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Delcídio estava em seu segundo mandato

Campo Grande News em 10 de Maio de 2016

Delcídio do Amaral foi o terceiro senador a ser cassado depois da redemocratização do Brasil, em 1989. Os outros dois cassados foram: Luiz Estevão (então do PMDB), em 2000 recebeu 52 votos pela cassação; 18 contra e 10 abstenções; e Demóstenes Torres (na época filiado ao DEM), em 2012 recebeu 56 votos a favor da cassação; 19 contra e 5 abstenções. Os dois processos correram por acusação de quebra de decoro parlamentar, a exemplo do que aconteceu com o ex-petista.

Delcídio, que foi eleito em 2002, estava em seu segundo mandato e, antes de ser preso, ocupava a função de líder do governo no Senado e presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), uma das principais e mais importante comissões na Casa.

Ele, que respondia um processo de expulsão do Partido dos Trabalhadores, solicitou sua desfiliação assim que ficou confirmada sua delação premiada ao STF. Desde fevereiro, o senador não retornou ao trabalho no Senado, interpondo licenças médicas uma após outra. Voltou apenas para apresentar sua defesa na segunda-feira, 09, na CCJ.

O advogado de defesa Antonio Figueiredo Basto antecipou, mais cedo ao jornal Folha de São Paulo, que o senador não compareceria a sessão para se defender. Ele discordou da decisão encaminhada pelo presidente Renan Calheiros na segunda-feira, que pressionou os senadores para analisar a cassação antes do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e informou que iria oferecer uma representação criminal contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na Procuradoria-Geral da República, para pedir seu afastamento da função.

Na avaliação da defesa, Renan utilizou-se do cargo para manipular o plenário da Casa e acelerar a conclusão do processo que pode levar à cassação do mandato do senador. "Ele fez uma barganha afrontosa ao plenário. Já passou da hora de o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal colocarem uma lupa nesse cidadão porque não é de agora que ele vem praticando atos como esse", disse Basto à Folha.

Consultada, a assessoria do senador Delcídio disse que não faria qualquer declaração sobre o resultado, pois já havia se manifestado por meio do advogado.

 

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