Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 24 de Setembro de 2021
REVIRAVOLTA:
A decisão do Senado em manter o critério ( fim
das coligações) de 2020 fará candidatos desistirem
de mudar de partido. Indo para uma sigla forte correm o risco, mesmo com boa votação, de perderem
por não atingirem o quociente eleitoral. Os partidos de aluguel perderão a
força de – pendurados em partidos maiores – formarem alianças de ocasião.
SURPRESA:
Após a alegria pela aprovação da matéria na Câmara, veio a bordoada com a
derrota no Senado. Aqui no Estado, pretendentes ao pleito de 2022 devem recuar
e repensar a estratégia. Afinal, seus partidos
não poderão emprestar seu tempo de TV
aos candidatos a governador em troca de cargos nos governos futuros e
financiamento de campanha.
ALERTA
GERAL: O impacto do fim das coligações em 2022 é tal que vale
recordar: menos de 10% dos atuais deputados federais eleitos no país atingiram o quociente eleitoral sem depender dos votos
obtidos pelo conjunto do partido ou da
coligação. E muitos partidos, se não
cumprirem as metas da ‘clausula de barreira’
perderão a grana do Fundo Partidário e o tempo na TV.
PRA
PENSAR: E se Bolsonaro não for candidato em 2022?
Para os observadores, a hipótese – hoje
distante – não é impossível. Nesta tensão crescente dele com o STF há material
para amparar condenação, inelegibilidade e afastamento. O nome do ministro
Tarcisio G. de Freitas da Infraestrutura teria potencial como candidato do
Governo e de setores do Centro.
REFLEXO: Sobre
essa possibilidade, talvez fantasiosa para muitos - alguns políticos experientes entendem que esse fato
enfraqueceria o discurso da esquerda e do próprio ex-presidente Lula (PT).
Acabaria a o antagonismo Bolsonaro e Lula,
proporcionando o aparecimento e o
fortalecimento de outros candidatos. Um exercício de especulação valido.
DETALHES:
Para a oposição o ideal é Bolsonaro continuar sangrando e chegar às eleições em condições precárias. A ausência do atual
presidente tiraria o combustível do discurso petista, principalmente se o
candidato adversário for um representante
da terceira via, sem nódoas no currículo. Aí o cenário eleitoral mudaria com
clima para outro tipo de debate.
DEPUTADOS
& AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): recebeu a visita do embaixador do Paraguai
Juan. Delgadilho em Brasília; lançou a obra impressa da Constituição de MS
comentada; apresentou voto de pesar pela morte do ex-deputado Armando Anache; José
Teixeira (DEM): destacou pontos positivos do discurso do presidente
Bolsonaro na ONU abordando questões do meio ambiente; presente no lançamento da
edição da Constituição de MS. Lucas de
Lima (Sol): é seu projeto elegendo 18 de janeiro ( data da 1ª. vacina no MS contra Covid) como
o Dia do Vacinador – a ser incluído no Calendário
Oficial de Eventos. Pedro Kemp (PT):
criticou as declarações eleitoreiras do presidente Bolsonaro na ONU. Evander Vendramini (PP): pede informações ao Incra e Mapa sobre assentamentos de
Corumbá e Ladário; pede a Marinha os exames de habilitação de embarcações em 3
distritos navais de Corumbá; atento aos gastos federais na Santa Casa de
Corumbá contra o Covid 19; seu projeto proíbe consentimento de cônjuge para
método contraceptivo.
‘RED
BULL’: As mulheres estão precisando do ‘energético’ previsto
nas regras eleitorais para 2022. Nenhuma mulher se dispõe a disputar o Palácio do
Planalto. A ex-senadora Marina Silva (Rede), candidata nas últimas 3
eleições sumiu após o vexame de 2018 -
quando recebeu só 1 milhão de votos (1%) - menos que a votação do cabo Daciolo ( Patriota).
A
PROPÓSITO:
Nas eleições de 2018 Cabo bombeiro Daciolo deixou o candidato Ciro Gomes (PDT) de saia
justa num debate na TV Record quando perguntou-lhe: “O senhor ficou doente,
correu para o Sírio Libanês. E o povo? O povo corre pra onde? Cadê a saúde do
povo? Porque o senhor não foi também para o hospital público”?
INCOERÊNCIA:
Essa abordagem do então candidato
Daciolo não é abstrata e não pode ser ignorada. Na hora da eleição os
candidatos de todo o Brasil sabem tudo, falam bonito, se dizem iguais ao povo.
Mas na hora do aperto eles voam rumo aos hospitais caros de São Paulo. Ora!
nesta pandemia assistimos ao filme conhecido.
COMPENSA?:
O sucesso na política faz um bem danado a vaidade, massageia o ego , mas não é
de graça. Custo alto: envelhecimento precoce,
desagregação familiar e problemas judiciais. O charme do poder tem inveja,
falsidade e ódio. Aventura humana tem apenas a porta de entrada. Os adversários
é que não deixam você sair de cena. Azar seu, fora ou dentro do camburão.
