Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 14 de Agosto de 2020
SEM
MENTIRAS:
“Na verdade, a privatização é uma coisa
estranha para o governo, porque a máquina foi feita para não ser reduzida de
tamanho. Isso é normal. Então, quando você vai privatizar, você mexe no jogo de
interesses. Então, o ‘establishment’ não deseja que aconteça as privatizações. O
mundo de governo é muito diferente do mundo da iniciativa privada. As lógicas
são diferentes, o tempo é diferente. Nós da iniciativa privada normalmente
temos dificuldade de nos adaptar ao tempo, à lentidão da burocracia estatal.” (
Salim Mattar, ao deixar a Secretaria de Desestatização e Privatizações)
ENFIM... Salim
Mattar, ‘cap’ da Localiza – entrou no Governo para tentar enxugar a máquina
pública, mas concluiu que não é fácil.
Afinal, a classe política tem interesse em manter o velho sistema de gastar,
proporcionar empregos e mecanismos de votos e poder, é claro. Para os políticos
quanto mais cabides, diretorias e departamentos nas estatais melhor. Taí o exemplo do velho
‘Correios’, sucateado pelos interesses políticos. Acho que o
empresário Salim Mattar estava se
sentido ‘déplacé’ - uma palavra francesa -
para não dizer deslocado, fora de lugar - lá no Governo. Grande perda.
PERA
LÁ...
Viralizou na internet aquele episódio de Catalão (Goiás) onde um menino engraxate
ao comprar um relógio para presentear seu pai e acaba homenageado pelo
comerciante. O fato leva-nos a questionar a lei, que para evitar o trabalho
escravo e a fuga escolar, veda o exercício de atividades de crianças. Mas, não seria possível – como
antigamente - fazer ‘bicos’ sem, prejudicar a vida escolar e formatando o
caráter inclusive? Enfim podemos estar criando uma geração de alienados da
realidade. Depois...não vai adiantar reclamar!
É
O JEITO?
Alguns acham que seria pura sorte, questão de simpatia pessoal ou pelo fato
dele representar o Estado onde o presidente viveu por algum tempo em Nioaque.
Mas o fato é que o senador Nelsinho Trad (PSD) vem sendo prestigiado pelo presidente
Bolsonaro desde a memorável visita à Casa Branca. Agora se repete o prestigiamento ao integrar a comitiva que foi ao Líbano. Política tem dessas coisas;
não combina com salto alto. Nelsinho sabe disso. Outros nem tanto.
RETROVISOR: Nem sempre o
candidato com maior tempo de rádio e TV. vence. Em 1989 Ulysses Guimarães (MDB)
usou 22 minutos durante quase dois meses e ficou em 7º lugar com 4% dos votos
dentre os 22 candidatos. No pleito municipal da capital em 2012 , Edson Giroto
(MDB) tinha 13,26’ de tempo no horário eleitoral, contra 03,01’ de Alcides
Bernal (PP) que acabou vitorioso. Ulysses era o ‘Senhor das Diretas’ e Giroto o braço direito de Puccinelli , ‘conhecia
Campo Grande’, mas ambos, pelo excesso
de exposição cansaram o eleitor com
discursos inconvincentes e repetitivos.
E
AGORA? O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não
divulgou a partilha do horário eleitoral, mas 10 partidos, no mínimo, serão
excluídos pela clausula de barreira (e do acesso ao Fundo Partidário) por força
da Emenda Constitucional de 2017. Para sua orientação confira a estimativa da distribuição feita por
especialistas: PT 10,7’ - PSL 10,1’ – PP 7,2’ – PSD 6,6’ – MDB 6,6’ – PR 6,4’ –
PSB 6,2 – PRB 5,8’ – PSDB 5,7’ – DEM 5,7’ – PDT 5,5’ – Solidariedade 2,5’ – Patriota
2,3’ – Pode 2,1’ – PSOL 1,9’ – PTB 1,9’ – PC do B 1,7’ – Novo 1,6’ – PROS 1,6’
– PSC 1,6’ – PPS 1,6’ – Avante 1,4’.
LEMBRADAS: Vários pré-candidatos
a prefeito de Campo Grande planejam ter
uma mulher como candidata a vice prefeita.
Mas essa equação é difícil de ser resolvida. São vários os fatores que
devem ser levados em conta para achar a figura ideal, que agregue prestígio e
votos. Pesam as questões profissional, cultural, religiosa e familiar. Mas aqui
vai o lembrete: a maioria do eleitorado feminino é machista, tem preconceito
contra candidatas Sempre procuram
motivos para não votar nelas. Queridas e ‘complicadas’.
NOVO
OLHAR: Antes, a tese do ‘rouba, mas faz’ firmou-se como
pratica adotada em todos os níveis administrativos. O entendimento ‘pacífico’ era
de ver com normalidade ‘aquela fatia’
desviada pela empreiteira ao gestor público como um ‘prêmio’. Mas com tantas
denúncias de corrupção de obras pelo Brasil afora, inclusive aqui no Estado -
com figurões sendo presos - o eleitor ficou mais criterioso e questiona: a obra
era necessária? O custo, justo? A obra
corresponde ao projeto? Foi fiscalizada por quem? Ficou assim no imaginário
popular o estigma maldito de que o gestor pode estar levando ‘por fora’.
