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Oxente! Império do Morro faz desfile "arretado" para homenagear o Nordeste, seu povo e sua cultura

Lívia Gaertner em 04 de Março de 2025

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Comissão de frente intitulada “Nordeste País de Encantos”

Campeão do Carnaval de Corumbá em 2024, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Império do Morro foi a terceira escola a entrar na avenida General Rondon nesta segunda-feira, 03 de março. A Verde e Rosa escolheu como enredo a região Nordeste com “De Maria e Romão, da fé e da emoção Nordeste de tanta gente, o Eldorado do Sertão”.

A agremiação, uma das mais antigas de Corumbá, levou para Passarela do Samba aproximadamente 750 componentes para cantar as riquezas, o povo e a cultura nordestina. O trio de carnavalescos, Manoel Aguilar, Danilo Dantas e Rogério Monteiro optou por apresentar cinco carros alegóricos ao longo do desfile.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Inovação no ritmo da bateria: a sanfona

Durante o esquenta, na concentração, o som inconfundível da sanfona, remetendo aos ritmos nordestinos, com predominância do forró, já anunciava o que a Império iria mostrar para o público. Pela primeira vez no carnaval de Corumbá esse instrumento se uniu a uma bateria, conferindo uma inovação para o carnaval local.

Presidida por Robson Lacerda, o “Xuxa”, a Império do Morro trouxe na comissão de frente intitulada “Nordeste País de Encantos”, toda a pujança cultural daquela região do país em uma fantasia com muitas fitas coloridas e uma coreografia vibrante.

O carro abre-alas mostrava o Sol e buscou representar “a trajetória de milhões de nordestinos que, ao longo dos anos, partiram em busca de novos horizontes, levando consigo a força, a cultura e o coração do Nordeste para o Brasil inteiro”. Tudo isso sem esquecer a coroa, símbolo da escola, que veio iluminada e com movimento.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Edelton e Vallessa, simbolizou o “Eldorado do Sertão”. Numa fantasia em tons terrosos, fizeram referência a imagens poéticas e simbólicas que podem ser interpretadas de várias formas do nordeste brasileiro.

Para a ala das baianas, a força e coragem da mulher nordestina foram escolhidas para serem representadas na indumentária das veteranas do samba.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Rainha Raiane Oliveira e a bateria Pulso Forte, do mestre João Victor

Aos ritmistas da bateria foi reservada a representação de uma das figuras mais emblemáticas do Nordeste, o padre Cícero Romão, líder religioso cuja devoção do povo nordestino é inabalável. Comandando os integrantes o mestre João Victor e a rainha, Raiane Oliveira, que em uma fantasia dominada pela cor dourada representou a Luz do Sertão.

O segundo carro alegórico intitulado “Economia Nordestina” trouxe referências da diversificação dos setores produtivos, incluindo agricultura, pecuária, mineração, indústria e serviços, mostrando que o Nordeste continua sendo um pilar essencial para o desenvolvimento do país.

As alas que se seguiram mostraram o cultivo da cana-de-açúcar, a confecção da renda de bilro e a produção do girassol, considerado um símbolo da beleza e da alegria e opção de diversificação de cultura para famílias agrícolas da região.

Arte, cultura e fé

A arte e a cultura nordestinas ganharam destaque no terceiro carro alegórico com o grande expoente Mestre Vitalino, artista reconhecido mundialmente por retratar o cotidiano do sertão em imagens de argila.

A singularidade da música do Nordeste apareceu representada em três alas com “os repentistas”, “Luiz Gonzaga, o Rei do Baião” e o “frevo”, ritmo pernambucano que embala gerações de foliões, com suas inconfundíveis sombrinhas coloridas.

A Literatura de Cordel, gênero intimamente ligado aos escritores nordestinos é caracterizada por histórias em verso, geralmente impressas em folhetos e vendidas em feiras e mercados, o que ficou evidente na fantasia da ala.

As festas juninas tão difundidas na região homenageada pela Império do Morro não podiam ficar de fora do desfile, sendo assim, duas alas mostraram toda a alegria e o encanto que esses festejos despertam no povo nordestino.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

A agremiação, uma das mais antigas de Corumbá, levou para Passarela do Samba aproximadamente 750 componentes

A Verde e Rosa escolheu terminar seu desfile voltando-se para a fé do nordestino e as últimas alas fizeram alusão à Romaria Nordestina e Relicário da Fé, encerrando com o carro alegórico “Altar em Procissão”, lembrando o altar decorado com flores, velas e imagens sagradas, e é carregado por fiéis devotos pelas ruas, acompanhado por música, dança e orações. No centro da estrutura, uma escultura de Nossa Senhora Aparecida que encerrou abençoando o desfile da Verde e Rosa de Corumbá.

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Galeria: Grêmio Recreativo Escola de Samba Império do Morro 2025

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