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Deputado constata que outras duas operadoras não devolveram desconto de clientes

Campo Grande News em 01 de Setembro de 2022

Marcos Maluf/Campo Grande News

Deputado mostra cálculo para mostrar que conta não caiu apesar da redução de alíquota do ICMs

Mais duas operadoras serão denunciadas por não devolver desconto dos clientes em Mato Grosso do Sul. Nesta quinta-feira (dia primeiro), o deputado estadual Paulo Duarte (PSB) deve entrar com representação no MPF (Ministério Público Federal) contra a Vivo, já citada em reportagem ontem, Claro e TIM. O parlamentar pede a devolução em dobro dos valores devido aos consumidores. Ainda não há mensuração do montante e nem o quantitativo de clientes prejudicados.

“Mas com certeza estamos falando em milhões e milhões de reais que as empresas surrupiaram. Verifiquei que a TIM e a Claro cometeram o mesmo crime que a Vivo. Vou entrar com a representação para que o Ministério Público Federal exija a devolução em dobro como diz o Código de Defesa do Consumidor”, afirma Duarte.

Ontem, o parlamentar informou que levaria o caso à Justiça. Contudo, nesta quinta-feira, ele optou por acionar o MPF. “É o caminho mais rápido e adequado pela lesão ao consumidor e pelo crime de apropriação indébita cometido pelas operadoras”.

A lei federal limitando a alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) a 17% foi publicada em 23 de junho e a decisão do governo do Estado, oficializando a redução de 27% para 17%, teve validade a partir de julho.

O decreto do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) padronizando a alíquota de 17% para as operações com os combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo foi publicado em 6 de julho, com efeito retroativo ao dia primeiro daquele mês. Contudo, enquanto o preço da gasolina logo caiu, o valor da conta de celular permaneceu inalterado. 

Marcos Maluf/Campo Grande News

“Estamos falando em milhões e milhões de reais que as empresas surrupiaram", diz Paulo Duarte

Economista, ex-secretário estadual de Fazenda e com carreira na área tributária, Paulo Duarte apresentou o comparativo entre contas datadas de 25 de maio e 25 de agosto deste ano. Em maio, antes da lei federal, o plano contratado de internet, telefone e serviços digitais totalizava R$ 154,99. No mês de agosto, a conta posterior à legislação trouxe os mesmos R$ 154,99. 

Porém, segundo o deputado, a conta de agosto pelo serviço deveria ser de R$ 135,85, com redução de R$ 19,14. O cálculo leva em consideração a alíquota de 17%.

Questionada pela reportagem, a Vivo citou que ainda vai repassar a redução da carga tributária do ICMS ao consumidor. “Dentro deste cenário, até setembro aproximadamente 80% dos clientes já deverão ser impactados com a redução dos valores em sistema, mantendo-se o processamento do ajuste na fatura até o limite do mês de novembro. Desde o início de agosto, os clientes já podem adquirir ou migrar para os planos com redução de carga tributária, se desejarem”, informa a operadora. 

A demora foi duramente criticada pelo deputado estadual que se lançou aos cálculos para alertar os consumidores. “Isso é feito de má-fé, essas empresas lidam com tecnologia, não existe essa desculpa. Eles tentaram aplicar um golpe, ‘se colar, colou’. É óbvio que eles têm todos os controles, fazem isso do dia para a noite. Tem que lembrar que o serviço deles é de alta tecnologia, são empresas multinacionais”, afirma Duarte.