QUALIDADE: Recentemente
assisti ao vídeo divulgado pela prefeitura de Paraíso das Águas onde maquinas
da empreiteira destruíram o asfalto recém-concluído nas ruas do distrito de
Bela Alvorada, que segundo o prefeito Ivan da Cruz Pereira (DEM) estava em
desacordo com as especificações do contrato. A empreiteira acabou por refazer
toda a obra sem ônus ao município. Chamou a atenção pela postura do gestor, exceção nesta pratica de se fazer vistas grossas
às falhas na construção de prédios públicos, pontes, viadutos, asfalto nas cidades e rodovias, onde cada um
leva ‘o seu’.
CORRUPÇÃO:
Será que aquilo mostrado na Operação Lava Jato
era mentira, pura invenção? Mas o que eu
quero lembrar é que as tais emendas parlamentares, que teriam como objetivo
único levar benefícios aos municípios carentes, em alguns casos se transformaram
em fonte de corrupção, beneficiando parlamentares, gestores públicos e empreiteiras.
Também a qualidade dos serviços e obras prejudicada. As emendas precisam passar
por um processo de depuração para evitar
que políticos façam uso delas em benefício do próprio bolso. É o famoso caixa
de campanha.
SENADORA: Pés no chão e
de olho na cadeira do senado ocupada por Simone Tebet (MDB). Essa é a postura
da ministra Tereza Cristina (DEM) vacinada contra fofocas. Ela pode até ser a
candidata a vice de Bolsonaro em 2022, No caso, o ex-ministro Luiz H. Mandetta
(DEM) tentaria o senado. Um ex-deputado elogiou a habilidade política
dela, capaz de negociar até com os chineses. Com o agronegócio voando, seu
prestígio nacional respinga aqui, seu projeto ganha corpo e força em todos os
municípios. Ela virou peça importante no tabuleiro político.
‘O
REIZINHO’: O deputado Rodrigo Maia (DEM), cada vez mais
poderoso e ousado. Quer ser protagonista
em 2022 e como presidente da Câmara – aliado de primeira hora do STF – quer
mudar regras em benefício da classe
política. Seu canhão de poder mira dois alvos: a quarentena de 8 anos
para o pessoal do Judiciário e do Ministério Publico, e a proibição dos militares na ativa serem candidatos a cargos eletivos. E mais:
já fala em articular na formação de uma chapa presidencial que fuja do
radicalismo que se apresenta atualmente. Entendi.
CONFIRA! “Em nome de um
pretexto conservacionismo de fachada, as Ongs (Organizações Não-Governamentais)
do setor ambiental tem se articulado, nas últimas décadas, para impedir o
desenvolvimento no Estado pelos meios naturais que nos privilegiam: o bioma
Pantanal e, por conseguinte, a Hidrovia do Paraguai e a pecuária extensiva...( ) ...Organizações como Ecoa, WWF, SOS Pantanal
e Rios Vivos se manifestam apenas para criar cenários apocalípticos, com base
em estudos e teses financiados não se sabe por quem, na tentativa de barrar
investimentos na navegação fluvial, na exploração sustentável do Pantanal ou
outra atividade econômica que torne Mato Grosso do Sul altamente competitivo lá
fora. ( Lucimar Couto – no CGNews).
UMA
MÃE! A ‘generosidade’ tem sido a marca forte
nas decisões do Supremo Tribunal Federal.
O STF é uma grande fonte de jurisprudência beneficiando os réus ligados à gestão pública. Os exemplos são tantos
que a coluna não comportaria a citação de todos. Mas vale registrar a operação
que se avista na 2ª. Turma da Corte e
que pode beneficiar o ex-presidente Lula (PT) e assim colocá-lo em condições de
disputar as eleições de 2022. Decididamente o sistema está falido.
LIGEIRINHO: Determinação pode ser um fator decisivo numa candidatura. Tenho observado: isso não falta ao deputado José C. Barbosa (DEM) nesta fase de impor o nome, trabalhar as articulações que somam apoio e diminuam restrições. Claro que as desistências de eventuais pretendentes facilitam o caminho, mas isso não resolve o pleito antecipadamente. Seu bom trânsito com o Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) é fator que ajuda quebrar resistências no ninho tucano e quem sabe levá-lo a prefeitura de Dourados. Mas Barbosinha sabe, eleição não se ganha sozinho. Não é?.
“O
PT é parte do passado, o PSOL é uma espécie de PT retrô.” (Orlando Silva, PC
do B)
“A arte da tributação é a arte de depenar o
ganso, obtendo o máximo de penas com o mínimo de grasnidos.” (Jean Colbert)
“A
sociedade se compõe de duas classes: uma que tem mais apetite que jantares e
outra que tem mais jantares que apetite.” (Nicolas Chamfort)
“As redes sociais não são sociais. Muitas pessoas que te seguem, na verdade, te perseguem.” (Nizan Guanaes)