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Equipe do IHP faz registro raro de onça deitada em "paliteiro" na Serra do Amolar

Da Redação com assessoria de imprensa em 28 de Julho de 2023

Diego Viana/IHP

Equipe do IHP ainda não tinha avistado uma onça em cima de árvore na Serra do Amolar

O momento foi de emoção para equipe do Instituto Homem Pantaneiro que avistou na quarta-feira (26) uma onça-pintada na Serra do Amolar. “Eu estava navegando no rio Paraguai, quase no meio do rio, sentido Corumbá, procurando paliteiros, que são cicatrizes do fogo. Foi quando eu vi, contra-luz, o que parecia ser um acúmulo de vegetação que se assemelhava ao formato de uma onça. O que me chamou a atenção. Não falei para ninguém. Fui chegando, chegando perto e quando eu enxerguei o formato das patas e as rosetas, não estava acreditando. Era um sol muito forte, uma madeira carbonizada. E comentei que poderia ser uma onça. Depois que eu falei para o pessoal do barco foi uma emoção geral. Para mim, foi como um sinal. Porque tinha sido um dia complicado e aquilo coroou toda uma expedição. A gente perdeu a noção do tempo. Perdemos o almoço e olha que o almoço é importante. Nem sei como explicar como essa onça-pintada estava ali, daquele jeito, naquele lugar. É uma força da natureza”, relata o biólogo no Instituto Homem Pantaneiro, Sérgio Barreto, que foi o primeiro a fazer o avistamento.

O médico veterinário no IHP, Diego Viana estava com a equipe. “Não é um avistamento muito comum por parte da equipe do IHP. Em 8 anos do programa Felinos Pantaneiros, diversos avistamentos já ocorreram, mas a gente nunca tinha observado uma onça-pintada em cima de uma árvore nessa região”, ressaltou.

Diego Viana/IHP

Árvore, que tem a "cicatriz" do fogo, pode estar servindo de refúgio

Estudo publicado em junho deste ano por pesquisadores da Onçafari, Panthera, SOS Pantanal, Instituto Pró-carnívoros, USP e UFRS relatou esse comportamento de onças-pintadas fêmeas no Pantanal de Miranda. Elas buscam proteção para si e os filhotes. O avistamento na região da Serra do Amolar mostra indício de repetição do comportamento em uma outra sub-região do Pantanal.

“A árvore onde a onça-pintada foi encontrada é emblemática para a gente, como pantaneiro, pesquisador. Ela foi queimada anteriormente (2020), mostra essa cicatriz do passado. E agora pode estar servindo de refúgio”, comentou Diego. O período de maior risco de fogo na Serra do Amolar acontece em setembro, conforme estudos do Lasa/UFRJ.

Ouça abaixo o relato do coordenador do programa Felinos Pantaneiros e médico veterinário Diego Viana.

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