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Federação não reconhece suposto pai de santo que estuprou menina durante sessão

Campo Grande News em 22 de Novembro de 2022

Marcos Maluf/Campo Grande News

Homem foi preso em flagrante após abusar de adolescente

Acusado de estuprar adolescente de 15 anos na madrugada desta terça-feira (22), o suposto pai de santo preso na região do Zé Pereira, em Campo Grande, não faz parte da Federação das Religiões de Povos de Terreiro de Mato Grosso do Sul, Ajô Nilê.

De acordo com nota de repúdio assinada pelo presidente da entidade, Babalorisá Deamir Lemes Ribeiro, o homem de 63 anos não é filiado à federação e “tampouco sabe-se se o mesmo é realmente Sacerdote de Umbanda, uma vez que tanto a religião de Umbanda, quanto seus adeptos jamais cometeriam uma atrocidade desta monta”.

Além disso, ao contrário do que alegou o abusador, atos sexuais não fazem parte do rito praticado na Umbanda, sendo que Caboclos, Pretos Velhos, Exus, e demais espíritos que se manifestam na seara Umbandista jamais “praticariam um ato tão sórdido”.

Para a federação, o homem usou a religião como pano de fundo para acobertar seus atos. Ressalta ainda que “não é necessário tocar na pessoa para dar um passe e/ou tirar qualquer negatividade, ainda mais em partes íntimas, sejam de homens, mulheres, crianças e/ou idosos”.

Por fim repudia veementemente o fato ocorrido, “devendo esta pessoa responder criminalmente pelo ato cometido em face da jovem que sofreu o abuso sexual”. A federação se solidariza e está apoiando a vítima.

Caso

Segundo boletim de ocorrência uma menina de 15 anos foi abusada sexualmente durante sessão com suposto pai de santo. Depois do ocorrido a garota relatou a mãe que havia sofrido abuso sexual. A Polícia Militar foi imediatamente acionada e o idoso preso. 

Em depoimento ele alegou que não se lembrava de nada, porque estava incorporado pela entidade “e se houve contato sexual ou se a adolescente tocou o seu órgão genital foi com os pés, de onde se começa a extrair as energias ruins, e depois com a mão”.

Ainda conforme o depoimento do pai de santo, é comum que durante a transferência de energia haja contato físico entre a entidade e a pessoa atendida, dependendo da situação de cada um. Segundo ele, tudo o que é feito durante a sessão ou falado é reservado entre o incorporado e a pessoa atendida.