processo eleitoral.
De acordo com a OEA, relatório preliminar sobre o processo eleitoral na Bolívia indica que, considerando as projeções estatísticas, é possível que o candidato do MAS Evo Morales esteja em primeiro lugar e o candidato Carlos Mesa, da Comunidade do Cidadão, em segundo, porém há 14 observações sobre o cálculo oficial. Conclui-se que o processo não seguiu "boas práticas ou respeitou os padrões de segurança" e portanto, a integridade das eleições não pode ser garantida.
Ainda menciona que, diante do frágil controle, "qualquer um poderia acessar para ter funções de administrador no software usado para a apuração dos votos, uma vez que, por exemplo, uma pessoa poderia iniciar muitas sessões com seus dados, entre outras inseguranças".
Reprodução/Jornal El Deber Evo Morales convocou novas eleições e renovação dos membros do Supremo Tribunal Eleitoral
O relatório considera "inaceitável" que, durante o processo eleitoral, o banco de dados tenha sido acessado diretamente, com o argumento de "anulação" de votos.
Novas Eleições
Diante de todos esses argumentos, Evo Morales, em seu pronunciamento, logo após a emissão do relatório da OEA, convocou novas eleições presidenciais e também anunciou a renovação dos membros do Supremo Tribunal Eleitoral.
Morales, sem mencionar o pronunciamento da OEA, alertou que a Bolívia está passando por momentos de conflito e disse que, depois de ouvir as organizações sociais que o apoiam, decidiu renovar todos os membros do Supremo Tribunal Eleitoral.
"Vamos realizar novas eleições nacionais que, através da votação, permita ao povo boliviano eleger democraticamente suas novas autoridades, incorporando novos políticos", disse Morales. Em seguida, o presidente pediu para "reduzir toda a tensão" para pacificar o país que enfrenta uma onda de protestos e manifestações. Três pessoas morreram nos confrontos entre opositores e partidários de Morales: um rapaz de 20 anos em Cochabamba e dois homens na região de Montero, em Santa Cruz.
O presidente acrescentou que, nas próximas horas, a Assembléia Legislativa Plurinacional (ALP), de acordo com todas as forças políticas, estabelecerá os procedimentos para eleger os novos membros do TSE.
Greve geral
Ao Diário Corumbaense, a presidente do Comitê Cívico Feminino de Puerto Quijarro, Rosário Hurtado de Gallardo, reforçou a satisfação do reconhecimento de fraude, mas a fronteira permanece fechada até que haja uma determinação geral do Comitê Cívico de Santa Cruz.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Bolivianos foram às urnas no último dia 20 de outubro
Na última sexta-feira, 08 de novembro, a mobilização contrária à reeleição de Evo Morales, teve a adesão de parte da Polícia Boliviana, que se amotinou. O governo respondeu com um comunicado no qual denunciava um plano de golpe de estado.
Os policiais dos estados de Cochabamba, Sucre e Santa Cruz foram os que iniciaram os motins. Na capital La Paz, a rebelião começou no sábado (09). Na sexta-feira à noite, em Puerto Suárez, os policiais também declararam apoio aos manifestantes na fronteira com Corumbá.
Com informações do jornal El Deber.
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