Caline Galvão em 22 de Janeiro de 2016
Profissionais de saúde do município de Corumbá receberam capacitação sobre a gripe Influenza A, vírus H1N1 nesta sexta-feira (22). As médicas infectologistas Márcia Dal Fabbro e Andyane Tetila vieram discutir com os participantes o protocolo do Ministério da Saúde sobre endemias, que é periodicamente atualizado. O objetivo é fazer com que os profissionais sigam à risca o protocolo e façam reciclagem sobre o assunto, revisando conduta e relembrando normas.
Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense
Profissionais participam de palestra com a infectologista Márcia Dal Fabbro
Das sete notificações de H1N1 em Corumbá, este ano, três já foram descartadas através de exames laboratoriais, faltando o resultado de outros três e a confirmação de um óbito. A primeira morte provocada por H1N1 foi registrada no município no dia 18 de janeiro. Segundo Dinaci Ranzi, secretária municipal de Saúde, o município já havia agendado a capacitação dos servidores. “Em toda mudança de ano, a gente trabalha as endemias. Cada período é uma endemia e quanto à gripe, já estávamos preparados, tanto que essa capacitação estava na agenda dessas duas médicas”, afirmou Dinaci.
A secretária explicou que a capacitação é um tipo de reciclagem para que os profissionais não se acomodem e não esqueçam a existência dessa endemia. “Nós estamos falando do H1N1 desde o ano passado. Quando começaram os casos de dengue e a discussão sobre o zika vírus, chikungunya e febre amarela, frisamos que não é só isso, nós temos outras duas doenças que nos assustam, que é a leishmaniose, que também é uma endemia muita séria e que tem levado vidas aqui de Corumbá, e o H1N1 que está aí, e são doenças correlacionadas à questão da higiene”, disse Dinaci.
De acordo com a infectologista Márcia Dal Fabbro, os protocolos elaborados pelo Ministério da Saúde são organizados por médicos especialistas na área e são utilizados no prosseguimento aos casos de endemias. Segundo ela, a forma mais eficaz de prevenir o H1N1 é cuidar bem da higienização pessoal e da casa, evitar locais fechados e, se tiver alguém doente, não ir trabalhar, mas procurar o atendimento médico de maneira mais precoce possível. “É um quadro infeccioso viral que pode complicar. Muitos casos saem sem complicações, mas um grupo pode complicar porque ele pode provocar uma infecção nos pulmões e aquilo propiciar uma infecção bacteriana também e evoluir com uma pneumonia”, explicou Márcia ao Diário Corumbaense.
Valdir do Nascimento acredita que quanto mais informações os agentes de saúde tiverem, melhor para a população
A infectologista esclareceu que o período de transmissão do vírus H1N1 ocorre um pouco antes do paciente manifestar os sintomas e perdura até os primeiros dias de sintomas. “Por isso, a gente pede para que as pessoas que estejam com sintomas da gripe procurem primeiro o atendimento médico para ver se podem ser liberadas para ir trabalhar porque muitas vezes a gente fica em lugares fechados com ar-condicionado e a transmissão pode ocorrer mais facilmente”, alertou Márcia Dal Fabbro.
Ela afirmou que é importante que a pessoa não se automedique, mas procure o médico para avaliar a situação para ver a necessidade do uso do medicamento indicado para H1N1 ou não. A procura pelo profissional deve ocorrer se os sintomas da gripe vierem com muita intensidade. A infectologista afirmou que a população não precisa entrar em desespero. “Se seguirem certinho as recomendações, procurar atendimento em tempo hábil, não há necessidade de desespero. Lembrando que alguns casos evoluem com maior gravidade em algumas pessoas que têm outras doenças como hipertensão, diabetes, pessoas mais idosas, crianças, gestantes”, frisou.
A técnica de enfermagem Rosimeire Bibiana atua no setor de imunização do município. Ela ressaltou que essas capacitações são importantes para que os profissionais possam saber lidar melhor com as endemias e compreendam a importância de estarem imunizados. “A capacitação é importante por causa da prevenção e para sabermos lidar com a situação do paciente e orientar as pessoas com sintomas a procurarem o médico”, afirmou a profissional.
Valdir Rosa do Nascimento, agente comunitário do município, acredita que dessa forma, os profissionais adquirem mais conhecimento para repassar informações à população. “É muito importante porque há informações que eles passam que a gente ainda não tem e quanto mais informação, melhor. Nós passamos aos moradores as informações que nós temos, então, quanto mais conhecimento a gente tiver sobre H1N1, zika, chikungunya e dengue, melhor para a população”, concluiu Valdir.
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