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Das águas do Xaraés e histórias do Pantanal, Estação Primeira

Leonardo Cabral em 13 de Fevereiro de 2024

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Estação Primeira mostrou o que envolve o ciclo das águas, seca, cheia e até mesmo a renovação

Penúltima a desfilar, já na madrugada desta terça-feira (13), a Estação Primeira do Pantanal, conhecida por enredos que homenageiam personalidades e tradições culturais, este ano fez uma viagem ao mundo das águas. A escola destacou o Pantanal em seu desfile.

Com o enredo “Das águas do Xaraés, o ciclo da vida. A exuberância da fauna e flora, surge uma comitiva esperança”, a agremiação trouxe particularidades da região, exaltando a cultura e também a questão da preservação ambiental, mostrando tudo que envolve o ciclo das águas, seca, cheia e até mesmo a renovação.

Na comissão de frente, a Estação Primeira, retratou as Águas do Xaraés, composta por 10 componentes, trajando fantasias em tons de azul e acabamento em prata. Eles representaram as águas calmas do Xaraés, nome dado à região do Pantanal pelos primeiros colonizadores europeus na região.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Val Araújo e Patrícia Andrade veio revivendo uma das lendas mais temidas por todo pantaneiro, o ‘Minhocão’, uma espécie de cobra gigante, que vive pelas águas do rio Paraguai. O casal, foi protegido pelos guardiões, os mistérios das águas.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Comissão de frente retratou as Águas do Xaraés

Como fonte da vida, a ala das baianas, mostrou A lagoa dos Xaraiés ou laguna de los Jarayes (em Castelhano), que era um lago hipotético localizado nas nascentes do Paraguai. Foi retratado por cartógrafos e cronistas hispânicos do Século XVII. Na verdade, o "lago" era resultado da interpretação errônea das observações do Pantanal na época das cheias por parte dos exploradores europeus.

A fauna, flora, a peculiaridade do homem pantaneiro, do povo ribeirinho, foram mostradas nas alas e nas fantasias. A Estação Primeira, durante a passagem pela avenida,  “alagou” a passarela do samba com muita cor.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

600 componentes desfilaram em 16 alas

As tradicionais comitivas que atravessam o Pantanal foram retratadas. Em algumas ocasiões, os peões da região que chegam a passar 15 dias cavalgando em áreas alagadas, conduzindo gado de um local para o outro, ao som do tradicional berrante pantaneiro. Nesta alegoria uma escultura de um peão pantaneiro para representar os peões de comitiva, veio junto a uma casa de palafita muito comum às margens dos rios pantaneiros.

Outro ponto retratado pela agremiação foi uma chamada de atenção, com “as cinzas de ambição”, nas cores preto, amarelo e laranja com acabamento em dourado representando os incêndios com o qual o Pantanal vem sofrendo e que tanto afeta a fauna e flora, causando a morte de várias espécies de animais e vegetações pantaneiras, que não poderiam ser esquecidas no desfile.

E quem fica encantado com toda a beleza que o Pantanal oferece, são os turistas, que, muitas vezes, atravessam o mundo, para conhecer a maior área alagada do planeta. Eles também ganharam homenagem da agremiação, pois são responsáveis por ajudar a preservar a fauna e flora exuberante do Pantanal.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Rainha Thalia Araújo e a bateria do mestre Daniel Luiz

Fazendo o uso do recuo, a bateria, comandada pelo mestre Daniel Luiz, veio com o que não pode faltar quando se fala do pantaneiro raiz, ou seja, as “histórias de pescadores”, expressão usada para evidenciar os grandes contos mentirosos e sem lógica contados sobre suas pescarias.

À frente, a rainha, Thalia Araújo representando Yara, uma sereia que é conhecida por seduzir homens que estão nas margens de rios. Com muita simpatia, ela foi aplaudida pelo público, esbanjando samba ao ritmo da agremiação, que sempre busca se colocar bem posicionada no carnaval de Corumbá.

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