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Projeto de governo pode resgatar desenvolvimento e autoestima corumbaense, diz Ruiter

Da Redação em 16 de Setembro de 2016

Ex-prefeito de Corumbá entre 2005 e 2012, Ruiter Cunha de Oliveira (PSDB), 52 anos, busca na eleição deste ano retomar o comando da Administração Municipal. O candidato da coligação “Juntos Por Corumbá” afirmou ter projeto de governo “capaz” de promover a recuperação do desenvolvimento da cidade e a autoestima do povo corumbaense. “Tenho percebido que o corumbaense perdeu novamente sua autoestima. Eu quero ser prefeito para recuperar a autoestima do nosso povo e da nossa gente. Tenho um projeto de governo capaz de fazê-lo. Afirmo isso porque fui convidado a participar de um projeto de governo junto com uma liderança regional com postura de liderança nacional. Me refiro ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que nos convidou a participar junto com ele de um projeto que, de fato, possa realizar ações em beneficio de nossa cidade. Como corumbaense que sou, sendo convidado a participar de um projeto desse, me interessei e novamente estou postulando ser prefeito de Corumbá”.

Ruiter encerra a série de entrevistas do Diário Corumbaense com os três postulantes à Prefeitura. Confira em 11 tópicos as propostas de governo dele.   

EDUCAÇÃO

“É um tema essencial para termos uma cidade respirando cidadania na sua plenitude. Isso significa investimentos na educação, em todos os seus aspectos. Vamos dotar a educação de melhor estrutura, principalmente o protagonista da educação, que é o professor, investir em sua capacitação cada vez mais e para que de fato o professor preste um serviço de qualidade e o faça satisfeito. Que ele esteja feliz ao exercer essa profissão, entendemos que assim fazendo, teremos como resultado final as nossas crianças e jovens, que são o alvo da Rede Municipal de Ensino, com possibilidade de ter uma educação melhor. Nossa proposta é fazer que isso aconteça, trazer novamente não só o professor, mas toda a educação, o servidor da educação motivado para nos ajudar na busca de uma política pública educacional de maior qualidade, voltada para beneficiar e resgatar de fato uma educação melhor na nossa cidade.”

CULTURA

“A cultura regrediu em nosso município, como outros setores. Precisamos recuperar e potencializar novamente nossa cultura de uma forma geral. Vemos que as grandes tradições culturais do nosso município, como o carnaval e o Banho de São João, por exemplo, não são feitos com a alegria do povo corumbaense. Em não o fazendo, o corumbaense não consegue transmitir a alegria necessária e assim contagiar a si e a quem nos visita. A cultura precisa novamente ter um foco com atenção especial. Tivemos o carnaval, uma festa tradicional que nós procuramos dotá-lo de infraestrutura maior a cada ano que passava. Entendemos que além de fazer parte da nossa história, nossa tradição, também é indutor da economia local, pode se transformar, como se transformou, em fator gerador de riqueza e de oportunidade para nossa gente, que aliás, nessa questão de geração de oportunidades temos visto também pessoas que viviam desses eventos, principalmente as que mais precisam, como ambulantes e pequenos comerciantes, perderam muito espaço pela dificuldade do poder público direcionar o evento para que exerçam sua atividade. Nosso compromisso é facilitar, resgatar e dar condição para essas pessoas de exercerem sua atividade de forma mais segura, que possa transformar em renda esse momento para ele. Na cultura vejo ser fundamental a necessidade de buscar espaço para divulgar nosso município. Embora entre na questão do turismo, a cultura nesse aspecto é fundamental. O corumbaense tem orgulho de falar de sua raiz, contar sua história, tem um jeito especial de fazer isso que encanta quem nos visita. Temos de potencializar isso, estamos propondo a criação de um Centro de Tradições Pantaneiras, que terá espaço para comércio, gastronomia com uma área para eventos, para que nossos artistas tenham oportunidade de se apresentar com maior frequência e assim valorizar o artista local. Esse Centro de Tradições Pantaneiras agregará comércio, cultura, turismo, gastronomia num grande espaço, temos ideia de onde pode ser instalado. Isso também dará condições de gerar renda e oportunidades para muitas pessoas.”

