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"Fogo não é limpeza, é destruição", diz comandante do Corpo de Bombeiros Militar de MS

Leonardo Cabral em 29 de Julho de 2023

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Comandante geral do Copo de Bombeiros Militar, coronel Frederico Reis Pouso Sales

A região do Pantanal em Corumbá entra num período de alerta a partir de agosto. Isso acontece devido a estiagem, uma vez que a vegetação fica mais seca e suscetível ao fogo.

O comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, coronel Frederico Reis Pouso Salas, disse ao Diário Corumbaense, que os trabalhos de prevenção e também de combate a incêndio focam principalmente a região do Pantanal.

“Em abril, editamos uma norma que traça todas as estratégias e táticas para esse período crítico, que é o período da atuação do fogo propriamente dito. Então, vem desde abril o processo de educação ambiental, proteção nos Parques Estaduais. A partir de julho, houve também o deslocamento das guarnições de combate a incêndio florestal nas regiões em que, historicamente, há maior incidência de fogo aqui no nosso Estado, incluindo como principal foco a região do Pantanal”, explicou o comandante geral dos bombeiros.

O novo comandante do 3° GBM, major Pablo Diego Barros de Jesus, garantiu o reforço do trabalho das equipes de combate a incêndios florestais.

“Existem pontos de incêndio aqui e estamos com equipes preparadas, inclusive combatendo esses focos, guarnições de incêndios florestais e vamos dar prosseguimento. Em relação ao ano passado, o número de incêndios está bem reduzido, então, conforme for aumentando a quantidade, vamos reforçar as guarnições para fazer o trabalho de combate”, disse o major Pablo.

Fogo terrenos baldios

O que para muitos pode ser considerado como hábito cultural limpar terrenos baldios, juntar folhas no quintal e atear fogo, para as autoridades é preocupante. O comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar, pediu conscientização da população para evitar essa prática.

“Quando a gente fala de fogo na mata Cerrado, Pantanal, a gente imagina logo um fogo gigantesco, seja em fazenda, nas reservas, mas nos preocupam muito também com os incêndios em terrenos baldios, áreas em que a sociedade faz a limpeza, porque a população, não só de Corumbá, tem a cultura de que fogo é limpeza, mas não é. É destruição, é prejudicial à saúde, causa aquecimento global, temos que nos atentar para isso, um grande desafio é a consciência da sociedade, por isso, adotar outros métodos de limpeza, recolher e entregar para os setores responsáveis é uma das saídas”, destacou , o coronel Frederico Reis Pouso Salas.

Desde o dia 17 deste mês, o Estado está em alerta com relação a incêndios florestais. Foram suspensas autorizações para queimadas controladas, só sendo permitida queimadas para treinamento de brigadistas.

Provocar incêndio em mata ou floresta pode gerar prisão em flagrante. A pessoa poderá sair sob fiança para responder ao processo em liberdade. A pena prevista é de dois a quatro anos de reclusão. Além disso, o infrator pode ser autuado administrativamente e multado entre 1.000,00 por hectare ou fração em área agropastoril, ou vegetação não protegida por Lei, e de até R$ 7.000,00 por hectare em vegetação protegida.

Tanto no perímetro rural como urbano, o infrator também poderá responder por crime de poluição, com pena prevista de um a quatro anos de reclusão, bem como ser autuado administrativamente e receber multa de R$ 5.000,00 a R$ 50.000.000,00. Em todos os casos, os infratores poderão sofrer ação civil para reparação dos danos ambientais. 

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