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Morre um dos médicos infectados pela febre hemorrágica na Bolívia

Leonardo Cabral em 10 de Julho de 2019

Reprodução/El Deber

Casos do Arenavírus está mobilizando autoridades em Saúde da Bolívia

Gustavo Vidales, um dos médicos que estava internado  no hospital Obrero, em La Paz, morreu na madrugada desta quarta-feira, 10 de julho, devido ao Arenavírus (febre hemorrágica). A informação foi confirmada pelo presidente da Associação Médica, Luis Larrea. Agora são três o número de óbitos pela doença. 

Vidales estava internado juntamente com outro médico, identificado como Marco Ortiz, profissionais de saúde que permaneceram isolados na ala de terapia intensiva do hospital. Eles contraíram o vírus, após contato com a médica, Ximena Cuellar, que também veio a óbito, depois de ser infectada pelo paciente Macario Gironde, em Caranavi, região dos Yungas.

Conforme informações do jornal El Deber, os médicos vinham apresentando quadro de melhora, mas mesmo assim, suas condições eram apontadas como delicadas. Eles foram tratados com ribavirina, um antiviral que deu bons resultados em outros casos de febre hemorrágica no passado.

Reprodução Facebook

Médico estava internado em La paz e morreu na madrugada desta quarta-feira

Na véspera da morte de Gustavo, o administrador regional do Fundo Nacional de Saúde (CNS), William de La Barra, confirmou a condição crítica do paciente, pois ele apresentava múltiplos danos aos órgãos, como rins, fígado e cabeça.

A doença

A doença é transmitida por roedores que habitam as áreas montanhosas da Bolívia. O diagnóstico de febre hemorrágica, foi divulgado pela ministra de Saúde do país andino, Gabriela Montaño, no início desse mês, logo após mortes e registro de internações.

Na ocasião, Gabriela informou que foi feito um acompanhamento dos pacientes, e através dos sintomas e sinais, eles apresentavam as mesmas características da doença. Ela ainda ressaltou que os exames laboratoriais foram realizados por Inlasa e Cenetrop, na própria Bolívia, além do centro de controle e prevenção de doenças em Atlanta, nos Estados Unidos, concluindo que se trata da doença transmitida ao homem por roedores encontrados em áreas de selva e que os doentes apresentavam quadro de febre, dor muscular, dor abdominal e dor de cabeça.

Contato com secreções

Por Corumbá estar localizada na fronteira com a Bolívia, a Secretaria Municipal de Saúde publicou nota técnica e, apesar de a região estar bem distante de onde os casos foram registrados, a situação é de alerta. 

1. Do Arenavírus: constituem um gênero de vírus que contém dois segmentos de RNA circular. O vírus tem esse nome porque apresenta pequenos grânulos, que parecem areia (arena em espanhol) ao microscópio.

2. Dos casos da Bolívia: Destaca-se que os casos são da região de Caravani, localizado há 161 km de La Paz. Em relação a fronteira Brasil x Bolivia, está a 1970 Km de distância de Guajará-mirim/RO; 1.662 Km de Corumbá/MS e 1.366 km de Epitaciolândia/AC.

3. Dos vetores: O principal transmissor para os humanos são ratos e camundongos silvestres.

4. Da transmissão: A transmissão pode ocorrer por ingestão de água e alimentos contaminados por urina e fezes de roedores. A transmissão de pessoa a pessoa pode ocorrer por contato com secreções: urina, fezes, vômito e saliva do doente.

Conforme o médico infectologista da Secretaria de Saúde, Hilton Luiz Alves Filho “não existe um tratamento específico eficaz, com antibióticos, por exemplo. Em alguns casos, são usados antivirais de uso restrito principalmente nos casos mais graves. A transmissão entre seres humanos é menos comum, mas pode ocorrer também por contato com as secreções das pessoas doentes. Ainda assim, uma pessoa infectada somente transmite o vírus a partir do momento em que ela já apresenta os sintomas da doença, que inicialmente parece um quadro de dengue com febre, dor no corpo e dor de cabeça, que pioram em 3 a 4 dias com prostração, sangramento e febre muito alta que não cede facilmente”.

Infecções por vírus da família Arenavírus são raras e produzem um quadro febril com sangramento, geralmente com evolução rápida e grave, podendo levar a óbito de sete a dez dias após o aparecimento dos sintomas. 

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