Ruiter acredita que ano que vem município pegará "curva ascendente" no que se refere à economia

SAÚDE

“A saúde regrediu muito. Fizemos muitas ações, deixamos projetos encaminhados para que pudesse cada vez mais aprimorar o atendimento às pessoas e vimos que isso regrediu, não foi feito. Tivemos a UPA, que entregamos com 85% dela pronta e ao mesmo tempo deixamos recursos para construção de uma segunda UPA, que infelizmente não foi feita. Acredito que se tivesse sido feita, daria uma condição melhor à saúde. Houve a redução no plantão odontológico, tivemos redução no plantão noturno, que desafogava a rede e dava oportunidade às pessoas que não têm outro horário para buscar atendimento, de terem num horário diferenciado, funcionavam até às 23 horas, duas unidades básicas de saúde. Nossa proposta é restabelecer isso novamente, principalmente para esse público que trabalha o dia inteiro e não tem condição de ser atendido. Não podemos jogar todas as pessoas para o pronto-socorro, o Município precisa dar condições de as pessoas serem atendidas num horário diferenciado. Vamos resgatar, porque temos recebido muitas reclamações em relação a isso. A questão imediata, temos andado e visto, é que várias situações podem ser resolvidas por critério de gestão e não estão sendo. Um exemplo, a realização de determinados exames laboratoriais para as pessoas, temos visto uma longa fila de espera, acima do normal, algumas de seis, oito meses. Pessoas reclamando e não têm sido atendidas. O compromisso nosso, de imediato, é diminuir essa fila. Assim como o governador fez a Caravana da Saúde para diminuir pendências, também estamos pensando nisso. Tão logo a gente chegue à Prefeitura é priorizar quem está na fila de espera para que possamos desafogar, dar um conforto a essas pessoas que estão há algum tempo necessitando de pronto atendimento do poder público. Vamos ter parceria do Governo do Estado para isso.”

TURISMO

“O turismo de pesca está muito bem estruturado e por isso há uma visão muito focada nele, o que é muito importante para o município. Precisamos também, apoiar a diversificação do turismo. Temos o turismo de eventos, está aí o Centro de Convenções que tivemos oportunidade de construir e que a gente vê que até agora não está sendo utilizado em sua plenitude. Deixamos pronto o centro de convenções na parte estrutural, faltando o auditório, que parece que até hoje não foi finalizado como deveria ser. Transformando o auditório e tendo condições, de fato, de receber determinados segmentos, o turismo de eventos pode ser implementado. A gente perde oportunidades de trazer para Corumbá algum tipo de evento por não ter um espaço condizente para receber as pessoas. Precisamos finalizar algumas obras que vão dar retorno imediato para as pessoas. Tem que parar com essa visão, que eu acho diminuta, de não ter sido o autor principal do projeto e não finalizar a obra. O Centro de Convenções, na minha avaliação, é uma mostra clara. Está ali o Centro pronto, com o auditório pronto, estrutura física pronta e que precisa terminar o equipamento. Estamos aí há quatro anos que entregamos a administração e não foi feita a sua conclusão, seria importante para o turismo de eventos. Há outros ramos do turismo também, como o contemplativo, que temos condições de trabalhar melhor, de divulgar nossa cidade melhor. Conversar com o trade turístico para saber o que o poder público pode fazer para voltar a ter o papel de indutor. O poder público tem o papel de ajudar os empreendedores a desenvolverem suas atividades. Temos que ver onde está falhando o poder público para fazer com que tenhamos condições maiores de gerar renda e oportunidades aqui. A questão de Corumbá passa por isso, estamos situados nesse santuário ecológico que é o Pantanal, que é motivo de encantamento e é seguramente, um impeditivo para algum outro tipo de desenvolvimento. Precisamos conciliar isso e conciliando, apostar no turismo, que  é uma forma segura ambientalmente correta que gera riquezas e renda para nossa gente.”

