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Chuê, chuê, chuá, chuá: Mocidade da Nova Corumbá trouxe lendas, fé e mensagem de preservação para avenida

Lívia Gaertner em 04 de Março de 2025

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Mocidades desfilou com cerca de 800 foliões distribuídos em 22 alas

Quando a Mocidade Independente da Nova Corumbá entrou na avenida General já passava de uma hora da manhã da terça-feira, 04 de março. Com cerca de 800 componentes, divididos em 22 alas, a quinta agremiação a passar pela Passarela do Samba, trouxe a força mística das águas com o enredo “Água essência da vida, canta a Mocidade na avenida”.

Já na comissão de frente, a escola escolheu um dos rituais religiosos mais emblemáticos de nosso país: a lavagem das escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador. Oxalá, orixá da criação, da paz, da sabedoria, da harmonia, da luz e da união, saía de um tripé e era saudado por pais e mães de santo. Esse gesto simbolizou a purificação para escola passar.

As cores amarela e dourada predominaram no abre-alas, que destacou Oxum, outra divindade do panteão africano, conhecida por sua ligação com as águas, especialmente as doces, e a beleza, por isso também espelhos ornando toda a estrutura.  O carro também trouxe o nome e o símbolo da escola, a arara vermelha, acompanhada de um globo que representa o planeta.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Rainha Carol Castelo e a bateria Explosão da Zona Sul, do mestre Marcigley

Na bateria, mais um orixá, Oxumaré, associado à fertilidade, riqueza e renovação das águas, dualidade e unidade. O mestre Marcigley Santana comandou um grupo com mais de cem ritmistas que tiveram como rainha, Carol Castelo, cuja fantasia representou o Sol como “O brilho que dá cor ao Céu” numa fantasia em tons de amarelo e dourado.

A diversidade religiosa ficou evidente com a presença das romeiras de Nossa Senhora representadas pela ala das baianas numa fantasia em cores branca e prata e também pelo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Victor Hugo e Iza Paiva. Ela representou a santa padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, e ele, o pescador que, segundo a história, encontrou a imagem sacra ao recolher a rede de pesca do rio.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Casal de mestre-sala e porta-bandeira, Hugo e Iza Paiva; ela representou Nossa Senhora e ele, o pescador

As referências aos povos indígenas e sua relação com as águas predominaram no segundo setor da escola, com alas e destaques para diferentes etnias e lendas. O segundo carro “Filhos de Tupã; Guaraci e a Serpente” marcou o fim do segundo para início do terceiro setor.

Para o setor que se seguiu, o carnavalesco Val Araújo escolheu “os seres vivos e imaginários da água”. Nessa parte, alas simbolizaram o boto rosa; a vitória-régia; a temida piranha; os peixes, os golfinhos e as conchas, além da mitologia grega com Netuno, o Rei dos Mares.

O terceiro carro alegórico da escola teve o azul como cor principal, trazendo ao centro a escultura de Iemanjá, orixá ligada ao mar. Ladeada por esculturas de sereias, a composição buscou simbolizar o encontro das águas como uma potente força natural, seja entre rios ou entre rio e mar.

O quarto setor da escola intitulado “Ciclo da Vida” apresentou alas que falaram sobre a relação da falta de água no sertão e a força de homens e mulheres dessa região que sobrevivem na escassez do bem natural.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Um dos carros alegóricos da Mocidade

O fenômeno da seca e a poluição dos rios apareceram como um alerta aos homens nas fantasias da 19ª ala da escola. Já a população ribeirinha do Pantanal foi escolhida para a última ala, numa forma de encerrar a passagem da Mocidade com uma assinatura local. A fantasia trazia a canoinha de um pau só, típica dessa região do Pantanal.

O quarto e ultimo carro alegórico também batizado de “Ciclo da Vida” representou a importância da água como fonte de existência e equilíbrio na Terra. Com presença marcante de vários tons de azul, o carro teve como destaque principal o Deus Poseidon e um moinho, que representou o movimento cíclico, além da escultura de dois cavalos marinhos.

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Galeria: Mocidade Independente da Nova Corumbá 2025

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