Campo Grande News em 22 de Abril de 2025
Reprodução/Rede Social
Jorginho trabalhava no pesqueiro há cerca de 20 anos
“Achei o Jorge, viu? Não falei para vocês ontem, que eu ia achar meu cunhado? Deus me guiou certinho, eu sabia onde ele ia estar”, disse Magrão, cunhado do caseiro que retomou as buscas hoje, com auxílio do irmão e de um militar. Ele o encontrou por volta das 06h. “(...) falei, só tinha um lugar que possa ter levado ele”.
A autenticidade do áudio foi confirmada por Reginaldo Ávalo, 55 anos, irmão de Jorginho. Ele contou que o corpo foi encontrado em mata fechada, a uma distância de 300 metros do local do ataque, no deck do pesqueiro Touro Morto, localizado no encontro dos rios Miranda e Aquidauana.
Vídeo feito logo depois que as marcas de sangue foram encontradas, é mostrado, ao longe, o local que a onça poderia ter levado o caseiro.
Reginaldo diz que o irmão sempre relatou ver onças, mas nunca foi atacado por elas. “Ele via quase todos os dias, mandava vídeo, mas elas corriam, não chegavam perto dele”, lamentou. Jorginho trabalhava no pesqueiro havia cerca de 20 anos.
O corpo de Jorginho deve ser levado até Aquidauana e, depois, sepultado em Anastácio. Ele deixa dois filhos.
Ataque
Jorge Ávalo foi atacado por onça-pintada nas primeiras horas da segunda-feira (21). Um vídeo mostrou o local onde havia rastros de sangue e as pegadas do animal.
As buscas tiveram apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar Ambiental de Miranda. Um vídeo recente mostra Jorge relatando que o pesqueiro teria sido palco de uma disputa territorial entre duas onças.
Segundo o médico veterinário e doutorando em Ecologia e Preservação pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Diego Viana, esse tipo de ocorrência é considerada rara.
“Esses casos são raros, não só no Pantanal, como em toda a área de distribuição das onças, mas acontecem. Pontualmente e de forma rara, mas acontecem.”
O último caso registrado na região aconteceu em agosto de 2023, quando um trabalhador rural foi atacado por uma onça enquanto manejava o gado em Corumbá. Ele teve ferimentos graves, mas sobreviveu após ser socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros.
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