Candidato vê necessidade de garantir incentivos para esportistas e trabalhar política LGBT

ECONOMIA

“Vivemos um momento de crise muito por conta do componente político, do viés político que atravessou o país. É claro que a economia encolheu, que alguns setores estagnaram fazendo que houvesse reflexos negativos de forma geral. Muito disso se deve a essa instabilidade política que atravessava o país. Agora se chegou a um termo, deixando a questão se foi correta ou não, acertada ou não, se chegou a um termo. O país agora precisa andar, essa discussão do momento político não pode impedir mais que a economia e o desenvolvimento caminhem. A segurança das instituições precisamos ter novamente, isso dá confiança para o empresariado voltar a investir. Dentro dessa análise falo que Corumbá, que dizem ter agravante por sermos fronteira se potencializa a parte negativa. Acredito que estar aqui, tendo o Pantanal e a Bolívia ao lado ainda vai render muitos frutos para nossa economia. Conversando com experts que analisam o potencial instalado de cada região, vendo aqui como um todo,  em especial Corumbá e a Bolívia, as cidades fronteiriças, têm uma capacidade muito grande de desenvolvimento a partir de agora. O mercado internacional está reaquecendo, buscando o minério que temos e que a Bolívia também tem em grande quantidade. O lado de lá tem condições de desenvolver repercutindo positivamente na economia local. Expectativa nossa é que esse crescimento traga frutos para cá, resultados. Vamos ver pessoas morando, comprando, adquirindo serviços aqui na nossa região quando tivemos com o ‘boom’ do minério aqui. Esse é um lado que vai acontecer. Potencial para crescer temos muito, falta ter a percepção de explorarmos esse potencial. Novamente eu falo da necessidade do alinhamento político. Corumbá isolada politicamente, sem representante fica difícil de conseguirmos avançar em alguns cenários. É por isso que precisamos ter apoio de pessoas que possam nos ajudar. Cito novamente o governador Reinaldo Azambuja, que para Corumbá é fundamental nesse momento em que a cidade está sem representantes, para interferir positivamente. Estou muito confiante, que a partir do ano que vem, começaremos a pegar a curva ascendente novamente no que se refere à economia, geração de empregos, oportunidades e circulação de renda de uma forma geral aqui na economia local.”

ESPORTE E LAZER

“O programa Bolsa Atleta foi abandonado, muitos esportistas têm conversado conosco para que seja retomado. Estamos com esse compromisso porque entendemos que o esporte é um instrumento muito forte de inclusão social, em especial, para o público que precisa ter ocupação, que são os nossos jovens e crianças. Precisamos fazer com o esporte uma ferramenta de inclusão em nossa cidade. Além da estrutura física, oferecer maior número de praças esportivas, ter uma política voltada para isso. Ter os profissionais de educação física e instrutores em suas diversas modalidades incentivando a prática do desporto. Através dessa prática, criar culturalmente no jovem a possibilidade de que ele perceba que faz bem a ele e à sociedade. Temos que fazer do esporte muito mais que uma ferramenta esportiva, fazer do esporte a oportunidade de trazer o jovem para dentro da sociedade, daquilo que é positivo, que é bom. Tirar o jovem do espaço da ociosidade e não deixar o que há de ruim ser mais atrativo. Isso requer dedicação do poder público também.”

SEGURANÇA PÚBLICA

“Nosso plano de governo prevê o reforço da Guarda Municipal, reestruturação da Guarda com mais investimentos em monitoramentos, equipamentos, viaturas. Acima de tudo na recuperação do profissional da Guarda, que hoje clama por atenção da gestão municipal. Muitos guardas têm nos procurado dizendo da dificuldade que tiveram com relação também à remuneração. O profissional que tem o poder aquisitivo reduzido, não vai trabalhar satisfeito e não trabalhando satisfeito quem perde é a população que não terá o serviço prestado adequadamente. Vamos investir no profissional da Guarda Municipal. Mas, segurança não é só isso. As questões do esporte, da educação, sociais ajudam muito também na sua origem e sermos mais proativos, o poder público precisa entender isso. A segurança não é missão essencial do Município, mas não é por isso que a Administração Municipal não vai se mexer, não vai articular. Temos a parceria com o Estado, que dentro de suas competências tem a Segurança como atribuição com as Polícias Civil e Militar e precisa que esses órgãos sejam mais estruturados no município. Apresentamos essa situação ao governador, que tem o compromisso de um olhar mais atento a essas questões aqui no nosso município. Temos muito campo para avançar, mas vejo com muito otimismo esse apoio do Governo do Estado na questão da segurança ser gradativamente melhorada em nossa região.”

