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Gaeco vai pedir quebra do sigilo bancário de vereadores e investigações prosseguem

Campo Grande News em 25 de Agosto de 2015

O MPE (Ministério Público Estadual) vai pedir a quebra do sigilo bancário e fiscal dos vereadores ouvidos nesta terça-feira (25), durante a Operação Coffee Break, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A medida será adotada porque os promotores constataram contradições nos depoimentos.

Fotos: Fernando Antunes/Campo Grande News

Promotor Marcos Alex: outras pessoas serão intimadas a prestar depoimento

A informação é do coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, durante entrevista coletiva sobre a operação, da qual participaram também o procurador-geral de Justiça, Humberto de Matos Brites e o promotor de Justiça Thalys Franklyn de Souza, coordenador da Força Tarefa criada pelo MPE para investigar os alvos da Operação Lama Asfáltica no âmbito estadual.

Marcos Alex disse que, embora já tenha se passado mais de um ano da cassação do prefeito Alcides Bernal, foi possível encontrar nos celulares apreendidos mensagens que apontam indícios de articulação para derrubar o progressista do poder. O coordenador do Gaeco afirmou ainda, que outras pessoas serão intimadas a prestar depoimento.

Segundo o promotor, foram alvos da Operação Coffee Break todos os citados nas investigações do Gaeco e nas interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Lama Asfáltica, com autorização da Justiça Federal. A Lama Asfáltica foi deflagrada pela Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União), Receita Federal e Ministério Público Federal.

As informações e documentos obtidos na Lama Asfáltica estão sendo compartilhadas com os promotores da Força Tarefa criada pelo MPE para investigar a atuação de grupo de empresários em desvios de verbas estaduais e corrupção.

Investigações prosseguem

A decisão judicial que afastou Gilmar Olarte (PP) da Prefeitura de Campo Grande o impede de exercer qualquer tipo de atividade política, segundo o procurador-geral de Mato Grosso do Sul, Humberto Brites. Isso significa que ele sequer poderá reassumir o posto de vice-prefeito com a volta de Alcides Bernal (PP) ao cargo. O chefe do MPE (Ministério Público Estadual) afirma ainda que as investigações continuam “doa a quem doer”.

Procurador-geral não descarta novos afastamentos

Os celulares apreendidos na operação Coffee Break serão periciados no Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Brites não descarta a possibilidade de requisitar à Justiça, se necessário, o afastamento de mais vereadores além do presidente da Casa, Mário César (PMDB). “Não dá para mensurar ainda o quanto que as irregularidades afetaram os cofres públicos”, disse o procurador-geral.

A maioria dos intimados aparece nas gravações interceptadas pelo órgão para embasar a investigação sobre corrupção ativa e passiva recebendo vantagens, como carros e cargos públicos, para entrar no esquema ilegal. Segundo o procurador-geral, existe ainda uma investigação paralela sobre uma suposta rede de pedofilia e o material obtido na operação Coffee Break pode servir como subsídio para esse caso.

Brites ressaltou que a operação ocorre em um momento no qual a população clama por justiça. “A sociedade está dando um basta na corrupção”, pontuou.