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Após escândalos, delegado-geral da Polícia Civil de MS pede demissão

Campo Grande News em 18 de Fevereiro de 2022

Henrique Kawaminami/Arquivo CG News

Adriano Garcia Geraldo durante entrevista concedida ao Campo Grande News enquanto delegado-geral

Com o nome envolvido em pelo menos dois escândalos nos últimos três meses, o delegado Adriano Garcia Geraldo decidiu entregar o comando da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul. A carta de demissão do cargo de delegado-geral, assinada por ele nesta sexta-feira (18), está nas mãos do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Adriano alegou questões de “cunho pessoal e familiar” e informou no documento em que comunica que os motivos da decisão de caráter “irrevogável e irretratável” serão “esclarecidos pessoalmente em momento oportuno”.

Os escândalos

Em novembro de 2021, Adriano Garcia foi personagem de polêmica envolvendo uma subordinada, a delegada Daniella Kades de Oliveira Garcia, uma das integrantes da força-tarefa responsável pelas investigações contra grupo de extermínio suspeito de atuar em Mato Grosso do Sul por pelo menos uma década.

Depois de recusar a citar nomes de investigados, numa reunião realizada na DGPC (Delegacia-Geral de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul), a delegada afirmou que “não confia na polícia”, se referindo a série de denúncias de corrupção dentro dos órgãos de segurança pública feita pela própria Operação Omertá.

Na ocasião, aparentemente irritado com a afirmação, o então delegado-geral, ameaça: “Se não vai por bem, vai na dor. Aí a gente põe hierarquia, porque é muito triste você dizer que não confia”, conforme áudio ao qual o Campo Grande News teve acesso exclusivo à época.

A discussão rendeu investigação aberta contra a delegada, acusada de insubordinação.

O assunto estava em banho-maria, quando nesta quarta-feira (16), Adriano Garcia se envolveu em outra confusão. Para parar uma motorista de 24 anos que ele perseguia em plena Avenida Mato Grosso, em Campo Grande, por volta das 18h, ele atirou, estourando 3 pneus do veículo conduzido pela jovem.

Movimentação

Nesta sexta-feira (18), o secretário Antônio Carlos Videira negou que a decisão do Governo de Mato Grosso do Sul era afastar Adriano da chefia, mas informou que havia a possibilidade a qualquer momento, ao longo do processo administrativo disciplinar aberto contra o servidor por causa da confusão no trânsito.

O delegado ficou apenas um ano no comando da Polícia Civil. Ele tomou posse no lugar de Marcelo Vargas, no dia 22 de fevereiro do ano passado. Adriano Geraldo começou a carreira na Polícia Civil de São Paulo em 1992 e só em 1999 passou a atuar na segurança pública de Mato Grosso do Sul.