TRANSPORTE PÚBLICO

“Especialmente com relação ao ônibus, ainda que tenha mudado a empresa responsável não se mudou muito a qualidade do serviço prestado. Ainda vemos demora em alguns pontos, é o que temos ouvido da população na nossa caminhada. Ainda existem pontos a serem melhorados na questão desse transporte. O compromisso que assumimos é a forma da gestão. A gestão que propomos é participativa. Claro que temos uma ideia do que fazer em vários segmentos, mas não podemos deixar essas propostas engessadas. Nosso programa permite que após conversarmos com as pessoas, com os segmentos e trazendo o retorno do que pretendem, podemos enxergar uma necessidade e o usuário do transporte tem outra. É preciso aproximar a administração das pessoas, do cidadão. Ao aproximarmos vemos que muita coisa precisa ser feita, não apenas mudar empresa. Precisa de uma condição de conforto maior para receber as pessoas nos pontos de ônibus. Não fazer apenas obras que arquitetonicamente poderia ser as mais indicadas. Mas, que por conforto e segurança não são. Um claro exemplo disso é ali na rua Antônio Maria, onde foi derrubada a estrutura e feito um ponto de ônibus que não deu condições dignas para as pessoas que esperam ônibus. Essas situações precisam ser revistas, entendo que é falta desse contato maior, dessa aproximação do poder público. Esse distanciamento que aí está faz com que ações como esta aconteçam. Propomos o contrário, que é aproximar, ouvir e depois atuar de forma que consigamos, se não resolver, pelo menos minimizar grande parte dos problemas.”

LIMPEZA URBANA

O aterro sanitário ainda não foi feito, mas o prazo foi prorrogado, e precisa ser feito para que os resíduos sejam tratados de uma forma ambientalmente correta. Mas, a limpeza urbana precisa avançar em vários aspectos, em questões até mais simples, como capinação; retirada de entulhos. Os bairros precisam de uma ação mais atuante do poder público, as pessoas têm nos cobrado isso e também uma atuação mais incisiva sobre proprietários de terreno baldio que não fazem a manutenção como deveria, causando transtornos para a vizinhança. Também precisa melhorar, estamos propondo, a consciência cultural do cidadão. Vi um projeto que gostei e vou tentar implantá-lo na nossa gestão, que é a conscientização através de um prêmio ao cidadão. Hoje, por exemplo, não vemos muita latinha solta, porque há a cultura que ela vale dinheiro e as pessoas catam. Quero estender essa cultura para todo tipo de lixo, fazer com que dê prêmios e fazendo com que as pessoas se incomodem com a sujeira, percebam que não faz bem. Estamos estudando essa proposta, achei interessante e é uma ideia a ser trabalhada. Os recursos poderiam sair da fonte do município no que se refere à taxa de coleta de lixo. Fazer com que seja uma política pública para estimular o cidadão da percepção de termos uma cidade limpa. Importante aqui nesse pantanal termos a consciência da preservação.”

JUVENTUDE

“Esses eixos precisam ser vistos e executados de uma forma coordenada e compartilhada. A política da juventude tem que interagir com a política educacional, com a política do esporte e lazer, interagir com política ambiental é um tema que tem uma transversalidade, precisa estar presente tudo isso. Nossa ideia é fomentar isso, fazer com que o jovem nos ajude com essa visão, vontade e dinamismo para fazer com que as politicas públicas tenham eficácia e façam com que ele possa participar mais. O poder público tem que ser fomentador, o indutor, estimular e fazer com o jovem participe mais. São ações em sua transversalidade que temos de estimular, criar um órgão para fazer isso. Fazer com que se integre também e faça parte do sistema político.”

POLÍTICA LGBT

“Quero tratar de modo como o jovem, todos os demais segmentos. Não só LGBT, mas com a questão da política para o negro, para a mulher e de todos aqueles que se sintam ou que há cultura de exclusão pela sociedade. Que possamos ter espaço e ferramentas para se discutir adequadamente. A política pública nossa não é um determinado eixo em si, mas é todo aquele que está excluído de uma participação social. Se o negro precisa ter mais espaço, temos que ter política pública voltada para isso, se o jovem, a mulher, LGBT precisam, temos de ter a política para que tirem a questão do preconceito, do distanciamento. Somos todos seres humanos, de bem, todos filhos de Deus. Todos precisamos ter o nosso espaço e oportunidade de convívio. Todos são importantes na sociedade, essas pessoas não devem ser marginalizadas e precisam de atenção e apoio para que se sintam inseridas e participem também. É ter dentro da administração um espaço que olhe com carinho para esses segmentos.”