Rosana Nunes em 19 de Janeiro de 2015
Anderson Gallo/Diáiro Corumbaense
Prefeitura decidiu desapropriar partes remanescentes do terreno do hospital para evitar o leilão
Outros imóveis e terrenos, que foram doados por benfeitores à Santa Casa, também vão a leilão para cumprimento de sentença em ação movida pela Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso Sul) contra o hospital por dívidas de fornecimento de água. O valor da ação é de R$ 8.704.468,46.
O principal terreno, que abriga a estrutura da Santa Casa, teve a avaliação estimada em R$ 400 mil com lance mínimo de R$ 240 mil. O advogado da Sanesul, Luiz Henrique Volpe Camargo explicou à reportagem que existem duas ações movidas pela Empresa de Saneamento contra a Santa Casa, uma de 1999 e outra de 2007. Nas duas, os mesmos imóveis estão penhorados. No total, há débitos que se iniciam desde fevereiro de 1999. “Parece não ser prioridade do hospital pagar em dia as contas de água e o débito é de quase 16 anos. Agora, o processo de 2007 chegou no estágio do leilão. As duas ações somadas chegam perto de R$ 10 milhões”, disse Luiz Volpe.
O advogado afirmou que a Sanesul sempre esteve aberta à negociação, mas não houve encaminhamento de propostas durante todos esses anos. “Continuamos abertos ao diálogo e queremos resolver o problema da melhor maneira possível, sem prejudicar o funcionamento da Santa Casa. E isso está claro, porque a empresa nestes 16 anos prosseguiu fornecendo água sem receber pelo serviço prestado”, ressalvou.
Desapropriação
Não é a primeira vez o Hospital de Corumbá é acionado judicialmente por falta de pagamento. Enersul e diversos fornecedores também já ajuizaram ações. O procurador geral adjunto do Município, Marcelo Dantas, disse ao Diário Corumbaense que a Prefeitura decidiu desapropriar a parte remanescente do terreno da Santa Casa, para evitar que o leilão acontece. “Existem inúmeros projetos na área da Saúde e a Prefeitura não pode abrir mão de uma área como a do hospital. E atendendo esse interesse público, o prefeito Paulo Duarte decidiu preservar esse patrimônio da comunidade. O processo de desapropriação vai ser finalizado antes do leilão”, explicou o procurador ao lembrar que em anos anteriores também houve desapropriação de partes do terreno do hospital para evitar leilões.
Na prática, a desapropriação impede que novas penhoras ocorram. “Contudo, a Associação Beneficente Corumbaense continua existindo, está sob intervenção pública e responde por suas dívidas, que são débitos anteriores à gestão realizada pela Prefeitura, que se iniciou em 2010”, concluiu o procurador.
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