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Porto Geral virou passarela para desfile de moda autoral, entre cores e grafismo indígena

Paula Maciulevicius - Ascom FAS 2023 em 12 de Novembro de 2023

Elias Campos

Desfile teve como cenário o rio Paraguai ao fundo

O cenário desbanca qualquer “Fashion Week”. Quem, além do Pantanal Fashion, teria o rio Paraguai de fundo para um desfile? Na passarela do Festival América do Sul 2023, os protagonistas são as cores da moda autoral de MS, os grafismos indígenas e os traços da cultura boliviana.

No pôr do sol do Porto Geral, os olhos do público se voltam aos modelos – a maioria deles da região de Corumbá e Ladário – e às histórias por trás de cada coleção assinada.

Com o celular nas mãos e os olhos na passarela, a professora Tatiana Souza aproveitava o presente e registrava para que no futuro tivesse a lembrança do desfile da filha, Mariana.

“Ela é daqui de Corumbá sim, é a primeira vez que ela desfila. Eu tô muito alegre, e feliz. Olha, desculpe, eu tenho que lá tirar fotos”, diz a mãe.

O desfile começou com a coleção de verão 2024 da Roupável, assinada pela estilista Nair Gavilan, que traz a história do tereré nas peças mesclando ancestralidade feminina, sustentabilidade e tecidos naturais.

Em seguida, entrou na passarela a marca Touché, de Fábio Castro, que nesta coleção homenageia natureza, celebração da individualidade, além de trazer música, literatura, cinema e expressões artísticas para as estampas.

Corumbaense de coração, isso porque já mora há décadas na cidade pantaneira e até sotaque tem, dona Ester Leite estava encantada pelo desfile. “Minha sobrinha Maria Eduarda está aí. Eu amo que Corumbá é uma terra rica dessas coisas, de shows, desse festival, eventos assim que são maravilhosos, como eu amo este Pantanal”, elogia apontando para o Rio Paraguai.

Elias Campos

Vestidos leves que estampam a sustentabilidade de Emília Leal, pela Arte NativaVestidos leves que estampam a sustentabilidade de Emília Leal, pela Arte Nativa

Arte Nativa é o nome que levam as peças apresentadas pela estilista Emília Leal. Com uma modelagem contemporânea, vestidos leves tomaram a passarela com desenhos de origem tribal e paleta de cores autoral.

“É muito importante este incentivo do Festival América do Sul. Somos várias marcas, cada uma com o seu conceito e este fomento nos incentiva a pesquisar mais sobre sustentabilidade e projeta o coletivo de moda autoral de Mato Grosso do Sul”, descreve Emília.

Ainda passaram pelo desfile dança e moda FNK, de Edson Clair, mostrando roupas que dançam e convidam as pessoas para o movimento, liberdade e versatilidade, além da estilista boliviana Claudia Pérez, que trouxe para o Festival América do Sul uma coleção feita com lenços e graças de seda.

Moda indígena

A luta também demarcou a passarela no Pantanal Fashion com estilistas, modelos, apresentadores e DJs indígenas.

Natielly Terena foi uma das estilistas a apresentar a cultura indígena terena, mas pelas mãos do pai. A jovem que trabalha com moda desde 2015 foi representada por Sidney Terena, já que estava fazendo o Enem.

“Foi a primeira vez que eu conduzi o desfile. Assim, eu já participei, já ajudei, mas com ela sempre à frente. Só que dessa vez, ela precisava estudar e se concentrar. E eu pensei que não fosse tão difícil, mas tive bastante ajuda e conseguimos desenvolver o trabalho”, conta.

Para Sidney, o trabalho da filha é o de mostrar a realidade indígena através das roupas e da pintura.

“O próprio indígena que vem trazendo a sua arte para o festival de uns anos para cá. Aqui você vai ver a representação de cada um dos oito povos que nós temos no Estado. A importância é essa, a de mostrar a nossa realidade, e vocês ouvirem de nós”, finalizou.

Veja fotos no link

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