Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 15 de Janeiro de 2021
PROJETO: Após o nocaute do candidato Marcio Fernandes
(aposta da renovação) na eleição da capital, o MDB ficou refém do ex-governador Puccinelli – que já sente o peso da idade – e não
atrai nomes que encantem para retomar o
protagonismo no MS. Aliás, é o mesmo estágio
de desgaste e envelhecimento que atinge o PT por aqui.
DETALHES: Eleição para o governo é pesada. Sem
estrutura de poder e sem nomes para dar
sustentação e credibilidade ao discurso é complicado. Quais os outros nomes do
MDB que poderiam se engajar e acrescentar positivamente na campanha? E até lá é
possível decisões judiciais envolvendo Puccinelli - carrear mais desgastes ao partido.
‘BIG BROTHER’: Impossível ignorar a mídia na
formatação da opinião. Na política não é diferente. Todos os dias a mídia chega
antecipando-se ao velho noticiário
noturno da TV. As pessoas podem até
fingir, mas sabem de tudo, repassando a
terceiros, independentemente se é verdade ou mentira . Os efeitos são cruéis – devastadores.
‘DOLCE FAR NIENTE’: Os
momentos indolentes na praia do ex-ministro Mandetta (DEM) e do comunicador
Luciano Hulck clicados e postados no
facebook - motivam comentários . A maioria das postagens pelo fato de ambos,
influenciadores da opinião pública, não estarem portando as mascaras protetoras
contra o Covid 19. Tiro no pé!
MÃOS DADAS? As notícias fazendo referência aos "interesses comuns" de ambos têm ajudado a garantir a visibilidade do
ex-ministro, ao mesmo tempo em que é citado (ironicamente) de vez em quando por
Bolsonaro. O olhar de desejo dele seria
mais em direção à Brasília do que num projeto local. Muda de partido?
Costura com quem?
NA PRANCHA: Para
muitos Mandetta ainda surfa naquela onda de exposição ministerial para tentar fazer parte de um
novo projeto político em nível nacional. Faz sentido - porque em termos de base
de sustentação política aqui no Estado ele tem dificuldades. E mais: o DEM ‘guaicuru’ não é uno - os
interesses são múltiplos.
INTERROGAÇÃO: 2019
foi marcante para Ricardo Ayache; assumiu o comando da Cassems e do diretório
regional do PSB. Mas seu dinamismo na Cassems foi a antítese na seara política. Apesar das expectativas no
pleito da capital - ele decidiu pelo apoio a reeleição de Marquinhos (PSD).
Questiona-se: mudará de atitude em relação a 2022?
LOTERIA:
Há cargos públicos ‘saborosos’ mas invisíveis. O amigo Youssif Domingos largou
a politico para chefiar a Agepan. Sábio,
discreto, passou despercebido. Agora com o fim de seu mandato - abriu a
temporada de cobiça e muita gente sonha com esses 4 anos (iniciais) de paraíso.
Não sei qual é o trabalho, mas deve ser muito ‘interessante’.
VEREANÇA: As redes sociais mostram o nível. Em Nova
Lima (MG-95 mil hab.) o novo presidente
apenas soletrou frases desconexas ; em Matureia (PB) um vereador foi incapaz de ler o juramento ; em Itupeva
(SP-55 mil hab.) outro vexame. Amostras do
que vem por aí e que vai desaguar um dia nas prefeituras, Assembleias e
Congresso.
NA REDE: Parentes,
amigos e adversários na posse, munidos de celular para registro das imagens e
discursos do evento. Nesta hora aflora o velho espírito crítico da política,
colocando vereadores em situação de desgaste - antecipando-se ao exercício do próprio mandato. No interior é assim: adversário político é
adversário 365 dias por ano.
CASSILÂNDIA: Vereador ‘Osvaldo Baiano’ acusou um colega de
‘santagens’ e foi corrigido para usar o
termo ‘chantagens’. Jeitoso ele completou: “ é santagens sim, pois V.Exa. fica
dando uma de santinho”. Apesar dos risos da plateia, Osvaldo estava certo ao
empregar (sem conhecer) - a figura do neologismo ‘santagens’, derivativo de
santo.
PREGUIÇA? Eu diria falta de tempo, pragmatismo. Os leitores não querem saber de textos longos, complexos, vistos como ‘defesa
de tese’. Como a leitura é descartável, a opção crescente é pelo ‘resumo do
resumo’. Para piorar, a nova geração ‘alfabetizada’ na internet escreve
pessimamente e nem com aulas de caligrafia consegue melhorar.
ACABOU! O capricho era a marca das palavras inseridas
em documentos oficiais. Os livros antigos dos cartórios, por exemplo, são
exemplos em extinção de verdadeiros tesouros. Se antes eram os médicos
referências de letra ruim, hoje o modelo é extensivo a outros profissionais e
categorias, inclusive aos professores. O que fazer?
BRAÇOS ESTICADOS: É só
abrir o WhatsApp para ver a guerra da vacina onde ‘infectologistas,
sanitaristas e bioquímicos’ se
digladiam. Estando no grupo de risco o colunista não tem conhecimento científico
para defender essa ou aquela vacina. Emitir opinião sobre algo desconhecido é
burrice. Portanto, nossos braços estão a postos.
O QUADRO: Nossas vidas interrompidas, por uma
paralisia que gera insegurança e perturbação nas relações com o tempo,
memória, família e trabalho. É preciso cuidado para não perder o chão ao se
refletir sobre o ontem, hoje e futuro. O tal ‘home office’ só quebra o galho –
além de invadir o espaço doméstico, acabou limitando nossas pernas.
OS DESIGUAIS? Além
das discriminações habituais, outro
fator poderá servir de referencia na identificação das pessoas: a criação da
casta de vacinados (privilegiados) se o remédio não chegar à todos no mesmo
prazo. Cenário maluco, de demagogia com
a política misturada à saúde – servindo
de palanque para os nossos ‘santos políticos’.
CASA CAIU! Não é culpa do governo. Um dia teria que
acontecer. Criaram agências ( deficitárias) demais para atender aos políticos e
com a nova realidade econômica o Banco do Brasil não é mais o mesmo. Aliás, o
atendimento ao público vem deixando a
desejar. Os seus funcionários parecem insatisfeitos e pouco felizes em suas
funções.
THE END:
Dinheiro de investidor não tem pátria. O objetivo final é o lucro. Esse caso da
Ford é apenas mais um. Se as empresas de calçados no Brasil saíram do Sul rumo
ao Nordeste, a mesma postura se aplica as multinacionais. Essa bronca da
esquerda e dos sindicalistas não procede. Impostos demais e vendas de menos
criaram o clima final.
“Liderança é a capacidade de exigir que as pessoas façam o que não querem fazer gostem de o fazer”. (Harry Truman)