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Estudo aponta que segundo semestre é período mais crítico para risco de incêndio na Serra do Amolar

Da Redação com assessoria de imprensa em 10 de Julho de 2023

Arquivo/Diário Corumbaense

Em 2020, a região da Serra do Amolar foi atingida pelo maior incêndio já registrado em mais de um século

Os pesquisadores do LASA – Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais/UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) desenvolveram um estudo amplo sobre o fogo registrado na Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede Amolar). Nessa linha do tempo com dados dos últimos 11 anos, mês a mês, é possível perceber como o ciclo do fogo no Pantanal decorreu e há indicativo que o período mais crítico para incêndios começa em setembro.

Em 2020, houve danos catastróficos em toda a Rede Amolar, um território que é corredor de biodiversidade, formado por Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) e o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, área de Patrimônio Natural da Humanidade. Esse território é formado por 300 mil hectares e abriga espécies como a onça-pintada, ariranha, antas, tamanduás-bandeiras.

Proteger e conservar uma área florestal de alto risco de forma permanente como existe nesse território significa viabilizar um refúgio natural para diferentes animais que atualmente encontram-se com algum grau de risco de extinção.

“De acordo com registros históricos, a região da Rede Amolar costuma ser mais afetada pelo fogo a partir de setembro, com a atenção se estendendo até janeiro. Em muitos anos, como 2013, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2022, os meses do final da primavera ou início do verão são os mais afetados do ano”, detalhou os pesquisadores do Lasa/UFRJ.

O presidente do IHP, Ângelo Rabelo, reforça que após o fogo de 2020, a região ainda passa por um processo de recuperação. “Essa área representa um corredor para a biodiversidade onde há centenas de espécies de mamíferos, de aves e de répteis. Fizemos o plantio de 25 mil mudas em parte dessa área, mas ainda é preciso uma continuidade de ações para garantir a conservação e o processo de produção de natureza que é possível ter nesse território.”

Divulgação/IHP

A Serra do Amolar é classificada pelo Ministério do Meio Ambiente como uma área de conservação de biodiversidade de prioridade extremamente alta

A mobilização em torno do desenvolvimento científico e implantação de ações de conservação na Rede Amolar fazem parte do projeto Mitigação dos efeitos dos incêndios de 2020 e prevenção contra novos incêndios na Serra do Amolar, Pantanal.

Essa iniciativa é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência executora.

Patrimônio da Humanidade

Em 2020, a região da Serra do Amolar foi atingida pelo maior incêndio já registrado em mais de um século de registros. Cerca de 97% da área foi queimada. Essa região faz parte da Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar. A Rede Amolar é um programa criado em 2008 pelo IHP, que abrange áreas federais, estaduais e particulares, incluindo o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, sítio de importância internacional pela Convenção de Ramsar.

A Serra do Amolar é classificada pelo Ministério do Meio Ambiente como uma área de conservação de biodiversidade de prioridade extremamente alta. A Unesco denomina essa região como Reserva da Biosfera Mundial e desde 2000 considera o Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (Parque Nacional, RPPN Acurizal, RPPN Penha, RPPN Dorochê e RPPN Rumo ao Oeste) como Patrimônio Natural da Humanidade.

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