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Operação Ágata 9 é deflagrada na fronteira com Bolívia e Paraguai

Caline Galvão em 22 de Julho de 2015

A Operação Ágata 9, executada pelo Comando da Área de Operações Oeste,  começou nesta quarta-feira (22). Na ação, que vai abranger área de cerca de 4 mil quilômetros de extensão, de Rondônia ao Paraná, serão empregados efetivos da Marinha, Exército e Aeronáutica. A operação trabalha em coordenação com órgãos de segurança pública da esfera federal. Órgãos de segurança pública estaduais e municipais também cooperaram, bem como órgãos civis. A operação faz parte do cumprimento do Plano Estratégico de Fronteiras do Ministério da Defesa e tem como objetivo contribuir para a redução das ações do crime organizado e práticas ilícitas nas regiões da faixa de fronteira. A previsão é que 4.200 militares participem da operação.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Marinha do Brasil irá inspecionar os rios Abunã, Paraguai, Cuiabá, Paraná e seus afluentes, além do Lago Itaipu

Durante entrevista coletiva realizada no auditório do Comando do 6º Distrito Naval,  o contra-almirante Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, comandante do 6º Distrito Naval, afirmou que na Operação Ágata 9, a Marinha do Brasil vai trabalhar realizando patrulha naval nas calhas dos rios, bloqueio e controle de estradas, reconhecimento especializado de fronteira, revista de embarcações e de veículos, interdição de pistas de pouso irregulares, atracadouros clandestinos, interceptação de aeronaves suspeitas e ações de Assistência Hospitalar e cívico-sociais nas comunidades ribeirinhas, a fim de combater delitos transfronteiriços e ambientais.

O general-de-brigada Jorge Cardoso Martins, comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, afirmou que o Exército Brasileiro fará bloqueios na BR-262 e BR-267, bloqueios fluviais (em parceira com a Marinha), patrulhamento de fronteira, interceptação de pistas de pousos clandestinos, ações de combate ao tráfico de drogas, ações cívico-sociais, além de palestras educativas contra o consumo de entorpecentes. É a primeira vez que serão empregados meios do Sistema de Monitoramento de Fronteira (SISFRON), projeto estratégico do Exército que está sendo implantado experimentalmente na área da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados.

O Comando da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira informou também que no dia 26 de julho, das 08h às 16h, será realizada ação cívico-social no Hospital Bom Pastor, localizado no bairro Potiguar. A ação, destinada a toda a população, oferecerá serviços de atendimento odontológico, médico, corte de cabelo, serviço militar, formas de ingresso nas Forças Armadas, brincadeiras infantis, exibição de filmes, oficina de leitura e apresentação da banda de música do 17º Batalhão de Infantaria de Fronteira.

O inspetor-chefe da Receita Federal em Corumbá, Haroldo de Souza Idehara, explicou que a Receita vai aproveitar o aumento do contingente de fiscalização, proporcionado pela Operação Ágata 9, para intensificar as fiscalizações nas zonas secundárias e em trilhas clandestinas porque, segundo ele, a tendência é que haja crescimento da movimentação ilícita fora do posto de fronteira, já que a repressão no Posto Esdras será intensificada.

Entrevista coletiva reuniu lideranças da IAGRO, da 18ª Brigada, 6º Distrito Naval, Receita Federal e Polícia Militar Ambiental

Fiscalização fluvial

Durante a operação, serão inspecionados os rios Abunã, Paraguai, Cuiabá, Paraná e seus afluentes, além do Lago Itaipu. A Marinha do Pantanal operará na faixa de fronteira dos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Rondônia. São empregados no efetivo mil militares da Marinha, 9 navios, 3 helicópteros, 40 embarcações e 23 viaturas. No entanto, todas as Forças Armadas estão utilizando 57 veículos, entre aeronaves, viaturas e embarcações, além do emprego de 4.201 pessoas de 46 instituições e órgãos públicos.

A Operação Ágata 9 envolve apenas os órgãos de segurança brasileiros, mas os países vizinhos foram avisados sobre a ação e nos rios onde a água é compartilhada, oficiais bolivianos e paraguaios é que farão fiscalização na parte estrangeira, a convite da Marinha do Brasil, que só fiscalizará águas brasileiras.

Estão envolvidos na ação o Departamento de Polícia Federal, Departamento da Polícia Rodoviária Federal, Secretaria da Receita Federal do Brasil, IBAMA, ANVISA, Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (SEJUSP-MS), Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras (GGIFron), Destacamento de Operações de Fronteira (DOF), Polícia Militar, Polícia Civil e Bombeiro Militar do Estado do Mato Grosso do Sul, IAGRO, Guarda Municipal de Corumbá e da Agetrat, além de outros órgãos de segurança pública de outros Estados.

No ano passado, o Ministério da Defesa realizou Operação Ágata que tomou toda a fronteira brasileira, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS). Essa mobilização se deu às vésperas da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014. O mesmo ocorreu no ano anterior, em função da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). No ano passado foram apreendidos 36 mil quilos de drogas.