PUBLICIDADE

Bolívia registra casos de coqueluche e situação coloca em alerta autoridades de Saúde de Corumbá

Leonardo Cabral em 02 de Agosto de 2023

Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense

Cobertura vacinal está baixa em Corumbá, com apenas 38% de vacinação no primeiro semestre

Casos crescentes de coqueluche, no Estado de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, distante cerca de 650 km da fronteira, preocupam as autoridades de Saúde em Corumbá. Já são cerca de 380 casos de coqueluche, distribuídos em 13 municípios bolivianos, conforme o Serviço Departamental de Saúde de Santa Cruz (Sede).

Concepción e Roboré, que fica a menos de 300 km de Corumbá, são as cidades mais recentes a relatar novas infecções. “Foram notificados 25 casos em Roboré. Estamos avaliando o nível de alerta epidemiológico que vamos decretar. Temos 13 municípios afetados pela doença”, explicou Carlos Hurtado, gerente de Epidemiologia da SEDE, informando ainda que brigadas de vacinação seriam enviadas para Roboré.

A doença pode ser evitada por meio de vacinação, com doses da pentavalente“Preocupante essa situação em Santa Cruz por estarmos na fronteira. A coqueluche é uma doença respiratória contagiosa que se agrava em crianças pequenas, e como crianças menores de dois meses não recebem a vacina, elas ficam desprotegidas. A Secretaria de Saúde de Corumbá vem fazendo ações de intensificação e mobilização, inclusive, abrindo postos de saúde com salas de vacina aos finais de semana, para os pais e responsáveis levarem as crianças para atualizar o cartão vacinal que é muito importante para a proteção dos pequenos”, destacou Simone Roca, coordenadora de imunização do Município.

A cobertura vacinal em Corumbá está baixa, conforme dados do primeiro semestre. “Reforço que a cobertura vacinal para pentavalente, que protege contra cinco doenças, incluindo a coqueluche, administrada no primeiro ano de vida da criança está com cobertura vacinal baixa nessa faixa etária, com apenas 38% de vacinação no primeiro semestre. É um número delicado, porque a meta do Ministério da Saúde é 90%. Por isso, mais um motivo para os pais levarem os filhos à sala de vacina para se imunizar, principalmente o público menor de quatro anos”, pediu Simone Roca.

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível causada pela bactéria Bordetella pertussis e está presente em todo o mundo. Sua principal característica são crises incontroláveis de tosse seca seguida pelo guincho inspiratório, que é o som produzido pelo estreitamento da glote.

Em Corumbá, conforme a Vigilância Epidemiológica, não há casos positivos da doença, mas um caso suspeito foi notificado.

Bolívia

O Ministério da Saúde da Bolívia, está com 115 brigadas de vacinação desde a segunda-feira (31), nos municípios de Santa Cruz de la Sierra, Cotoca, La Guardia e Pailón, onde ocorreram mais infecções.

No dia 26 de julho, o Serviço Departamental de Saúde de Santa Cruz (Sede) informou que 37 novos casos de coqueluche foram confirmados na região, em 48 horas. Exames realizados apenas no Hospital Infantil Mario Ortiz, detectaram naquela semana 75 casos positivos.

A doença

A coqueluche ou pertussis é uma doença infecciosa aguda e transmissível, que compromete o aparelho respiratório (traquéia e brônquios). É causada pela bactéria Bordetella pertussis. A doença evolui em três fases sucessivas. A fase catarral inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves, que podem ser confundidos com uma gripe: febre, coriza, mal-estar e tosse seca. Em seguida, há acessos de tosse seca contínua.

Na fase aguda, os acessos de tosse são finalizados por inspiração forçada e prolongada, vômitos que provocam dificuldade de beber, comer e respirar. Na convalescença, os acessos de tosse desaparecem e dão lugar à tosse comum. Bebês menores de seis meses são os mais propensos a apresentar formas graves da doença, que podem causar desidratação, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e levar à morte.

Apenas os indivíduos que já tenham adquirido a doença ou recebido a vacina DTP (mínimo de três doses) não correm o risco de adquiri-la. Não existe característica individual que predisponha à doença, a não ser presença ou ausência de imunidade específica. Graças aos programas de vacinação, a ocorrência de casos de coqueluche no Brasil (que já chegou a cerca de 36 mil casos notificados por ano entre 1981 e 1991) vem sendo reduzida, conforme informações da FIOCRUZ.

Com informações do jornal El Deber e Unitel.

Receba as principais notícias de Corumbá, Ladário e MS pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar em um de nossos grupos.