Campo Grande News em 13 de Fevereiro de 2025
Fora de suspeita para quem vê de longe, o histórico violento do músico protagoniza as páginas de jornais nesta quinta-feira (13). Um "cara gente boa", que tocava piano e cantava música gospel, além de ter feito parte de duplas sertanejas famosas e cantado com artistas regionais do MPB.
Contudo, Caio acumula extensa ficha criminal por ameaça, todas no âmbito da violência doméstica, além de constar diversos pedidos de medidas protetivas de ex-companheiras e da própria mãe.
A reportagem apurou que houve discussão por conta do uso de drogas do músico. Caio, então, pegou uma faca e ameaçou a mãe, que correu junto de outra filha. Na ocasião, as duas buscaram refúgio na casa de familiares e depois acionaram a polícia.Feminicídio
A jornalista Vanessa Ricarte já havia solicitado medida protetiva na noite de terça-feira (11) após ser ameaçada por Caio. Na quarta mesmo, depois de sair da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde foi buscar outras informações a respeito da medida, ela seguiu até o imóvel onde morava com o músico para buscar os pertences. Houve discussão e Caio a esfaqueou três vezes na altura do coração.
Vanessa Ricarte chegou a ser socorrida pelos bombeiros, mas não resistiu e morreu na Santa Casa de Campo Grande. Caio Nascimento foi preso em flagrante e ficou em silêncio na delegacia, sem esboçar qualquer reação.
A jornalista era servidora do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul. Em nota, o MPT se manifestou: "Neste momento de dor, manifestamos nossa solidariedade à família, amigos e colegas de Vanessa Ricarte. Que sua memória inspire a luta por um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres, e que sua tragédia nos motive a fortalecer as políticas públicas de proteção e combate à violência doméstica".
O governador Eduardo Riedel usou as redes sociais para lamentar a morte da jornalista. "Chegando no gabinete agora de manhã cedo e me deparei com a notícia do falecimento da Vanessa e fiquei profundamente impactado, indignado com essa situação por ela, pelas famílias, que são envolvidas em casos como esse, que ainda ocorrem com muito frequência no nosso estado. Isso não pode de maneira nenhuma passar com impunidade para ninguém envolvido na situação", disse o governador
Riedel ainda usou a hashtag "Todos por elas", campanha lançada em agosto do ano passado com o objetivo de prevenção e diminuição dos casos de feminicídio em Mato Grosso do Sul, promovida pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
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