PUBLICIDADE

Barragens de Gregório e Urucum não oferecem riscos de rompimento, afirma Imasul

Caline Galvão em 08 de Dezembro de 2015

Equipe técnica multidisciplinar do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) realizou, na segunda-feira (07), fiscalização em dez barragens localizadas no morro do Urucum e na barragem de Gregório, a maior delas, na morraria de Santa Cruz. A vistoria teve caráter de precaução, por conta do acidente que aconteceu em Mariana-MG com a Samarco, empresa controlada pela Vale e pela empresa anglo-australiana BHP Billiton. De acordo com o Imasul, as barragens em Corumbá, administradas pela Vale, estão em bom estado de conservação e não oferecem riscos à população.

Marcelo Armôa/Imasul

Equipe técnica multidisciplinar esteve em Corumbá realizando fiscalização como forma de precaução

Não houve nenhum tipo de reclamação ou denúncia para que o Imasul resolvesse vir a Corumbá, de acordo com Ricardo Eboli, diretor de Licenciamento do órgão e coordenador da equipe de fiscalização. Contudo, a visita foi oportuna por causa de suposições levantadas por diversos setores da sociedade, devido ao maior acidente ambiental da história do País, que foi o rompimento da barragem em Mariana.

A visita às barragens também teve o intuito de demonstrar à comunidade local que se houvesse algum tipo de acidente na barragem, jamais Corumbá e Ladário seriam afetadas, os danos seriam na ordem ambiental. A equipe multidisciplinar foi composta por fiscais ambientais do quadro de servidores do Imasul, com formação e atuação em Engenharia Civil, Agronomia, Química e Biologia.

A equipe atuou em duas diretrizes. Na primeira, verificou a conservação das barragens, como estão os taludes de cada uma delas. Taludes são a compactação de material sólido, eles proporcionam resistência ao material contido dentro do reservatório que ele cerca.

Marcelo Armôa/Imasul

Os taludes das barragens estão bem conservados, de acordo com o Imasul, mas podem ficar melhores

Na barragem de Gregório, na região de Maria Coelho, a mineradora armazena 8 milhões de toneladas de rejeitos, mas tem capacidade para 9 milhões e 300 mil toneladas. “Isso quer dizer que com a operação atual, teríamos mais nove anos de capacidade daquela barragem de Gregório”, explicou Ricardo Eboli ao Diário Corumbaense. De lá, os fiscais se deslocaram para a morraria do Urucum, onde foram verificadas dez barragens.

“Nessas barragens do Urucum, eles retiram os rejeitos e colocam os depósitos na beira da BR. Eles retiram os rejeitos das barragens quando começam a atingir um nível de segurança aceitável e colocam naquele depósito. Tanto a de Gregório quanto essas outras dez barragens do Urucum, se houvesse algum rompimento, não teria problemas para a população, os danos seriam de ordem ambiental”, reforçou o diretor de Licenciamento do Imasul.

De acordo com a vistoria, de maneira geral, as barragens estão conservadas. Algumas variam de conservação, principalmente as do Urucum, onde foram verificados alguns pontos dos taludes que poderiam ser melhores conservados. “Isso não quer dizer que esteja em risco”, assegurou Eboli. Quando comparadas, a barragem de Gregório está mais bem conservada do que as barragens do Urucum. Isso gera notificação para a empresa para ela passar as informações de como ela faz essa conservação, o que não quer dizer que a empresa tenha sido punida.

Marcelo Armôa/Imasul

Imasul vai solicitar dados técnicos à mineradora sobre impacto ambiental que poderia ser causado por um acidente

Com a conclusão da verificação, o Imasul vai gerar questionário técnico para que a empresa responda e o órgão estadual tenha em mãos mais informações sobre alguns pontos, não apenas de barragens, mas do próprio funcionamento da mineradora. O questionário será norteado por questões como quais seriam os problemas e magnitudes sobre o meio ambiente em caso de rompimento de barragem, por quantos quilômetros esse material iria descer, saber se atingiria algum rio ou córrego, dentre outras questões ambientais.

“Nessa segunda diretriz da nossa fiscalização, nós viemos verificar quais seriam as extensões dos impactos sobre a fauna, a flora e os cursos d’água. Teria alguma possibilidade de chegar no Pantanal? São essas perguntas que estamos fazendo. Então, nós vamos notificar a mineradora para checar qual é a metodologia que eles utilizaram para prever os impactos de uma ruptura”, explicou Ricardo Eboli.

Com base nisso, o Imasul vai apresentar laudo técnico e expor publicamente no prazo de até sete dias após recebimento dessas informações. “Quanto cabe em cada barragem? Quanto chega por mês em cada barragem? São dados técnicos que nós vamos pedir para que nós, no nosso modelo de avaliação dos impactos ambientais, verificarmos isso. Aí nós teremos as medidas minimizadoras sobre o ambiente desses impactos”, finalizou o diretor de Licenciamento do Imasul.

 

PUBLICIDADE