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A lenda de Robin Hood

Coluna English Corner, com Regina Baruki e Naudir Carvalho em 21 de Agosto de 2020

No Brasil, assim como em vários países do mundo, celebramos o Dia do Folclore em 22 de agosto. A palavra folclore teve origem na junção das palavras folk, povo e lore, conhecimento, saber. Uma curiosidade: a marca alemã Volkswagen reúne Volk (o v tem som de f, em alemão) e Wagen, carro, ou seja, significa ‘carro popular’.

O termo folklore foi criado pelo arqueólogo William John Thoms, quando enviou uma carta à revista literária inglesa Athenaeum, em 22 de agosto de 1846, sugerindo que todo o conjunto de tradições ou antiguidades – inclusive canções, lendas, danças, sabedoria – fosse abarcado pela palavra folklore.

Devido à popularização dessa carta, o Dia do Folclore foi adotado por diversas nações, mas por aqui só se oficializou em 1965.

Todas as nações detêm uma rica gama de conhecimentos e lendas, que vão sendo passados de geração para geração. Esse saber tradicional de cada povo é um componente cultural valiosíssimo, uma fonte inesgotável de pesquisas, publicações literárias, adaptações em filmes e peças teatrais. O folclore brasileiro é riquíssimo. Temos lendas, personagens, brincadeiras, danças, festas, comidas típicas e costumes dos povos que aqui viviam e de outros povos que para cá migraram. A nossa convivência com outros povos, nas variadas fronteiras brasileiras, também proporciona conhecimentos imensuráveis. Vale a pena observar, conhecer, divulgar e cultuar.

No Reino Unido, existe a lenda de Robin Hood, o conhecido príncipe dos ladrões. A lenda consiste em um herói mítico, famoso por roubar dos ricos para ajudar os pobres. Ele teria vivido no século XII, durante o reinado do Rei Ricardo Coração de Leão. Era conhecido por ser hábil no arco e flecha, trajava verde e vivia escondido nos bosques de Sherwood, em Nottingham, Inglaterra.

Tal como muitas lendas, a história do Robin Hood vive através das recontagens populares. Em termos de filmes, muitas crianças devem ter conhecido o de 1973, feito pelos Estúdios Walt Disney: a lenda é recontada utilizando animais antropomórficos. Para os mais saudosistas, temos a versão de 1938, com Errol Flynn e Olivia de Havilland, reconhecida talvez como uma das versões definitivas para o cinema.

A lenda inspirou, também, um filme de comédia. Trata-se de A Louca Louca História de Robin Hood, de 1993, dirigido por Mel Brooks (que também aparece no filme) e estrelado por Cary Elwes. O próprio título em inglês, Robin Hood: Men in Tights, já revela a intenção da adaptação: ‘Homens vestindo meias-calças’.

Para os familiarizados com o gênero ação, temos a de 1991, com Kevin Costner, de 2010, com Russell Crowe, além da mais recente, com Taron Egerton, de 2018. Todas trazem diferentes abordagens, mas incidem no mesmo mote central e arquétipos da história original.

E assim mantém-se uma lenda: por muitas vezes, atravessa fronteiras e se torna a identidade do seu povo. Ocasiona sonhos, fantasias, empregos, constitui toda uma nação, que cresce em torno do que é contado de geração em geração, de povo em povo, de língua para língua.


Regina Baruki-Fonseca é professora do Curso de Letras do CPAN. Tem Mestrado em Língua Inglesa pela UFRJ e Doutorado em Educação pela UFMS. 

Naudir Ney Carvalho da Silva é acadêmico do Curso de Letras Português/Inglês do CPAN.