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Com mortes e casos positivos de coqueluche na Bolívia, Saúde de Corumbá emite alerta

Leonardo Cabral em 18 de Agosto de 2023

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

No período de 2018 a 2022 foram confirmados três casos de coqueluche em Corumbá

A coqueluche já provocou a morte de oito pessoas na Bolívia, segundo o Ministério da Saúde do país vizinho. Até 12 de agosto, 779 casos foram confirmados em todo o território andino e, devido a situação, um alerta foi emitido a doença no país vizinho pela  Secretaria de Saúde de Corumbá, cidade que faz fronteira com a Bolívia e que nos últimos quatro anos teve apenas três casos confirmados de coqueluche.

Do total de casos positivos na Bolívia, 487 eram menores de 5 anos e 292 acima dessa faixa etária. Até agora, 434 infectados se recuperaram da doença, e 337 são pacientes ativos (aqueles que ainda estão em tratamento). 

O boletim indica que Santa Cruz é o departamento com a maioria de infectados, com 730 no total. A cidade fica distante cerca de 650 km da fronteira com Corumbá. Em Beni, foram notificados 42 casos, e outras cidades que registraram notificação positiva foram La Paz, Oruro e Pando. O Governo Nacional ativou um Plano de Intervenção e Prevenção da Coqueluche com o objetivo de frear a propagação da doença no departamento de Santa Cruz, além de reforço da imunização com a vacina penta, conforme reportagem do jornal El Deber.

Corumbá e cenário epidemiológico

O alerta de risco emitido pela Saúde de Corumbá tem o objetivo de apoiar na divulgação rápida e eficaz de conhecimentos às populações, parceiros e profissionais de saúde, possibilitando o acesso às informações que possam subsidiar os diálogos para tomada de medidas de proteção e controle em situações de emergência em saúde pública.

Segundo dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), que constam no “alerta de surto”, foram notificados, no Brasil, até a Semana Epidemiológica nº 29 de 2023, 842 casos suspeitos de coqueluche; destes 87 (10,3%) foram confirmados.

Quatro estados do Brasil fazem fronteira com a Bolívia: Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No período de 2019 a 2023 foram confirmados 44 casos de coqueluche nesses estados, sendo que em 2023, já são 5 casos, um em Rondônia (município de Vale do Anari), três em Mato Grosso do Sul (nos municípios de Água Clara e Inocência) e um caso em Mato Grosso (Rondonópolis).

Conforme os dados, Corumbá tem cobertura vacinal de 38,5% para vacina de Pentavalente, a que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria Haemophilus influenzae. No período de 2018 a 2022 foram confirmados três casos de coqueluche no município. A vacina está disponível nas unidades de saúde do município.

A doença

A coqueluche ou pertussis é uma doença infecciosa aguda e transmissível, que compromete o aparelho respiratório (traquéia e brônquios). É causada pela bactéria Bordetella pertussis. A doença evolui em três fases sucessivas. A fase catarral inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves, que podem ser confundidos com uma gripe: febre, coriza, mal-estar e tosse seca. Em seguida, há acessos de tosse seca contínua.

Na fase aguda, os acessos de tosse são finalizados por inspiração forçada e prolongada, vômitos que provocam dificuldade de beber, comer e respirar. Na convalescença, os acessos de tosse desaparecem e dão lugar à tosse comum. Bebês menores de seis meses são os mais propensos a apresentar formas graves da doença, que podem causar desidratação, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e levar à morte.

Apenas os indivíduos que já tenham adquirido a doença ou recebido a vacina DTP (mínimo de três doses) não correm o risco de adquiri-la. Não existe característica individual que predisponha à doença, a não ser presença ou ausência de imunidade específica. Graças aos programas de vacinação, a ocorrência de casos de coqueluche no Brasil (que já chegou a cerca de 36 mil casos notificados por ano entre 1981 e 1991) vem sendo reduzida, conforme informações da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

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