Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 23 de Dezembro de 2022
RECONCILIAÇÃO: O MDB só perdeu após o ‘divórcio’ com o PSDB – velho parceiro. Foi assim nas eleições municipais (com destaque para a capital), Assembleia, Governo, Câmara e Senado. A que ponto ( leia-se fundo do poço) a sigla chegou com os equívocos do coronelismo: em 2023 não terá um só representante em Brasília. Hora de enfrentar o divã e refletir.
MUDANÇAS: O deputado Marcio Fernandes faz análise da sigla nas últimas eleições, em todos os níveis, e aponta saídas para recuperação do espaço. Em janeiro o MDB elegerá nova diretoria e Marcio se coloca à disposição para presidi-la. Cita a tendência da federalização MDB-PSDB, prega a oxigenação do partido, a volta de Simone Tebet e do marido Eduardo Rocha.
INDICATIVOS: Senti nas entrelinhas da fala de Marcio uma tendência e vontade de assumir uma parceria mais ativa junto ao Governo de Eduardo Riedel. Em determinado momento o deputado admitiu: “Em relação ao PSDB do Reinaldo Azambuja o MDB tem muito mais identificação do que diferenças. ” Uma frase que resume bem o seu projeto.
NO GRID: Pensando em termos de capital, inegável que o PSDB em comparação com outras siglas, está em situação vantajosa. Especificamente em relação ao MDB a diferença é gritante. Como na Formula 1 – às vezes o piloto consegue compensar as deficiências da ‘máquina’. Mas pilotos qualificados são raros na política. Ex-campeões perdem o prazo de validade.
CONCLUSÃO: Marcio Fernandes age racionalmente, despido de ranço ou sentimento que possa impedir o encaminhamento da união das duas siglas. Pelo retrovisor, em várias eleições esses partidos conquistaram a supremacia nas urnas. Não por acaso a federalização das duas agremiações caminha para a concretização, facilitando o processo aqui no MS.
POLÍTICA: Foi o papo entre o deputado Felipe Orro e o ex-deputado Gandi Jamil que testemunhei na Alems. Falaram de episódios, eleições e personagens que marcaram na Casa. Gandi se emocionou ao falar da experiência de 120 dias na UTI hospitalar por conta da Covid 19. Não faltaram elogios de Gandi a postura do saudoso ex-deputado Roberto Orro. Palavras que sensibilizaram Felipe.
ESBÓRNIA: Para o ministro Gilmar Mendes (STF) nenhum de nós, apesar das acusações graves, permaneceria preso por muito tempo. E como ficam as 700 mil pessoas detidas; sendo 210 mil (30%), presas provisoriamente como o ex-governador Sergio Cabral (condenado a 420 anos) solto com direito ao peru e champanhe francês no Leblon. Para os ricos o crime compensa!
A PROPÓSITO: O Poder Judiciário insensível: ‘de barriga cheia e de olhos com fome’ (ditado árabe). Agora no apagar das luzes do Ano Legislativo, enviou projeto aumentando taxas e custas. Graças a atenção dos deputados e da vigilância da OAB e FIEMS esse ‘presente grego’ de Natal ficará para ser apreciado em 2023. Aleluia!
GASTANÇA: O pessoal do futuro governo só discute como gastar mais ‘em nome dos pobres’. É a operação fura teto. Governistas e oposição juntos no aumento do salário dos parlamentares e executivos. Nem uma palavra sobre o corte de gastos. Quanto a revisão da tabela do recolhimento do Imposto de Renda nem uma palavra. Tudo como antes.
O CARA! Roberto Hashioka: eleito deputado estadual, prefeito de Nova Andradina 3 vezes; perdeu a eleição em 2016 por 27 votos. Bem votado para deputado federal perdeu devido a legenda partidária. Hoje está no União Brasil e sua mulher Dione, ex- deputada estadual é a 1ª. suplente no Legislativo Estadual pelo Podemos. Roberto assume com vasta experiência na vida pública. Fará bem à Casa Legislativa.
MINISTÉRIOS: Os nomes indicados passam a ideia que Lula teria vencido sem apoio da centro-direita e mandará como se outra parte não existisse. Daí estão revertendo aquela máxima que compara a tomada do poder a tocar violino, ou seja, toma-se com a esquerda e toca com a direita. No presente caso tomaram com a direita e pretendem tocar com a esquerda.
CRITÉRIOS: Analisando os nomes anunciados até agora na composição do futuro ministério conclui-se que o principal parâmetro adotado foi a identificação partidária, mais o currículo. Há críticas também na volta da participação de políticos no comando de estatais, onde no Governo Dilma aconteceram escândalos e denúncias de corrupção.
DUAS MULHERES: Nome tradicional do PT ‘guaicuru’ Aparecida Gonçalves acabou indo para o Ministério das Mulheres. Dela só ouço elogios pela defesa das mulheres. Outro nome, Simone Tebet ainda na expectativa da nomeação para um ministério. Aliás, sua indicação mudaria o caráter do governo para coalização democrática de centro esquerda.
A PROPÓSITO: Difícil agradar gregos e troianos. Eduardo Riedel que o diga! As decepções são proporcionais às expectativas de lideranças e partidos apoiadores (inclusive o PT). Ouvi reclamações no saguão da Assembleia Legislativa, mas no caso, há de se comparar com a carga de melancias que ao longo do percurso se acomodam na carroceria.
DESTAQUE: É certo que os nomes escolhidos até aqui por Riedel são merecedores. Mas ouso abrir parênteses para destacar a permanência do Jaime Verruck nesta equipe de Governo. Ele ganhou 10 com louvor no Governo de Reinaldo comandando uma área de vital importância do ponto de vista sócio e econômico. A torcida por ele foi enorme.
PÉROLAS: Soltar o Sergio Cabral seria uma espécie de homenagem do STF ao governo que assume em 1º de janeiro? Você já notou quantas pessoas conhecidas morreram neste ano? Do ministro Tófoli ao Lula: “ O senhor tinha o direito de ir ao velório. Me sinto mal com aquela decisão e queria dormir nesta noite com o seu perdão.”
CARLOS CASTELO: “O grande perdedor desta Copa foi o salto alto. Son, da Coreia do Sul, e Neymar, têm uma semelhança: ambos são mascarados. A era Tite já era. Pelo menos não passamos o vexame de perdermos para a Argentina. Primeiro acabaram com a F-1. Depois o tênis, o vôlei, o futebol. Agora só falta acabar com o jogo do bicho.”
MARCO TRAD: No saguão da Assembleia Legislativa alguém estranhou essa clausura do ex-prefeito da capital, especialmente devido ao noticiário questionando alguns aspectos e fatos da sua administração. Observadores de plantão apostam numa futura manifestação sua somente após a posse do novo governador. Vale a pena esperar.
ANIMADO: Papo agradável com João Cesar Matogrosso no saguão da Assembleia Legislativo. Tranquilo nas manifestações sobre diversos aspectos da vida pública, ele se diz preparado para exercer o mandato de deputado estadual. Reconhece a necessidade de ampliar sua base eleitoral – hoje praticamente restrita a Campo Grande. Ele obteve 11.650 votos.
AOS LEITORES VOTOS DE FELIZ NATAL E PRÓSPERO 2023!