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Morte por H1N1 leva Saúde de Corumbá a reforçar ações de prevenção

Caline Galvão em 21 de Janeiro de 2016

A Vigilância em Saúde de Corumbá está atenta às diversas endemias que estão sendo notificadas não apenas no município, mas em todo o País. Notificações de dengue e chikungunya já foram registradas este ano, mas o zika vírus e a febre amarela também são preocupações. Todas as quatro doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito vetor, o Aedes aegypti. No entanto, o H1N1 voltou a assustar a população depois da confirmação de um caso em 2016, motivo do óbito do policial militar aposentado, Ismar Mosciaro Gomes, de 53 anos, no dia 18 de janeiro.

Inicialmente, a Secretaria de Saúde informou que ele teria sentido os sintomas no dia 10 de janeiro, mas somente no dia 16 procurou o Pronto Atendimento Médico (PAM), tendo sido internado em seguida. O paciente morreu dois dias depois. Porém, um familiar de Ismar mandou e-mail à redação do Diário Corumbaense relatando que ele buscou atendimento médico duas vezes, foi medicado e liberado e somente na terceira vez, é que foi internado. Na tarde desta quinta-feira (21), a reportagem deste jornal foi até a casa da família, mas ninguém quis dar entrevista. Um sobrinho do policial aposentado apenas confirmou que ele e o tio estiveram em Águas Calientes, na Bolívia, no último dia 26 de dezembro, retornando no dia seguinte (27) a Corumbá.

O Diário também procurou a secretária de Saúde do município, Dinaci Ranzi. Ela informou que foi verificado que a última entrada do paciente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi no dia 12 de maio de 2015, na Unidade de Saúde da Ladeira Cunha e Cruz. “Preocupada em conferir realmente se ele passou nos últimos dias pela Unidade de Pronto Atendimento, UPA, a equipe conferiu do dia 1º de janeiro ao dia 18 de janeiro de 2016 e não consta nenhum paciente com esse nome”, garantiu a secretária. Ela disse que a providência a ser tomada pela Secretaria de Saúde será encaminhar documento ao Pronto Atendimento Médico da Santa Casa, o PAM, para averiguar se Ismar teria dado entrada pela Cassems, já que é policial aposentado do Estado, ou algum outro convênio particular em janeiro. "Vamos buscar esclarecer o caso", frisou.

Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Paciente foi internado no PAM, que funciona no Hospital de Corumbá, no dia 16 e morreu dois dias depois

Desde 1º de janeiro, já foram notificados cinco casos de H1N1 em Corumbá, no entanto, três resultados deram negativos, um positivo e um caso aguarda confirmação de laboratório. O H1N1 é uma virose, um tipo de gripe, transmitida da pessoa infectada para a saudável através das vias respiratórias, por tosses e espirros do indivíduo infectado. Sãos mais comuns casos da doença em períodos de inverno, quando as pessoas frequentam mais locais fechados. No entanto, o vírus tem se mostrado atípico em Corumbá, de acordo com Viviane Ametlla, coordenadora da Vigilância em Saúde do município.

“Aqui em Corumbá, o vírus tem mostrado maior incidência no verão, diferente de outras localidades que está vinculado ao período do inverno”, comentou Viviane que ainda não tem resposta para o porquê dessa anormalidade. Com relação à vacinação, Viviane afirmou que a campanha normalmente é realizada no mês de abril, mas o município está reforçando a vacinação nos profissionais de saúde que não tomaram, pois aqueles que foram imunizados em abril de 2015 não precisam, já que a vacina dura um ano.

“As pessoas não precisam entrar em pânico, é só ter os cuidados de higiene. Lavar as mãos, procurar usar o álcool em gel, são coisas básicas que as pessoas estão esquecendo. A população tem que se cuidar, chegou da rua, lava a mão”, frisou Viviane. Ter o cuidado de não levar as mãos à boca, nariz e olhos sem antes lavá-las também é importante, já que o vírus, como qualquer gripe, é passado ao organismo por essas regiões do corpo.

Nesta sexta-feira (22), as infectologistas Márcia Dal Fabbro e Andyane Tetila estarão em Corumbá realizando capacitação sobre o vírus H1N1 para os profissionais da saúde do município. O treinamento será na Igreja Batista, às 13h30. Viviane Ametlla frisou que gestantes que não tomaram a vacina devem recorrer aos postos de saúde.

Álcool em gel, higienização e alimentação rica em frutas e verduras são formas de prevenção

O vírus H1NI1, conhecido como gripe A, se manifesta em até quatro dias de incubação. A parte da população mais frágil ao vírus é composta por crianças, idosos, pessoas com problemas respiratórios como bronquite, pacientes em tratamento contra câncer e pacientes com doenças crônicas como cardíacos, hipertensos, diabéticos, pessoas com insuficiência renal, entre outras doenças graves.

De acordo com o site do Ministério da Saúde, os sintomas do H1N1 diferem da gripe comum por se apresentarem muito fortes. A febre aparece logo alta, pelo menos 38°. Dores musculares, tosse, dor de cabeça, dificuldade de respiração, falta de ar, espirros, dor na garganta, fraqueza, coriza, congestão nasal, náuseas, vômitos e diarreia são sintomas comuns da doença. A insuficiência respiratória é sintoma frequente da gripe A que não é devidamente tratada.

Como formas de prevenção, recomenda-se que a pessoa não tenha contato muito próximo com pacientes infectados; lave sempre as mãos com água e sabão e evite levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca; mantenha hábitos saudáveis e alimente-se com muitas verduras e frutas e beba bastante água; não compartilhe utensílios de uso pessoal como toalhas, copos, talheres e travesseiros; se achar necessário, use máscara para se proteger contra gotículas infectadas que possam estar no ar; evite frequentar locais fechados ou com muitas pessoas; verifique com o médico se há necessidade de se vacinar contra a doença.

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