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O agronegócio que move o Brasil e mantém ativa a economia de Corumbá

Da Redação em 15 de Maio de 2018

É lá no meio do mato, dentro do Pantanal, em lugares difíceis de chegar, longe, onde só se vai de barco, de avião em alguns casos. Mas é lá que está uma riqueza incomensurável, um rebanho de nada mais, nada menos do que 1,9 milhão de cabeças de gado. É boi, vaca, bezerro que não acaba mais, um orgulho para Corumbá que tem o segundo maior rebanho bovino de gado de corte do Brasil e que, com isso, arrecada impostos generosos, gera empregos e impulsiona a economia, e ainda assim, protege o meio ambiente pantaneiro. 

Ultimamente os produtores rurais vêm elogiando a infraestrutura dada pelo Governo do Estado a regiões de difícil acesso. Estruturação de estradas, construção e reforma de pontes, implantação de rede de eletrificação rural, expansão da telefonia móvel. Tudo isso vem entrando no pacote que facilita a vida no campo, a capacidade de produzir e escoar do homem pantaneiro. 

De arrasto nessas benfeitorias e em duas vertentes que chamam a atenção na região, que é a facilidade de criar e a qualidade do gado que se faz na planície, devido ao pasto nativo de altíssima qualidade, estão desembarcando por aqui produtores de todas as partes do país. Muitos pantaneiros, aqueles de fato, nativos, acharam difícil e abriram mão, venderam as propriedades que seus avós e seus pais durante anos cultivaram. Agora, paulistas, paranaenses, mineiros, capixabas, uma miscigenação bem grande está no Pantanal produzindo e ganhando dinheiro. 

Somente um leilão existente na Nhecolândia, na Fazenda Novo Horizonte, vende em média, quatro mil cabeças de gado por mês, em sua edição realizada no último sábado de cada mês. Ou seja, só por esse canal, o produtor repassa cerca de 50 mil cabeças de gado por ano. É gado de todas as eras, mas a preferência é por bezerros e garrotes que são levados para cria e recria em regiões de engorda, que procuram pelo produto pantaneiro de alta qualidade.

É uma atividade feita quase que no silêncio total, que pouca gente vê, que pouca gente nota, mas que gera lucros e divisas à cidade. A pecuária já vem trazendo, junto com os produtores de fora, a agricultura para o Pantanal. Alguns estão tentando experimentos de plantação de soja e milho em terras férteis, isso para fazer ração para o gado dentro do Pantanal, o que é um sinal de mais avanço, de mais uso de tecnologia para engrandecimento do setor. 

Enquanto isso, outras atividades fazem barulho, sacodem o mundo com suas ações oscilantes nas bolsas de valores e não repassam o que é devido ao município, não contratam a mão de obra que deveriam, não pagam os impostos dos quais são isentas. Injustiças que precisam ser corrigidas urgentemente pelos políticos brasileiros, pelo Congresso Nacional que discute futilidades e brigas pessoais ou partidárias, ao invés de olhar para as necessidades do povo. 

Não fossem o Turismo e a Pecuária, Corumbá fatalmente viveria dias de penúria. E é por isso que os poderes públicos investem nesses dois setores, porque ao logo dos anos, de décadas, eles vêm se mostrando parceiros, vêm se estruturando melhor, crescendo, investindo na cidade e ajudando a fomentar a economia. Vivem lá seus altos e baixos, mas não daqueles capazes de criar cicatrizes profundas na economia e deixar famílias, à míngua, demitidas ao bel prazer.