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Qualidade e processamento do minério reduzem riscos de acidentes, diz Vale

Rosana Nunes em 24 de Novembro de 2015

Fotos: Clóvis Neto/PMC

Barragem Gregório, da Vale, no Morro Santa Cruz é considerada de médio porte

Após a tragédia de Mariana (MG), que deixou mortos, acabou com povoados e deixou milhares de pessoas sem água potável, a mineradora Vale assegurou ao prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, que o risco de um eventual rompimento da barragem afetar o Pantanal ou a cidade é praticamente inexistente.

Das 15 barragens que a mineradora Vale possui em Corumbá, apenas uma – a Gregório, instalada no Morro Santa Cruz – é considerada de médio porte. A capacidade máxima do equipamento, utilizado para armazenar rejeitos da extração do minério de ferro, é de 9,3 milhões de metros cúbicos, mas nunca operou em seu volume máximo, segundo a empresa.

O Gerente de Operações da Vale na região, Olemar Tibães Lopes Júnior, explicou ao prefeito, que nesta terça-feira (24), conheceu o local, todas essas barragens da empresa na cidade são consideradas de baixo risco, de acordo com a Política Nacional de Barragens, que entrou em vigor em 2013. “Todos os laudos e estudos foram encaminhados para o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em março deste ano, mas as informações no órgão não foram atualizadas”, esclareceu à assessoria de imprensa da Prefeitura corumbaense, que acompanhou a visita.

Desta forma, de acordo com o gerente, o risco de um eventual rompimento da barragem afetar o Pantanal ou a cidade é praticamente inexistente. E o primeiro motivo apresentado pelos técnicos da mineradora é a segurança do equipamento. “É feita um vistoria semanal no local e nunca constatamos nenhum vazamento de água, que é o grande perigo para uma barragem”, afirmou Olemar Junior.

Toda a água que resulta da extração mineral é bombeada por um sistema próprio e utilizada para molhar as estradas da área de lavra. E se uma chuva extremamente forte atingir a região, um extravasor (equipamento que lembra muito um sangradouro, ou ladrão, existente nas caixas d’água residenciais) escoaria o líquido de forma adequada e impediria uma pressão maior no reservatório.

“Esse extravasor existe, funciona, mas nunca precisou ser usado. Precisaríamos ter uma chuva que nunca caiu em 10 mil anos para que ele entrasse em operação. Mesmo assim ele está aqui, pronto para uso”, reforçou o gerente da Vale. Outro motivo apresentado pela mineradora para descartar qualquer dano ao Pantanal ou mesmo à região de Antônio Maria Coelho, é o tipo de rejeito gerado na extração do ferro.

“Esse material é inerte, de alta compactação”, detalhou Olemar. Se por algum fator externo a barragem Gregório se rompesse, esse material atingiria, no máximo, 1,8 quilômetro de extensão. Isso por causa da densidade do resíduo e da própria geografia do local. O córrego mais próximo dali é o Piraputanga, cujas nascentes ficam localizadas a quase 4 quilômetros de distância da barragem, informou a assessoria da Prefeitura.

Prefeito Paulo Duarte conheceu a barragem e ouviu as explicações técnicas sobre o funcionamento

Ao todo, a empresa possui 15 barragens, sendo 14 consideradas de pequeno porte, com capacidade de até 125 mil metros cúbicos de rejeitos. A única que é considerada de porte médio, que é a de Gregório, possui uma capacidade muito menor que a barragem que se rompeu no município de Mariana, em Minas Gerais, informou a empresa.

O diretor da Vale, Olemar Tibães, reforçou que as 15 barragens localizadas no município são consideradas de baixo risco principalmente por causa da qualidade do minério extraído na região e também devido à forma com que o material é processado, não necessitando de uma quantidade grande de água para ser lavado. “Devido à alta qualidade do nosso minério não precisamos utilizar grandes quantidades de água e nem mesmo agentes químicos no seu processamento. Por isso as barragens são mais compactas, com pouco volume de água e os rejeitos são inertes (sem a ação dos agentes químicos)”.

Segundo a equipe técnica, outro fator que torna a área de mineração mais segura e relativamente livre de grandes potenciais de risco para acidentes iguais ao que aconteceu em Mariana é a forma como é realizado o processo de segurança em todas as barragens. Além da licença ambiental, que é válida até setembro de 2016, técnicos fazem a vistoria diária nas estruturas das barragens para verificar quaisquer irregularidades.

Ainda de acordo com os estudos e acompanhamento das equipes da mineradora, se houver um rompimento da estrutura a extensão máxima que os rejeitos percorrerão não deverá passar dois quilômetros. "Primeiro porque há uma barreira feita com o próprio minério e segundo porque há a contenção do próprio terreno que é em aclive, ou seja, os rejeitos teriam de ultrapassar até mesmo as leis da física para causar qualquer dano parecido com o que ocorreu na cidade mineira”, disse Olemar.

Episódios ambientais anteriores

Em relação a episódios ambientais passados (nos anos de 2012 e 2014), o diretor da empresa ponderou que em nenhum desses dois eventos houve rompimento de quaisquer barragens. No primeiro episódio houve um rompimento de tubulação, o que ocasionou a poluição de um córrego do local. No segundo episódio ocorreu uma precipitação de chuva acima do esperado e a água invadiu localidades próximas.

Após esse evento, a empresa implantou sistemas de drenagem da água da chuva para evitar as enxurradas - os chamados “sumps”, sulcos feitos na beira estrada que armazenam a água que desce da morraria, fazendo com que a enxurrada perca força e volume ao longo do caminho.

O prefeito Paulo Duarte mostrou-se satisfeito com as explicações, mas ponderou sobre a importância de a empresa abrir suas portas para explicar como é feito o trabalho de mineração no município, além de tranquilizar a população. “É muito importante o que a empresa está fazendo. Pela primeira vez estamos aqui, buscando saber como o processo de mineração funciona, especialmente porque várias notícias têm sido veiculadas, o que acaba causando preocupação e até pânico nos moradores da cidade”, concluiu Duarte. Com informações da assessoria de comunicação da PMC.

 

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