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Construção de foguetes desperta em alunos curiosidades da ciência

Leonardo Cabral em 28 de Maio de 2019

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Entusiasmados, estudantes focaram na construção de foguetes já lançados

Um projeto que já é tradição entre os alunos da Escola Municipal Cássio Leite de Barros, localizada no bairro Nova Corumbá, parte alta da cidade, e que há 10 anos vem motivando-os no mundo científico. Trata-se da participação na OBA - Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica que acontece todos os anos a nível nacional.

Organizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a OBA tem como propósito promover a disseminação dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa entre professores e alunos, além de mantê-los atualizados.

“Eles gostam de participar. É desafiante. No mundo tecnológico, como eu professora vou competir com tanta informação que tem nas mídias? No entanto é através de trabalhos como estes, que conseguimos envolver os alunos e ver talentos aparecendo na escola, que às vezes ficam escondidos”, explicou ao Diário Corumbaense a professora Izabella Xavier frisando que a OBA tradicional é dividida em três partes, sendo a prática, o lançamento de foguetes e prova escrita.

Porém, ela ressalta que na escola Cássio Leite de Barros, para atender todos os tipos de talentos, inseriu outras etapas dentro da OBA, que oficialmente é dividida em duas partes: o lançamento de foguetes e prova escrita que já aconteceram.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Professora diz que dentro da OBA, foi inserida etapa com desenhos com o intuito de despertar novos talentos

“Percebi que alguns alunos não participavam, então por causa disso, inserimos a etapa dos desenhos, ou seja, talento artístico, que resulta na dedicação deles e o apoio de professores que nos ajudam e sabem dessa valorização dos nossos estudantes, encerrando a OBA com o lançamento dos foguetes e a prova escrita”, explicou a professora dizendo que os alunos são premiados com certificados e medalhas da UFRJ.

Ainda segundo Izabella Xavier, o que mais se percebe é o interesse pelo saber, fazendo com que os próprios alunos possam competir com as mídias, despertando a curiosidade e trabalho em equipe, apontando para a escola do futuro.

“Eles não só disputam, mas colaboram entre si e ressaltam os talentos escondidos, temos assim, a escola do futuro hoje, que ressalta o aluno baseado no que ele sabe fazer de genuíno, ou seja, ressalta talentos que estão encubados na escola”, acrescentou Izabella. 

Aprender brincando

E diante de todo esse entusiasmo, o estudante João Lucas da Silva Castro, de 14 anos, que cursa o nono ano do ensino médio, disse estar muito satisfeito com o desempenho dele na OBA, dentro da construção e lançamento do foguete, uma das práticas desenvolvidas pelos alunos, que consiste no lançamento, oblíquo de foguetes, o mais longe possível. Uma forma de aprender brincado utilizando garrafa pet, tubo de papel ou de canudo de refrigerante e até mesmo cano de PVC.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Julia construiu o foguete com a ajuda da professora, alunos e toda a família

“Encarei como uma experiência nova em minha vida. Eu e meus colegas fizemos uma base e, então, a criatividade tomou conta da gente até criarmos o foguete com garrafa pet e cano de PVC. Jamais imaginaria que poderíamos realmente fazer um foguete e que depois de pronto, ele fosse lançado a uma distância bem considerável. Isso me ajudou a compreender um pouco mais de matemática, física, química e ciências, pois aprendi brincando”, afirmou João Lucas a este Diário

Para Julia Ferra Britts Ramires, de 13 anos, que está no oitavo ano do ensino médio, o que chamou a atenção foi o lançamento do foguete.

“Quando soube que a gente poderia participar da OBA, fiquei interessada em poder fazer o foguete, pois não acreditei que depois de pronto, ele poderia voar apenas com água e ar. Alguma explicação teria que ter e foi através disso que descobri que tudo envolve o que aprendemos na sala de aula, como por exemplo a matemática, química, física, ciências. Foi uma maneira de aprender de forma diferente e divertida”, contou Julia que ainda revela ter tido a ajuda da família. “Meu pai viu e começou a me ajudar com corte de madeiras, canos de PVC, enfim, até mesmo meu avô me ajudou a elaborar e para o ano que vem quero fazer algo muito melhor”, completou a estudante.

Inserido naquilo que a professora disse no início da entrevista, que é despertar talentos “adormecidos” na escola, dentro de cada prática do projeto, todo tímido, o estudante, Felipe Ogaya do Amaral, de 11 anos, do 6° ano do ensino fundamental, disse que participar do projeto foi dar início a um sonho desde pequeno.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Felipe Ogaya diz que tem sonho de se tornar astronauta para explorar o universo

“Eu sempre tive a curiosidade de saber o que tinha além da Terra. E participar desse projeto me fez querer saber ainda mais sobre isso. Não fiz o foguete, mas participei da etapa dos desenhos, onde também fui premiado e isso despertou em mim a vontade de querer ser astronauta para explorar o universo. Estou muito entusiasmado”, afirmou o estudante que diante de sua timidez, tem como talento o desenho.

OBA

Realizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e pela Agência Espacial Brasileira (AEB), a OBA distribui cerca de 50 mil medalhas por ano – em 2018, 776.338 estudantes de 8.456 escolas (duas delas do Japão) participaram do evento.

Este ano a OBA entrou em sua 22[ edição. Ao final da OBA todos os alunos recebem um certificado de participação impresso com o seu nome e se ganhou alguma medalha, o tipo dela também consta do certificado. Todos os professores envolvidos no processo e também os diretores escolares recebem os seus certificados. Aliás, até a escola recebe um certificado. 

 

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