Portal de Notícias de MS em 16 de Março de 2023
Saul Schramm/Governo do Estado
Arco de desinfecção instalado na fronteira com a Bolívia
Além das tradicionais barreiras sanitárias e fiscalizações volantes, visitas a assentamentos, fazendas e até monitoramento de aves que migram dos Estados Unidos e Canadá para o hemisfério sul, tendo o Pantanal como local de invernada, são uma constante da Iagro.
Na linha de fronteira com a Bolívia, em Corumbá, a agência é a responsável por fiscalizar a entrada de produtos de origem animal e vegetal no Brasil, em atuação conjunta à Vigiagro (Vigilância Agropecuária Internacional). A Iagro reforçou esse trabalho instalando um arco de desinfecção onde os veículos de passeio e de carga vindos do país vizinho passam, visando evitar que a gripe aviária chegue ao território brasileiro. O arco foi uma doação das Associações de Avicultura de Mato Grosso do Sul para reforçar o trabalho de prevenção. O desinfetante, não é corrosivo, não faz mal à saúde e nem causa danos ao veículo.
“Há quem ache exagero e quem diga que não resolve nada. Mas se está sendo feito, e percebemos que existe uma preocupação real em se evitar que essa doença chegue ao país, é porque são as medidas que precisam ser tomadas. É para o bem de todos, envolve economia e a saúde das pessoas”, comenta a corumbaense Neusa Munhoz, que atravessava a ponte para o lado brasileiro após uma rápida visita à Bolívia.
O alerta para a influenza aviária cresceu recentemente em Mato Grosso do Sul após um caso ser detectado em uma granja boliviana, localizada em Cochabamba, na região dos Andes. Mesmo estando há mais de 1 mil quilômetros do Brasil, a situação exige atenção.
“Parece uma distância muito grande, mas temos que lembrar que as aves silvestres, que carregam esse vírus, percorrem anualmente distâncias muito maiores, migrando de hemisfério. Por isso, reforçamos nossa vigilância”, destaca o diretor-adjunto da Iagro, Cristiano Moreira de Oliveira, em palestra para produtores rurais de Corumbá.
O evento foi o fechamento de uma série de ações realizadas na região para fomentar a educação sanitária na população que lida diariamente com produtores de origem animal. Além da influenza aviária, foram repassadas orientações sobre a aftosa, doença na qual Mato Grosso do Sul também está livre, e agora sem a necessidade de vacinação.
“Essa interação da Iagro com os produtores é fundamental. É preciso disso para conseguir vender ao mercado externo e também ao interno. A sanidade tem que ser fiscalizada e bem feita. O produtor se compromete a fazer isso e precisa de um órgão que dê esse amparo. Não adianta fazer tudo direito e não ter um órgão oficial que chancele isso”, comenta o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Gilson Araújo de Barros.
O líder ruralista também destaca que a interação entre os órgãos oficiais e os produtores é importante, pois “um não vive sem o outro”. “As informações que chegam até a gente ajudam bastante, sem dúvida. O papel do produtor é produzir, e para isso é preciso conhecer bem qualquer situação que possa ocorrer. A Iagro fornece esse conhecimento”.
Segurança também para a saúde pública
A gripe aviária, até onde se conhece sobre ela, é uma doença de alta letalidade, chegando a aproximadamente 50% tanto em aves como em humanos. A transmissão dela acontece apenas entre aves e aves, e entre aves e humanos - neste último caso, o contato precisa ser íntimo. Mesmo sem registro no Brasil, o trabalho visa evitar que isso aconteça.
“É de extrema importância para a Secretaria de Saúde de Corumbá, e também para a Prefeitura, pois trabalhamos aqui sob o conceito da saúde única, humana e animal. Essa parceria com a Iagro visualiza tudo isso, onde conseguimos identificar situações e trabalhar em conjunto”, disse a secretária de saúde de Corumbá, Beatriz Assad.
Gilson de Barros também destaca a segurança repassada pelo trabalho da Iagro. “A gripe aviária é uma doença séria, não existe no Brasil, mas existe em outros países da América do Sul e do mundo. Então precisamos ter um controle para resguardar nossa produção. Sem contar que é uma zoonose, tem efeitos em humanos também. Então, não é só pela produção que esse controle tem que ser feito”, conclui o produtor rural.
Trabalho complexo e amplo
O trabalho da Iagro para evitar a influenza aviária no Mato Grosso do Sul é feito em três linhas: o controle de trânsito, onde não se pode deixar os produtores entrarem sem inspeção e certificação, é uma delas. Para isso, há postos fixos da agência no Posto Esdras, na linha internacional, além da unidade da PMA (Polícia Militar Ambiental) no Buraco das Piranhas, localizado na rodovia BR-262, entre Corumbá e Miranda.
Saul Schramm/Governo do Estado
Fiscalização da Iagro no posto do Buraco das Piranhas, na BR-262
Por fim, a terceira frente é o controle e vigilância realizado dentro das propriedades rurais que são sítio migratório de aves vindas do hemisfério norte. “Verificamos se existe mortalidade de aves e analisamos caso a caso. Estamos preparados para atender em 12h qualquer notificação e assim dar uma resposta à população”, comenta Cristiano.
A Iagro faz uma primeira avaliação e, se confirmada a suspeita, o caso é repassado para a central da Iagro, que encaminha a situação para o Ministério do Abastecimento, Pecuária e Agricultura. O material coletado para confirmar ou não se trata-se da gripe aviária ou não fica pronto em cerca de uma semana neste período de maior alerta.
Como entrar em contato
Para comunicar a Iagro em qualquer suspeita da doença, o contato é o WhatsApp (67) 99961-9205, além dos escritórios locais da agência em todos os municípios e a plataforma e-Sisbravet (Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergência Veterinária), via internet: https://sistemasweb4.agricultura.gov.br/sisbravet/manterNotificacao!abrirFormInternet.action.
Os principais sinais da doença nos animais são dificuldade respiratória, corrimento nasal e ocular, inchaço de cabeça, andar cambaleante, torcicolo e alta mortalidade. A transmissão ocorre por contato direto com aves contaminadas, mais especificamente com secreções. Evitar o contato com as aves, manuseio de animais doentes e a manutenção da limpeza do ambiente de criação são medidas de prevenção.
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