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Escolas Bilíngues

Coluna English Corner, com Regina Baruki e Monica Mendes da Cunha em 11 de Setembro de 2020

A constante procura por uma instituição de ensino ideal costuma fazer parte dos anseios de muitos pais. Além dos muitos pontos a serem levados em conta na escolha da escola no geral, um ponto significativo, para os que buscam as escolas bilíngues, está relacionado à sua conceituação. Você já ouviu falar ou sabe o que é uma escola bilíngue? 

A educação bilíngue, apesar de contarmos com instituições antigas nos grandes centros, é um campo novo, ainda passível de muitos estudos e adaptações.  Muito se tem falado, nos últimos tempos, sobre essa abordagem educativa, provocando dúvidas e suposições. O próprio conceito de bilinguismo, ou mesmo de família bilíngue, é um tema interessante, que recebe a atenção de estudiosos e pesquisadores. Mas, aqui, nos restringimos a comentar sob a perspectiva educacional.

Nossas escolas (municipais, estaduais, federais e particulares) inserem a disciplina de língua estrangeira no currículo. Como existem variações em termos de quantidade de línguas estrangeiras e de carga horária, há quem acredite que uma carga horária mais elevada de aulas da língua estrangeira seja uma educação bilíngue. A inclusão ou o aumento de horas-aula de uma língua no extenso currículo escolar de nossas crianças está longe da metodologia bilíngue. Em alguns casos, o ensino pode ocorrer de modo que seja apenas mais uma disciplina, em meio a tantas outras. Há dúvidas, também, quando as escolas ofertam a disciplina de língua inglesa, por exemplo, no contraturno das aulas. Esse procedimento de aulas extras (ou em outro horário) também não se enquadra na metodologia bilíngue.

Afinal, o que é uma escola bilíngue?

Um ensino bilíngue deve proporcionar ao aluno a possibilidade de aquisição de uma segunda língua juntamente com sua primeira língua. A aprendizagem do novo idioma deve incluir a capacidade de entender o que se ouve e se lê e se expressar oralmente e por escrito. Parece simples, não é mesmo? Vejamos: essa proposta pedagógica constitui-se, então, na maneira de ensinar dentro do contexto do segundo idioma, ou seja, nas rotinas escolares. No cenário da educação infantil, é a utilização do idioma não nativo na hora da história, no momento de escovar os dentes e no instante de muita diversão no playground. Não se trata de ensinar o idioma estrangeiro, mas sim ensinar no idioma estrangeiro.

Diferentemente da pequena carga horária dos cursos particulares de inglês, o sistema bilíngue destaca-se por propiciar um ambiente ‘estrangeiro’ quatro horas por dia, cinco dias por semana. As instituições bilíngues organizam-se de maneira que se assegurem, aos seus alunos, situações acadêmicas e sociais em que eles desenvolvam as competências necessárias para se comunicar em ambos os idiomas. Imagine assim: desde tirar a dúvida com o professor em sala, ao emprestar a borracha do colega, na brincadeira na hora do recreio, na cantina, ao pedir o lanche e na entrada, com o Good morning! para o porteiro. Sem pressão e com naturalidade na aplicação de duas línguas no dia a dia.

É relevante entender que cada escola tem a sua maneira de ensinar a língua estrangeira. No entanto, em escolas bilíngues, o objetivo e a prioridade consistem em oportunizar, aos seus alunos, o desenvolvimento do bilinguismo. E, claro, colocá-lo em prática na vida cotidiana dos educandos. 


(*) Regina Baruki-Fonseca é professora do Curso de Letras do CPAN. Tem Mestrado em Língua Inglesa pela UFRJ e Doutorado em Educação pela UFMS.

(*) Monica Mendes da Cunha é Mestranda em Educação Social pela UFMS e pós-graduanda em Especialização em Metodologia para Educação Bilíngue. Licenciada em Letras Habilitação em Português e Inglês pela UFMS.

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