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Médicos consideram desfecho esperado para caso de paciente com raiva

Campo Grande News em 13 de Maio de 2015

Liana Feitosa/Campo Grande News

Médicos que participaram da equipe que atendeu paciente com raiva

A equipe médica que atendeu o homem de 38 anos diagnosticado com raiva humana e que morreu nesta quarta-feira (13) no Hospital Universitário de Campo Grande, afirma  que esse era um desfecho esperado dada a gravidade do quadro clínico. A vítima foi mordida por um cão infectado em Corumbá, e só procurou ajuda 45 dias após o contato com o animal.

Segundo o infectologista Nilton Pompílio, que acompanhou o caso, a taxa de sobrevivência da doença é extremamente baixa. A cada 60 mil casos registrados em um ano, menos de um por cento sai com vida.

O paciente chegou ao HU consciente e com dificuldades respiratórias. Quatro horas depois de dar entrada, precisou ser entubado. A morte cerebral já tinha sido constatada e às 07h desta quarta, o homem teve uma parada cardíaca. 

Nilson Moro, cardiologista que participou da equipe que acompanhou o caso, explica que o vírus leva o paciente a perder pressão arterial, ter descontrole cardíaco e, em muitos casos, evolui para edemas cerebrais que levam à parada cardíaca.

Corumbá, onde a vítima foi mordida, sofre com um surto de raiva animal. Os parentes do paciente foram procurados pelo serviço de saúde local e encaminhados para tratamento contra a doença, feito por meio de vacina. São várias doses da imunização que variam caso a caso.

Lições

Mesmo com o caso evoluindo até a morte do paciente, os 30 dias de internação tornaram possível uma série de estudos sobre a doença. Segundo Pompílio, a equipe teve a chance de aplicar um novo protocolo de atendimento recomendado pelo Ministério da Saúde.

Com isso, o vírus foi negativado, ou seja, se o homem tivesse sobrevivido, não transmitiria a raiva. Conforme o infectologista, as análises poderão ajudar em casos futuros. Mato Grosso do Sul não registrava caso de raiva humana há mais de 20 anos, o último foi em 1994.

 

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