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Mensalinho: “Magrela” perde mandato de vereador em Ladário

Leonardo Cabral em 04 de Abril de 2019

Reprodução/ Pérola News

Agnaldo teve oito votos favoráveis pela sua cassação

Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB) é o quarto vereador de Ladário a ter o mandato cassado por envolvimento no caso “Mensalinho”. A sessão de julgamento aconteceu na manhã desta quinta-feira, 04 de abril e, com oito votos favoráveis, dos nove vereadores que participaram da sessão de julgamento, Agnaldo, conhecido como “Magrela”, perdeu o cargo.

A sessão de julgamento foi acompanhada pela advogada de defesa do agora ex-vereador, Silvana Lozano de Souza. Ao Diário Corumbaense, ela disse que já esperava pelo resultado. “Vou analisar o processo para decidir se vamos recorrer ou não da decisão. Vamos aguardar. Foi uma sessão de julgamento bem tranquila e, de fato, o resultado era o que se esperava, ou seja, a cassação dele, por mais que tenhamos feito todas as alegações na defesa prévia, apresentando provas. Mas como é julgamento político, já sabíamos sobre o resultado. Lembro que a ação penal está em trâmite e ainda não se teve a análise da defesa prévia apresentada na ação penal”, frisou a advogada..

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Advogada de defesa, Silvana Lozano, falou que vai analisar o processo para saber se irá recorrer ou não da decisão imposta

O presidente do Legislativo ladarense, Daniel Benzi (MDB), também avaliou a sessão de forma tranquila, salientado que a defesa de Agnaldo, como nas outras sessões teve duas horas para explanação. “Sessão célere, onde a defesa do julgado se fez presente e pediu que fosse feita a leitura de uma parte da peça da defesa. Logo depois, culminou na cassação do Agnaldo, com oito votos favoráveis ao relatório da Comissão Processante, sendo que o vereador Rubens Gimenes (PTB) não participou por ser suplente direto do julgado e o vereador Rodolfo Bonifácio da Costa Ramos (PTB), por motivos pessoais”, explicou Daniel.

Semana histórica

Ladário vive uma semana histórica no cenário político. Desde a última segunda-feira (1º), a Câmara vem realizando sessões de julgamento dos acusados de envolvimento no escândalo “mensalinho”, desarticulado pela Gaeco, em novembro de 2018.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Sessão de julgamento que cassou mandato de Agnaldo, aconteceu na manhã de hoje (04)

Além de Agnaldo dos Santos Silva Junior, outros três vereadores já foram julgados e perderam o mandato, sendo eles: Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB) julgada na quarta-feira (03), juntamente com Augusto de Campos (MDB), o "Gugu" e Osvalmir Nunes da Silva (PSDB), o "Baguá", no dia 02 de abril.

Ainda perdeu o mandato o ex-prefeito, Carlos Anibal Ruso, no dia 1º de abril, com nove de 11 votos favoráveis à cassação.

Ainda faltam

Mais três vereadores ainda vão ser julgados. Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN); André Caffaro e Vagner Gonçalves. Sobre esses parlamentares, o presidente da Câmara Municipal, disse que na tarde desta quinta, o vereador Vagner Gonçalves será ouvido em oitiva por videoconferência.

“Já o Paulo Rogério deverá passar pela sessão de julgamento na manhã desta sexta-feira (05) e o verador André Caffaro ainda está com prazo de defesa de 10 dias. Depois que os trâmites forem concluídos, as sessões de julgamento de  Caffaro e Vagner, serão marcadas”, explicou Daniel Benzi a este Diário.

Mensalinho

A Câmara de Ladário instalou três Comissões Processantes para apurar as acusações contra o ex-prefeito Carlos Ruso (PSDB), que teve o mandato cassado na segunda-feira (1º) e os sete vereadores. Foram três meses de trabalho.

Eles foram presos junto com o ex-secretário de Educação, Helder Botelho, no dia 26 de novembro de 2018, no caso que ficou conhecido como "mensalinho". A investigação do Gaeco e do Ministério Público Estadual apontou que para ter apoio político, Ruso pagava valores mensais ao grupo que variavam entre R$ 1,5 mil e R$ 3,5 mil. O esquema acontecia há mais de um ano. Indicação de cargos na Secretaria de Educação, pelos vereadores acusados, também fazia parte do "acordo" e quem cuidava da nomeação era o então secretário de Educação, Helder Botelho. Os parlamentares ainda teriam barrado uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que averiguava denúncias de irregularidades na Saúde.

Todos permanecem presos em Campo Grande. A pastora Lilia está em prisão domiciliar.

Comentários:

Helmut Martines da Silva: Estamos contemplando a verdadeira justiça, o voto em favor do que é justo, correto e que favorece e beneficia o desejo da grande maioria. Que esse sentimento de dever cumprido e a de ter paz na consistência contagie a todos e a todas, que se colocam em favor de decidir, fiscalizar, direcionar e viabilizar os mais diversos serviços a sociedade. Que Deus abençoe a todos nós.

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