PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Rede Feminina tem programação variada no mês de combate ao câncer em Corumbá

Leonardo Cabral em 06 de Outubro de 2022

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

A abertura do Outubro Rosa contou com apresentação do grupo Oncovida

Abertura oficial do Movimento Outubro Rosa, da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Corumbá, aconteceu na quarta-feira (05) na sede da Rede Feminina, conhecida como “Casa Rosa”, localizada na rua XV de Novembro, área central. Pacientes e cuidadores participaram do evento que contou com a apresentação do grupo de dança Oncovida, além de palestra com informações a respeito do tema.

O Movimento conta com programação com várias atividades como o Baile do Outubro Rosa com a banda Lilás; passeio das pacientes em um balneário da cidade; o Flashback Outubro Rosa, na Boate 1054 e a tradicional Caminhada do Outubro Rosa, que retorna em 2022 após uma pausa de dois anos devido a pandemia da Covid-19.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

1.200 camisetas foram confeccionadas para a Caminhada, que acontece sábado

Para a caminhada, 1.200 camisetas foram confeccionadas e estão sendo comercializadas pelo valor R$ 30. Tudo o que for arrecadado será revertido para a Casa Rosa. A mobilização será neste sábado (08), com concentração às 07h30, em frente a sede da Rede Feminina.

De acordo com Sabina Acosta da Costa, presidente da Rede Feminina, o calendário de ações é importante para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, o que reduz as chances de complicações e mortes pela doença.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Sabina enfatiza que a prevenção é o melhor "remédio" para combater o câncer

“Ainda temos essa resistência, pois antigamente a doença era relacionada à morte, porém, se descoberta no início, são grandes as chances de cura, e temos exemplos próximos, como muitos dos nossos pacientes, que hoje esbanjam vida e saúde”, diz Sabina que também destaca que os homens devem ter a mesma preocupação das mulheres.

Após diagnóstico, a luta com Oncovida  

O impacto da noticia é grande para o paciente que é diagnosticado com câncer. Muitos já relacionam a doença com a morte, porém, é importante reforçar que existe tratamento e cura, principalmente se diagnosticado no início. Apesar de longo, se o processo for seguido de forma correta, as chances de sucesso são grandes.

Na Rede Feminina, um dos casos é o de Candelária Fatima de Amorim, de 67 anos, que está há um ano em tratamento contra o câncer de mama. Diagnosticada em janeiro de 2021, ela diz que a noticia quase a derrubou, mas com ajuda da família e dos médicos, recuperou a serenidade para enfrentar o processo.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Candelária está em tratamento e se diz muito forte na luta contra a doença

“Creio que todo mundo que passa por isso sente esse baque. Me segurei, fiquei reflexiva, pensativa, até mesmo pelo fato de ter perdido meu pai com um tipo de câncer no pâncreas, mas depois recebi o apoio das pessoas, médicos, familiares, e fui vendo que não está tudo perdido, que existe uma nova chance para viver”, relatou Candelária.

A paciente, que hoje já passou por cirurgia para a retirada de nódulos, seções de quimioterapias e radioterapias, disse que esses processos são os mais complicados depois do diagnóstico.

“A quimioterapia é mais difícil, um pouco invasiva, nem todos sentem, mas alguns sim. Tive perda de cabelo, pra mim foi um susto, mas depois eles nasceram novamente, branquinhos, e hoje estou aqui em tratamento e sigo dessa forma, para que possa vencer de vez. Por isso, é importante que as pessoas se cuidem”, disse Candelária, que participa do grupo de dança Oncovida e encontrou na arte um estímulo para enfrentar o desafio. “Juntas vamos enfrentando esse desafio. Me dá mais ânimo para viver”, completou.

Outra paciente em tratamento, Waldemara Augusta Aguilera de Oliveira, de 43 anos, também faz parte do Oncovida. Ela é motorista de empresa de ônibus e enfrenta o tratamento contra o câncer de pâncreas há um ano.

Nesse período, ela que passou por cirurgia de retirada do pâncreas e baço, descreveu ao Diário Corumbaense como uma “tremenda barra” o momento em que soube do diagnóstico, mas se sentiu forte com o apoio da família e amigos.  

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Waldemara afirma que o grupo Oncovida é mais um aliado na luta contra a doença

“Na descoberta a gente fica sem chão. É muito difícil aceitar a doença. Tem um ano que descobri, ainda mais para mim, que sempre trabalhei e de uma hora para outra receber a noticia fica tudo difícil. Mas a família e a fé, faz com que tudo seja possível e descobrimos uma força de dentro imensa para poder viver”, frisou.

Com a força e foco no tratamento, ela diz que encontrou na dança, um aliado a mais para enfrentar o câncer. “A dança, o nosso grupo que dá apoio, isso eleva a autoestima. Aqui nos sentimos abraçadas de uma forma que não deixa a gente se abater. A dança não nos faz bem apenas fisicamente, mas mentalmente também. É um aliado a mais, uma arma contra a doença”, destacou.

A Rede

A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Corumbá atende de 150 a 250 pessoas atualmente, entre mulheres e homens, de diferentes idades e pacientes não apenas de Corumbá e Ladário, como também de assentamentos e bolivianos.

Todos os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) recebem cestas básicas, fraldas e suplemento nutricional, fundamental para quem está passando pelo processo de quimioterapia.

Para isso, a Rede conta com o voluntariado de profissionais e também das próprias mulheres que receberam alta médica e ajudam nos trabalhos referentes à assistência aos pacientes. As doações são sempre muito bem-vindas, pois possibilitam a assistência gratuita aos pacientes.

Outubro Rosa

O movimento popular conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.

A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade (www.komen.org).

A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e etc. surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial, de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.

PUBLICIDADE