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Em oito anos, IHP deu apoio a seis casos de onças-pintadas mortas com indícios de caça

Da Redação com assessoria de imprensa do IHP em 04 de Agosto de 2023

Divulgação

Programa tem como objetivo principal implementar ações para a coexistência entre humanos e onças no Pantanal

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP), sediado em Corumbá (MS) tem o programa Felinos Pantaneiros em desenvolvimento com o objetivo principal de implementar ações para a coexistência entre humanos e onças no Pantanal. O programa avalia ações de manejo de rebanho que visem minimizar os conflitos causados pela depredação de rebanhos bovinos e outros animais domésticos por grandes felídeos, assegurando melhores práticas e referência na harmonia entre produção agropecuária e conservação.

Além da avaliação de estratégias anti-depredação, o projeto estima e avalia, utilizando armadilhas fotográficas, colares GPS, aspectos ecológicos dos grandes felídeos pantaneiros. Desde 2016 o programa atua na Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede Amolar) e em fazendas do Pantanal.

Como forma de disseminar o conhecimento científico, o projeto realiza atividades de educação ambiental não formal em escolas rurais, propriedades rurais, comunidades ribeirinhas e na cidade de Corumbá e Ladário. Aproximadamente 7.000 pessoas, entre adultos e crianças, já foram sensibilizadas por estas atividades.

Nesse trabalho no eixo de coexistência, entre 2016 e agosto de 2023, a equipe do programa Felinos Pantaneiros deu apoio técnico às autoridades de segurança pública (Polícia Militar Ambiental e Polícia Federal) em seis casos em que houve fortes indícios de morte de onça-pintada causada por disparo de arma de fogo, sugerindo a prática de caça desses animais.

Em 3 casos, foi encontrado o projétil no corpo do animal após a necropsia.

Em 2 casos, houve indícios de perfuração de bala, porém o projétil não foi encontrado.

Em 1 caso, conforme imagens do corpo do animal, a cabeça foi retirada e não há na literatura científica registro de um animal selvagem que mate o outro e realize esse tipo de procedimento, descartando integralmente o corpo.

A localização de um projétil no corpo de um animal representa em prova pericial de abate por caça.

Registros de caça de onça-pintada entre 2016 e agosto de 2023 e que não resultaram em morte do animal também foram feitos pela equipe do IHP. As onças-pintadas Joujou e Tiago, capturadas na região da Serra do Amolar (Corumbá) em 2020 por conta dos incêndios daquele ano, tinham projétil de chumbo no corpo, porém elas sobreviveram à prática de caça.

Conforme dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a onça-pintada é uma espécie classificada na categoria vulnerável para a extinção.

O programa Felinos Pantaneiros também faz o monitoramento de morte de onças-pintadas por atropelamento na BR-262, no trecho entre Corumbá e Miranda (Mato Grosso do Sul). Para saber mais, acesse aqui.

Operação da PF

Na quinta-feira (03), a Polícia Federal deflagrou a Operação Yaguara, com o objetivo de combater a caça ilegal de onça-pintada e a biopirataria no Pantanal.

As investigações tiveram início em março de 2023, após o recebimento de notícia-crime e publicações de vídeo nos quais se via o corpo de uma onça-pintada adulta, sem cabeça, flutuando no leito do rio do Paraguai-mirim.

A PF instaurou Inquérito Policial, realizou diversas diligências no Pantanal e descobriu indícios que apontaram para possíveis envolvidos no crime, além da informação de que a cabeça do animal foi vendida para o exterior, configurando também a prática de biopirataria. Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos e uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma de fogo. 

"A Polícia Federal atua no Pantanal visando combater, dentre outros crimes, a caça ilegal de animais silvestres, principalmente, da onça-pintada", informou em nota a assessoria de comunicação do órgão policial. A PF não deu mais detalhes sobre investigados.

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