AÇÕES
PARLAMENTARES: Gerson Claro (PP): elogia as ações do Governo
na área da Saúde; Zeloso presidente da CCJR na apreciação das matérias antes de
irem ao plenário. Mara Caseiro (PSDB):presente
na inauguração do asfalto Eldorado-Porto Marumbi; pede ambulância para Pedro
Gomes; reivindica kit biométrico de emissão
de documentos em Iguatemi; pede reforma de escola estadual em Naviraí. Amarildo Cruz (PT): Autor do Projeto de
Resolução 29/2021 de concessão de Título de Cidadania Sul-Mato-grossense. Neno Razuk (PTB): pede asfalto para a
Estrada do Parque de Piraputanga; promove dia 16 de outubro Leilão em pról do
autismo da capital, Navirai e Dourados; pede ao Detran sinalização urbana em
Coxim e a volta de emissão de RG em Água
Clara. João H. Catan (PL): Notório defensor do meio ambiente e da causa
animal - propõe a declaração de Utilidade Pública Estadual a Sociedade de Proteção Animal Abrigo dos
Bichos em Campo Grande.
HISTÓRIA: Nem todos que passam pela rua Dom Aquino sabem quem foi esse personagem. Arcebispo
de Cuiabá; indicado pelo presidente
Wenceslau Braz ele se elegeu governador
(1918/1922). Poeta, escritor, pertenceu a Academia Brasileira de Letras
e criou o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e a Academia Mato-Grossense
de Letras. É reverenciado pelos cuiabanos, onde há uma rua batizada com seu
nome.
É
TABU? O jogo do
bicho movimenta milhõe$ e elege políticos por aqui. Mas, não se sabe quando a
guerra polícia versus bicheiros acabará. Fala-se que a facção criminosa do PCC
( mas bicheiro não é criminoso também?) após dominar a fronteira quer se apossar do
jogo do bicho no MS. O ‘curioso’: não há políticos com coragem ou interesse em abordar o problema.
Beneficiados, cumplices?
ABSURDO:
A estranha convivência (remunerada) da Polícia e essa atividade criminosa
ganhou contornos de legal. Onde chegamos! No Rio Grande do Sul os tradicionais
bicheiros (contraventores) foram a Polícia denunciar de que estão sendo
extorquidos para pagar comissão diária da fatura ao pessoal do PCC. Ora! Ao fazer a denúncia os bicheiros gaúchos
confessam o próprio crime. Só no Brasil.
DEPUTADOS
AÇÕES: Antônio Vaz
(REP): presidiu evento comemorativo a Semana
Estadual da Juventude homenageando dezenas de jovens em várias áreas de
atuação; presidente da Comissão de Saúde
acompanha a vacinação anti Covid. Capitão Contar (PSL): propõe Programa
de Integridades em Contratos com a gestão pública; elogiou o teor da fala do
presidente Bolsonaro na ONU; contra a redução da autonomia dos fiscais. Marçal Filho (PSDB): comemora
instalação de placas nos condomínios contra
a violência doméstica, fruto de seu projeto; José C. Barbosa (DEM) enalteceu as conquistas de Corumbá no abastecimento de água e
esgotamento sanitário; elogiou o sucesso da Feira Agropecuária Digital do
Sindicato Rural de Dourados; cobrou
solução para a falta de água nas aldeias indígenas de Dourados. LÍDIO LOPES ( Patri): Destaca as
ações do Governo Estadual no Cone Sul em benefício das comunidades da região
que representa; recebendo adesões da 24ª reunião da Unale em Campo Grande nos
dias 24,25 e 26 de novembro.
ARMANDO
ANACHE: Mais um político da velha guarda que nos
deixa. Tipo manso, de palavras medidas, incapaz de chatear alguém. Apesar de
defender Pedro Pedrossian, reclamava que o ex-governador prestigiava os
adversários em prejuízo aos fieis amigos.
Tinha seus motivos pessoais para ir curtir os últimos anos de vida no
Rio. Espécie em extinção, de outros tempos.
‘CRIATIVIDADE’: ‘
Lula tenta reescrever a história da corrupção no Brasil. Segundo o
ex-presidente, a culpa da grave crise econômica nacional caberia a Operação Lava Jato – não a própria
corrupção. Uma cínica tentativa de criar uma nova narrativa e evitar uma mea
culpa...( - )...” É o início do artigo de autoria do jornalista alemão
Alexander Busch, correspondente de vários órgãos de imprensa alemã no Brasil.
O
JORNALISTA alemão lembra que a suspensão das
sentenças de Lula foi por motivos formais; que não foram os inquéritos os
causadores à economia e a Petrobras, mas sim a corrupção, a má gestão, as
decisões econômicas erradas nos 13 anos do PT
no poder. Ao final o jornalista
Alexander compara: “jogar para a Justiça a responsabilidade pelos prejuízos - é
como culpar pela doença o médico que a diagnosticou no paciente”.
PÍLULAS
DIGITAIS:
A pátria, a hora, a liberdade...Nada disso! O Universo gira em torno de um par de
nádegas e isso é tudo... (Jean Paul Sarte)
Quem anda no trilho é trem de ferro. (Manoel de
Barros)
Cuidado onde anda. Você pode de repente, pisar em ovos
da galinha dos outros.
Em uma sociedade onde todos são culpados, o único
delito é ser pego. (Hunter Thompson)
Vacinas salvam vidas. O que mata é o medo do professor deixar o microfone aberto no intervalo da aula virtual.